Cirurgia Cardíaca Minimamente Invasiva

Cirurgia Cardíaca Minimamente Invasiva

A cirurgia cardíaca minimamente invasiva para troca de válvula aórtica vem se consolidando como uma das alternativas terapêuticas para pacientes que necessitam dessa troca de forma isolada. Consiste em uma incisão de apenas seis centímetros. Com abertura parcial do osso esterno, através da qual se consegue realizar a troca da válvula aórtica com a mesma segurança da cirurgia aberta – que tem cerca de 25 centímetros. A técnica não requer o uso de câmera ou outro material específico.

Com a mesma duração das cirurgias abertas – de 2 horas e meia a 3 horas, a cirurgia cardíaca minimamente invasiva é menos agressiva ao paciente. A menor incisão do esterno proporciona menos dor no pós-operatório e diminui o índice de transfusão do paciente. Ou seja, existe uma menor agressão cirúrgica.

Cirurgia Cardíaca Minimamente Invasiva –  Aplicação

A cirurgia cardíaca minimamente invasiva vem se estabelecendo como uma rotina no serviço de Cirurgia Cardiovascular do Hospital SOS Cárdio, nos casos de troca isolada da válvula aórtica. Nos casos de cirurgias combinadas, com troca de válvula aórtica e mitral, ou troca de de válvula aórtica com revascularização (ponte de safena), é feita a cirurgia convencional.

É preciso salientar ainda que, em alguns casos, pode haver a necessidade de uma incisão maior, mesmo tendo sido programada uma cirurgia minimamente invasiva. Em geral, a mudança é decorrente de questões anatômicas do paciente, pelo posicionamento da aorta ou mesmo da válvula.

Benefícios da Cirurgia Minimamente Invasiva

O que temos visto em nossa experiência com a cirurgia cardíaca minimamente invasiva é uma menor incidência de dor no pós-operatório. Além disso, há menor uso de transfusão sanguínea e, ainda, menor tempo de internação hospitalar.

Na cirurgia minimamente invasiva, o paciente se recupera mais rápido. O impacto psicológico também é menor, se comparado à cirurgia convencional. Além disso, do ponto de vista estético, é muito melhor para o paciente, pois a cicatriz é pequena.  

Mini-incisão e Prótese Valvar de Rápido Implante

Uma prática que temos adotado e que tem diminuído ainda mais o tempo de circulação extracorpórea e a agressividade da cirurgia é a associação da mini-incisão com a válvula de rápido delivery. Essa prótese valvar, com a qual temos tido uma importante experiência, tem apresentado ótimos resultados. Trata-se de um recurso direcionado a pacientes mais graves, que precisam de um tempo menor de circulação extracorpórea e de coração parado. A combinação da prótese de rápido implante com a mini-incisão é mais uma alternativa, muito promissora, no tratamento das doenças da válvula aórtica.

Sobre o autor:

Este artigo foi escrito com base em entrevista com o Dr. Sergio Lima de Almeida (CRM 4370 / RQE 5893), cirurgião cardiovascular em Florianópolis/SC. Dr. Sergio é Chefe do Serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital SOS Cárdio e da Equipe Seu Cardio. Formado em Medicina pela Universidade Federal do Estado de Santa Catarina – UFSC e com residência na Beneficência Portuguesa, na equipe do Dr. Sergio Oliveira, aperfeiçoou-se em plastia de válvulas na Cleveland Clinic, acompanhando Dr. Delos Cosgrove, e em cirurgia de cardiopatia congênita complexa, no Children Hospital – Harvard Medical School, acompanhando Dr. Aldo Castañeda. Foi também cirurgião cardiovascular do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis/SC, por 10 anos. Realiza diariamente procedimentos como: cirurgias de revascularização do miocárdio, cirurgia de válvulas e da aorta, além de implantes de marcapassos cardíacos. Com grande experiência em idosos, vem abordando o tema em congressos nacionais e internacionais.

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Derrame Pericárdico: causas e tratamento

Derrame Pericárdico: causas e tratamento

O coração não está completamente solto em nosso tórax. Para manter a sua posição ideal e bater de forma eficiente, ele é revestido por uma membrana chamada pericárdio. Ela envolve e confere estabilidade ao coração e às raízes dos grandes vasos sanguíneos.

Outra função importante do pericárdio é produzir uma pequena quantidade de líquido que fica entre o coração e a própria membrana. Esse líquido tem como objetivo reduzir o atrito das batidas do coração. No entanto, algumas doenças podem fazer com que o pericárdio aumente a produção deste líquido de forma exagerada. O excesso de líquido no local comprime o coração e compromete todo o sistema. Para essa produção excessiva, damos o nome de Derrame Pericárdico. E, uma das suas principais consequências, é o Tamponamento Cardíaco, uma emergência médica.

