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Cateterismo Vesical Intermitente: é importante e não machuca!

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Cateterismo Vesical Intermitente: é importante e não machuca – Por Dr. Aguinel José Bastian Júnior (CRM/SC 5179 RQE 9107), Urologista no Hospital SOS Cárdio e na UROMED – Clínica do Aparelho Genitourinário.

Nos hospitais onde predominam pacientes mais idosos, acamados e com internações prolongadas a familiaridade com o cateterismo vesical intermitente é fundamental para proporcionar a adequada abordagem das retenções urinárias, que não raro se apresentam também em pacientes submetidos a grandes cirurgias.

O cateterismo vesical intermitente consiste na retirada da urina por meio de uma sonda, diversas vezes por dia, e é um procedimento conhecido e corriqueiro nos hospitais, facilmente realizado por técnicos de enfermagem adequadamente treinados. Apesar de corriqueiro, com alguma frequência vemos os familiares e pacientes angustiados com a aparente invariabilidade desse método e muitas vezes nos perguntam: “não seria melhor deixar a sonda de demora para não agredir o paciente passando uma sonda tantas vezes por dia?”

O primeiro conceito importante a guardar é que a sonda de demora (aquela com coletor de urina que fica permanentemente no paciente) não tira o paciente do quadro de retenção urinária pois, ao ser retirada, frequentemente o paciente continua sem conseguir urinar espontaneamente. Daí surge a necessidade de uma transição entre a condição de sondado e a retomada da micção espontânea. Para complicar ainda mais a situação do doente com sonda de demora, vale lembrar que esta invariavelmente leva à infecção urinária. Existem diversos estudos demonstrando que mesmo em condições perfeitas de antissepsia, em 48 horas a bexiga de um paciente sondado já está contaminada por bactérias de sua própria uretra.

Bem, se manter o paciente sondado perpetua a infecção urinária e, se ao retirarmos a sonda ele continua em retenção urinária, que solução existe para esse impasse? O cateterismo vesical intermitente!

O cateterismo vesical intermitente deve ser realizado de 4 a 6 vezes ao dia, na dependência do volume de urina produzido pelo paciente, com uma simples sonda de plástico, em regime de antissepsia hospitalar. Após a adequada lubrificação da sonda e da uretra com Lidocaína gel, passa-se a sonda no paciente, drena-se toda a urina da bexiga e imediatamente retira-se a sonda descartando-a. Simples assim.

Cateterismo Vesical Intermitente

É de suma importância esclarecer alguns tópicos para os pacientes e seus familiares:

Assim exposto fica um pouco mais fácil de entender e de aceitar com naturalidade o cateterismo intermitente. É a forma mais parecida com a micção espontânea de se resolver a condição de retenção urinária. Não dói, não machuca, não causa infecção e, quando feito com perícia e carinho por um profissional de enfermagem dedicado, é mais um ato de atenção e cuidado para com o paciente.

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