Medicina Nuclear no Diagnóstico e Tratamento de Doenças Cardiovasculares – *Por Dr. Aurélio Pacheco Costa Filho CRM-SC 5182 Cardiologia RQE 1919 Medicina Nuclear RQE 2152
A Medicina Nuclear tornou-se uma das principais aliadas no diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares. Utiliza métodos avançados e específicos de imagem que complementam exames tradicionais. A especialidade faz uso de traçadores com pequenas e seguras doses de materiais radioativos (conhecidos como radiofármacos ou radiotraçadores) para avaliar a fisiologia cardíaca e detectar alterações cardiovasculares. Principalmente decorrentes de doença arterial coronariana, cardiomiopatias, miocardite.
Diferenciais da Medicina Nuclear
De forma não invasiva, os exames com radiotraçadores são capazes de fornecer informações funcionais cardiológicas. Eles complementam os detalhes anatômicos demonstrados por outras técnicas. Como, por exemplo, o cateterismo e a angiotomografia das coronárias. Outro diferencial é a possibilidade de apontar alterações consequentes a doenças cardiovasculares que afetam o funcionamento do coração. Além disso, permitem avaliar a extensão da gravidade e definir a conduta ideal, seja para tratamento clínico ou cirúrgico.
Apesar do uso de radiação, os exames são seguros e as taxas de exposição são baixas. Não oferecendo riscos ou complicações aos pacientes. Podem ser realizados em qualquer faixa etária, incluindo crianças. Porém, são contraindicados para gestantes, situação em que se deve evitar o uso de métodos com radiação ionizante.
Tipos de Exames e Principais Indicações
Entre as técnicas disponíveis na Medicina Nuclear para a avaliação de doenças cardiovasculares, estão a Cintilografia de Perfusão Miocárdica e o PET Cardiológico. Ambos se destacam pela precisão dos resultados. As indicações são variadas e dependem da especialidade e da doença de base do paciente.
Cintilografia de Perfusão Miocárdica
A Cintilografia de Perfusão Miocárdica é indicada para pesquisa e avaliação da extensão de doença arterial coronariana (DAC), de infarto do miocárdio prévio, na angina pectoris, na dispneia de esforço, além de dados da função ventricular.
O exame se baseia na administração endovenosa de radiofármaco – normalmente 99mTc-MIBI, ou do radiotraçador tálio-201, que mostra concentração miocárdica proporcional ao fluxo sanguíneo regional, dependente da integridade da membrana e do metabolismo celular (células normais, em sofrimento isquêmico ou necróticas). Em duas etapas, a administração é feita em repouso e durante uma prova de estresse físico (teste ergométrico) ou farmacológico (normalmente com dipiridamol). Este último, indicado para os casos onde não é possível a realização de esforço, visando a obtenção de imagens úteis para diagnóstico, prognóstico e acompanhamento terapêutico da DAC.
Uma das principais vantagens da Cintilografia de Perfusão Miocárdica, além do diagnóstico da doença isquêmica do coração, é a avaliação prognóstica e a orientação ao tratamento mais adequado ao paciente.Quer seja com medicamentos, reabilitação, angioplastia ou cirurgia de revascularização miocárdica.
PET Cardiológico
Mais sensível e acurado que a Cintilografia de Perfusão Miocárdica, o PET Cardiológico (tomografia por emissão de pósitrons) é melhor indicado nos casos de pacientes portadores de DAC grave com disfunção ventricular severa. O exame utiliza glicose (FDG) marcada com o radioisótopo flúor-18 e permite a avaliação do metabolismo miocárdico, definindo e quantificando a vitalidade das células cardíacas comprometidas por um infarto ou injúria crônica. Através do resultado, é possível definir se há viabilidade miocárdica. Ou seja, se o paciente tem chance de se beneficiar com angioplastia ou cirurgia de revascularização (colocação de ponte) miocárdica.
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