Como acontece o Derrame de Pericárdio

Uma das principais causas do Derrame Pericárdico são as infecções por vírus na própria membrana que envolve o coração, as chamadas pericardites. Doenças como a tuberculose, colagenose e, até mesmo, metástases tumorais também costumam desencadear a produção excessiva de líquido pericárdico e provocar o problema.

É importante ressaltar que o pericárdio é constituído por camadas com baixa capacidade de distensão. Assim, um maior volume de líquido pericárdico pode aumentar significativamente a pressão sobre o coração. Dessa forma, acaba prejudicando o seu funcionamento e podendo levar ao tamponamento cardíaco. Em alguns casos, o coração pode chegar a parar de bater e o risco de morte é real.

Velocidade do Derrame

Tão importante quanto o volume de líquido em excesso, é a velocidade com que ele é produzido. Isso pode ser decisivo para o aparecimento de sintomas e para as consequências sobre o sistema cardiovascular.

“Geralmente, a rápida produção de líquido em excesso, mesmo em pouco volume, não permite que a membrana se adapte da forma necessária. Isso aumenta repentinamente a sua pressão interna e pode ter consequências agudas, como o tamponamento cardíaco. Quando o derrame acontece em maior volume, mas lentamente, pode haver um grande acúmulo de líquido sem tamponamento. Isso acontece devido ao fato de haver uma adaptação e distensão gradual do pericárdio. Dessa forma, permite acomodar um maior volume de líquido sem compressão excessiva sobre o coração.” – Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular (CRM 4370 / RQE 5893).

Sintomas do Derrame Pericárdico

O derrame pericárdico pode ser leve, moderado ou de grande porte. Porém, os sintomas estão mais relacionados à causa do que à extensão.

Em casos moderados, relacionados a pericardites, o derrame pericárdico pode provocar desconforto no peito. Em situações mais graves, a dor no peito pode ter características similares ao infarto.

“Na cirurgia cardíaca, o derrame pericárdico pode acontecer no pós-operatório, por conta do acúmulo de sangue em volta do coração. Para evitar isso, os pacientes saem da sala de cirurgia com um pequeno dreno, que previne o acúmulo de líquidos.” Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular (CRM 4370 / RQE 5893).

Tamponamento Cardíaco

O tamponamento cardíaco é uma emergência médica e pode levar à morte rapidamente.

“A pressão do líquido proveniente do derrame pericárdico pode fazer o coração parar de bater. Nesses casos, os pacientes costumam entrar em choque, apresentam hipotensão e desconforto geral significativo.” Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular (CRM 4370 / RQE 5893).

Diagnóstico e Tratamento

O ecocardiograma é o melhor exame para realização do diagnóstico do derrame pericárdico. Há vezes em que a doença é percebida por acaso, durante exames de rotina ou com outros objetivos.

Nos casos em que o derrame pericárdico não é significativo e não prejudica a função do coração, o paciente passa a ser acompanhado de perto pelo Cardiologista Clínico. Esse acompanhamento é importante e costuma contemplar a realização frequente de exames de ecocardiograma.

No entanto, nos casos mais graves, em que o derrame mostra-se crescente, a solução do problema está diretamente relacionada à cura da doença de origem (pericardite, tuberculose, colagenose e tumores).

Muitas vezes, há necessidade de se realizar a biópsia e a drenagem do líquido para elucidação diagnóstica em laboratório. A análise do tecido é feita por um exame anátomo-patológico.

“O tamponamento cardíaco exige intervenção direta e imediata. Ela implica na descompressão do coração por meio da retirada do líquido em excesso. Isso pode ser feito de duas formas: com uma punção para drenagem do líquido ou com uma pequena incisão no terço inferior do tórax, com a colocação de um dreno. Utiliza-se esta mesma via de acesso para realização da biópsia e da drenagem, em casos que se intervém para diagnóstico.” – Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular (CRM 4370 / RQE 5893).

A descompressão tende a reverter o tamponamento cardíaco em questão de segundos. Porém, para que ele não venha a se repetir, é necessário descobrir os motivos que levaram ao derrame pericárdico e tratá-los.

Cuide da saúde do seu coração. Em caso de sintomas, busque assistência médica. 

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Como é a vida depois da cirurgia cardíaca?

Como é a vida depois da cirurgia cardíaca?

