Por Dr. Marcello Bastos Moreno Maia – CRM-SC 11034 |RQE 5221 | RQE 9033
Cardiologista e Intensivista no Hospital SOS Cárdio. Atua também na clínica Prevencordis.

Em outro post, abordamos a questão da dor no peito e quando ela pode ser sintoma de um infarto. Agora, vamos falar sobre o que pode e deve ser feito diante dos sintomas de infarto.

Diante de sintomas de infarto, como dor no peito com características de sensação de peso no peito, opressão, queimação, e que não alivia rápida e completamente ao descansar, é necessário procurar assistência médica de urgência.

O ideal é que seja procurado um serviço especializado em Cardiologia, que já poderá realizar as intervenções necessárias. Na falta de um atendimento especializado recorra ao atendimento emergencial mais próximo disponível para um primeiro atendimento. Posteriormente, se for necessário, o serviço poderá providenciar a remoção para um centro de Cardiologia.

Agilidade diante de sintomas de infarto

O principal, nesse momento de emergência, é a agilidade no atendimento. Como visto, o infarto é a morte das células do coração. Assim, quanto maior a demora na intervenção médica, maior será o dano e maiores serão as sequelas.

Com até seis horas de infarto, pode-se conseguir uma recuperação razoável do músculo cardíaco. Passado esse tempo, até em torno de 12 horas de infarto, consegue-se alguma recuperação da musculatura, mas o resultado é bem inferior. Passadas as 12 horas, dificilmente haverá recuperação será significativa.

Quanto menor for a lesão no músculo do coração, menor o impacto do infarto na qualidade de vida.

Como é o atendimento de emergência no infarto

O correto diagnóstico de infarto só pode ser realizado por um médico. Na avaliação são considerados os sintomas, como a dor no peito, e são analisados outros dados, como alterações no eletrocardiograma e exames de sangue.

Ao chegar em uma emergência cardiológica com sintomas de infarto, é realizado um eletrocardiograma. Este exame mostra se há alguma alteração cardíaca naquele momento. É possível, no entanto, que o eletrocardiograma se apresente normal, o que não exclui a possibilidade de um infarto. Por isso, na consulta de emergência com o Cardiologista, quando há uma suspeita forte, é obrigatória a analise de outros exames.

A avaliação clínica é complementada com a avaliação de algumas substâncias liberadas pelo infarto na circulação sanguínea, as enzimas. Esse controle exige a realização de exames de sangue de forma seriada, com mais de uma coleta, durante algumas horas. Assim, é possível identificar se esta substância está aumentando de forma significativa no organismo. Todas essas medidas são essenciais para o correto diagnóstico do infarto e a busca da melhor solução para quem sofre o problema.

Tratamento para Desobstrução das Artérias

O infarto é a morte de células do coração, causado pela falta de irrigação do músculo cardíaco. Essa falta de irrigação acontece pela obstrução de um vaso sanguíneo. Em geral existe uma placa de gordura a qual se rompe. O contato do sangue com os elementos mais internos desta placa favorece o desenvolvimento de um coágulo e este coágulo é que irá fazer a obstrução para a passagem do sangue. Assim, é necessário restabelecer o fluxo sanguíneo naquela artéria, para que o coração receba a irrigação necessária.

Para isso, na emergência cardiológica são ministrados medicamentos chamados de trombolíticos que visam eliminar o coágulo que se formou no vaso sanguíneo. Essa medicação vai auxiliar o seu corpo a restabelecer o fluxo de sangue para o coração e irá aliviar os sintomas do infarto.

Em alguns casos, no entanto, é feita a desobstrução por meios mecânicos, a Angioplastia de urgência. Durante o procedimento o coágulo e a placa são esmagados por um balão e é feito o implante de uma prótese que irá manter a artéria aberta, o “stent”.

Medicação sublingual: somente com prescrição médica

Existem medicações que podem ser usadas de maneira sublingual ou inalatória e que ajudam a dilatar as artérias do coração. Elas melhoram o fluxo de sangue para a região que sofre a isquemia, fazendo desaparecer o sintoma da angina (dor no peito).

Essas medicações só devem ser utilizadas se forem prescritas pelo médico. Destinam-se, principalmente, às pessoas que já tem o diagnóstico de doença coronariana, possuem angina “conhecida” e realizam regularmente acompanhamento médico.

Para esses casos, o fato da dor no peito aparecer diante de um esforço físico e rapidamente desaparecer, é um sintoma típico de angina, mas não significa que está havendo um infarto e nem que é necessário correr para uma emergência. Mas, se mesmo usando as medicações, a dor não aliviar rapidamente, é necessário recorrer a um atendimento médico de urgência.

É fundamental lembrar que este medicamento precisa ser previamente prescrito pelo médico. A automedicação pelo contrário pode causar uma perda tempo essencial para o diagnóstico e início do tratamento adequado de um infarto – ou de outra doença grave. Um erro causado pela automedicação pode afetar, inclusive, uma cirurgia de urgência.

Dr. Marcello Bastos Moreno Maia (CRM-SC 11034 | RQE 5221 | RQE 9033) é Cardiologista e Intensivista no Hospital SOS Cárdio. Atua também na clínica Prevencordis.

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