Geralmente, diante da necessidade de se operar o coração, os pacientes passam por uma diversidade de sentimentos. Tanto a ansiedade quanto o medo costumam estar presentes. Além disso, o receio de como será a vida depois da cirurgia cardíaca. 

Essa reação comum está muito relacionada ao fato de que a cirurgia representa um risco com hora marcada. Porém, é importante ressaltar que, com a doença, o risco pode ser diário e, até mesmo, maior. 

É importante esclarecer que a vida do paciente tem limitações antes do procedimento, impostas por seu problema cardíaco. Assim, um dos objetivos da cirurgia é reduzir essas limitações. Dessa forma, geralmente, a vida depois de se operar o coração não é limitada pelo procedimento em si, mas pela própria doença que levou a pessoa a passar pela cirurgia.

Após a cirurgia, como ficam os sintomas e o risco?

No paciente que tem doença de válvula cardíaca, uma das queixas mais comuns é a falta de ar. O desconforto pode surgir ao realizar atividades muito básicas, como subir um lance de escadas ou varrer a casa. Atividades diárias que antes não causavam cansaço, passam a ficar difíceis. Essa é uma limitação de vida muito grande que, com a correção cirúrgica, na maioria dos casos, desaparece por completo.  

No paciente que possui doença coronariana e risco de infarto, a indicação cirúrgica ocorre quando as lesões no coração representam risco elevado de complicações ou, até mesmo, morte. Na maioria dos casos, o tratamento cirúrgico alivia por completo os sintomas e diminui substancialmente o risco. 

Restrições depois da cirurgia cardíaca

É comum o medo de restrições na vida depois da cirurgia cardíaca. Com ele, surgem muitas dúvidas e questionamentos sobre a lista de proibições. 

Esta lista com certeza possui um item: não fumar.  Não fumar é essencial para a manutenção do tratamento do paciente, e isso não está relacionado com o procedimento cirúrgico em si somente, mas sim com a doença que levou o paciente a ser operado. Evidentemente, podem haver outras restrições. No entanto, elas são particularizadas caso a caso.

As recomendações do pós-operatório de cirurgia cardíaca são essenciais para uma vida mais saudável. Quando o paciente tem alguma doença, existem recomendações específicas acerca da sua condição de saúde. Assim, é recomendado controlar os fatores de risco para evitar uma nova cirurgia no futuro. 

Alguns exemplos:

  • O paciente hipertenso deve controlar a ingestão de sal;
  • Diabéticos não devem abusar do açúcar na dieta;
  • Os obesos devem ter mais atenção à alimentação e à prática de atividades físicas.

A prevenção é igual para todos 

Se o paciente operado não possui nenhum dos fatores de risco, as recomendações para ele no pós-operatório são as mesmas daqueles que nunca operaram o coração, ou seja, hábitos saudáveis de vida. O que varia é aquilo que na medicina chamamos de nível de prevenção.

  • Prevenção Primária: hábitos saudáveis aplicados por uma pessoa que não tem a doença, mas deseja se prevenir. É o caso de pessoas que nunca passaram por uma cirurgia cardíaca;
  • Prevenção Secundária: quando a implementação desses mesmos hábitos objetiva prevenir que a doença evolua. É o caso do paciente que tem uma doença cardíaca e passou por um procedimento cirúrgico.

Assim, os hábitos são os mesmos, seja para a pessoa que está se prevenindo do aparecimento da doença, ou para a que se previne da evolução do seu problema de saúde. As recomendações preventivas são iguais, tendo o paciente realizado uma cirurgia cardiovascular ou não.

O objetivo é a qualidade de vida

A cirurgia não impõe uma restrição à vida do paciente. É um tratamento que visa melhorar o bem-estar, a saúde e a longevidade.

Alguns hábitos, como atividades físicas, devem ser retomados gradualmente, com auxílio do cardiologista clínico. No pós operatório imediato, o paciente deve priorizar as orientações recebidas do cirurgião cardiovascular e iniciar os chamados exercícios leves. A caminhada diária de pequenas distâncias é o ideal. Com o tempo, a intensidade do exercício pode ir aumentando, até que se chegue no que era realizado previamente. 

No entanto, é fundamental o acompanhamento clínico periódico pelo paciente depois da cirurgia cardíaca. Essa graduação dos hábitos de vida, até que se alcance uma vida absolutamente normal, varia de acordo com cada paciente, corpo e coração, e, portanto, requer acompanhamento de um cardiologista. 

Como visto, a vida depois da cirurgia cardíaca pode ser retomada sem grandes mudanças. A qualidade de vida dependerá muito mais da doença que levou o paciente a operar o coração, do que do procedimento em si. Portanto, o acompanhamento com seu cardiologista clínico depois da cirurgia cardíaca é essencial.

Circunferência Abdominal e Prevenção de Doenças Cardíacas

Circunferência Abdominal e Prevenção de Doenças Cardíacas

Mais de 1100 mortes por dia. O número é chocante, mas traduz uma realidade que precisa da nossa atenção. As doenças cardiovasculares, afecções do coração e da circulação sanguínea são a principal causa de morte no Brasil e no Mundo. E isso pode estar diretamente relacionado aos hábitos de vida e à medida da circunferência abdominal dos pacientes.

“São cerca de 400 mil mortes por ano. E grande parte desses óbitos poderiam ser evitados ou postergados com medidas preventivas e terapêuticas. Mas, infelizmente, muitas pessoas só percebem a gravidade da situação após um evento cardíaco grave.” – Dra. Ana Teresa Glaser Carvalho, Médica Cardiologista (CRM 12083 | RQE 14741 | RQE 14740).

O sobrepeso e a obesidade estão entre os principais fatores de risco para a ocorrência de problemas cardíacos. Eles estão relacionados não só à características genéticas, mas também ao estilo de vida das pessoas.

Síndrome Metabólica

Para entender o risco que o aumento da circunferência abdominal representa para o nosso coração, é preciso conhecer a Síndrome Metabólica. Ela consiste em um conjunto de fatores de risco que se manifestam em um indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes.  

A síndrome metabólica envolve a presença de 3 ou mais dos seguintes critérios:

  • Aumento da circunferência abdominal ( > 94 cm em homens e > 80 cm em mulheres);
  • Glicemias > 100 mg/dl ou diabetes em tratamento;
  • Pressão arterial > 130/85 mmHg ou hipertensão em tratamento;
  • Triglicerídeos > 150 mg/dl;
  • HDL- colesterol < 40 em homens e < 50 em mulheres.

“O excesso de células de gordura provoca uma série de reações metabólicas inflamatórias que se espalham por todo o corpo. Isso prejudica o funcionamento dos órgãos e sistemas. Por isso a obesidade é considerada uma doença crônica e grave.” – Dra. Ana Teresa Glaser Carvalho, Médica Cardiologista (CRM 12083 | RQE 14741 | RQE 14740).

Circunferência Abdominal

Um dos principais sinais de que precisamos prestar mais atenção à nossa saúde é o aumento da circunferência abdominal. Ele significa uma maior quantidade de tecido adiposo (gordura) acumulada em nosso corpo. Especialmente aquela localizada no abdome, entre os órgãos. A chamada gordura visceral.

“É muito importante que as pessoas façam acompanhamento regular com o médico cardiologista. Nessa oportunidade, além de uma série de outros exames, o profissional poderá medir a circunferência abdominal do paciente.” – Dra. Ana Teresa Glaser Carvalho, Médica Cardiologista (CRM 12083 | RQE 14741 | RQE 14740).

Como prevenir doenças cardiovasculares 

O tratamento da síndrome metabólica e a prevenção das doenças cardíacas passa por uma mudança ampla no estilo de vida das pessoas. E, entre os objetivos, está a redução da circunferência abdominal.

Para tanto, é necessário adotar as seguintes medidas:

Consultar o médico cardiologista periodicamente: 

Muitas doenças, como a hipertensão, não apresentam sintomas, devendo ser rastreadas.  Além disso, possuímos predisposições genéticas que podem se manifestar ao longo dos anos. Reconhecê-las precocemente é fundamental para que possamos atuar na prevenção. 

Terapias como o uso de medicamentos para o controle da hipertensão arterial e do diabetes, assim como para o controle do colesterol e dos triglicerídeos, são extremamente importantes para evitar agravos à saúde.

Praticar exercícios físicos: 

Com orientação profissional, o exercício físico auxilia de forma segura na perda de peso e na redução da circunferência abdominal. Além disso, a ciência comprova que a prática regular de exercícios físicos traz inúmeros benefícios para a saúde, como: 

  • Redução da pressão arterial sistêmica; 
  • Redução do estresse;
  • Fortalecimento dos ossos e músculos; 
  • Maior sensibilidade à insulina e maior tolerância à glicose (prevenção e tratamento do diabetes);
  • Maior concentração de HDL (colesterol bom) e menor concentração de triglicerídeos e LDL (colesterol ruim);
  • Melhora a atividade sexual. 

Alimentação saudável: 

Uma dieta saudável é fundamental para a redução da circunferência abdominal. A ciência comprova que os alimentos que consumimos podem ser decisivos tanto para causar, como para prevenir doenças. 

Consumir produtos naturais como legumes, frutas, verduras, grãos, proteínas e gorduras de boa qualidade está diretamente relacionado a uma redução dos processos inflamatórios (especialmente nas artérias e intestino). 

Já o consumo de produtos industrializados, que costumam possuir muito sódio, açúcar e farinhas brancas, pode levar à carência nutricional e, ao mesmo tempo, favorece a obesidade, o aumento da circunferência abdominal e ao desenvolvimento da síndrome metabólica.

Parar de fumar: 

A cada tragada, o fumante  absorve substâncias tóxicas e inflamatórias. Entre elas, está a nicotina. Tais substâncias são despejadas no sangue do paciente e têm um efeito inflamatório. Além de provocarem diversos tipos de câncer, elas causam lesão das camadas mais internas dos vasos sanguíneos. Tal efeito inflamatório pode levar à obstrução das artérias, ao infarto do coração e ao Acidente Vascular Cerebral.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia alerta que o tabagismo é o maior risco controlável na prevenção de doenças cardiovasculares. Os tabagistas têm de 2 a 3 vezes mais risco de sofrer um derrame( AVC), um infarto do miocárdio e doença arterial periférica. Além disso, têm 12 a 13 vezes mais risco de ter doença pulmonar obstrutiva crônica. E quando os fumantes sofrem um infarto, eles morrem mais que os não fumantes. 

Combater o Alcoolismo: 

O consumo excessivo de álcool aumenta a pressão arterial e o risco de arritmias cardíacas, aumentando o risco cardiovascular. As bebidas alcoólicas também podem provocar danos ao Sistema Nervoso Central e acúmulo de gordura no fígado. A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda moderação no consumo de álcool.

Viva mais e com melhor qualidade de vida. Consulte o Médico Cardiologista regularmente e fique atento à circunferência abdominal. Os médicos da Equipe Seu Cardio estão a sua disposição. 

Sobre a Autora:

Dra. Ana Teresa Glaser Carvalho é Médica Cardiologista (CRM 12083 | RQE 14741 | RQE 14740).

Especialidades:

– Cardiologia (14741);

– Clínica Médica (14740).

Formação acadêmica:

– Graduação em Medicina pela UFPR (1992 – 1998);

– Residência Médica em Clínica Médica no Hospital Governador Celso Ramos (2013 – 2015);

– Residência Médica em Cardiologia no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina (2015 – 2017);

– Estágio em Ecocardiografia no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina

(2017 – 2019);

– Título de Especialista em Cardiologia pela AMB e SBC (2017).

Arritmia Cardíaca: quando é necessário um CDI ou Marcapasso?

Arritmia Cardíaca: quando é necessário um CDI ou Marcapasso?

As arritmias cardíacas são bastante frequentes na população brasileira. Estima-se que um a cada 10 brasileiros sofra com algum tipo de descompasso do coração. Segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, a doença é responsável por 320 mil mortes súbitas no Brasil. 

Neste post, vamos procurar esclarecer a relação entre taquicardia, arritmia cardíaca e a necessidade de implante de marcapasso ou CDI. Quando a taquicardia deve ser investigada? Quando a taquicardia pode ser uma arritmia cardíaca que requer tratamento? Em quais casos é indicado o implante de um marcapasso ou desfibrilador – CDI? Confira essas e outras informações a seguir.

Taquicardia é um problema cardíaco?

Taquicardia é o termo utilizado para frequência cardíaca aumentada, não necessariamente uma arritmia cardíaca. Ou seja, um corredor chega ao final de uma prova taquicárdico. Da mesma forma, uma pessoa que toma muito estimulantes pode ficar taquicárdica. Assim, não necessariamente é uma arritmia, mas apenas o aumento da frequência cardíaca.

A percepção do paciente com taquicardia pode ser a de uma pulsação rápida, palpitação ou mesmo frequência cardíaca acima do normal, aferida em rotina ambulatorial. 

Contudo, se a pessoa costuma ter taquicardia com frequência, é importante realizar uma investigação médica. Afinal, pode ser a manifestação clínica de alguma doença, tanto do coração quanto de doença sistêmica.

Como é realizada a avaliação de arritmia cardíaca?

No caso de arritmia cardíaca, é importante a investigação cardiológica. Nela, são contemplados alguns exames, a começar pelo eletrocardiograma, que mostrará o ritmo de base. Como o eletrocardiograma avalia um período curto da frequência cardíaca, outros exames podem ser necessários. Entre eles, o Holter, que avalia a frequência cardíaca durante um período 24 horas. 

“Seria como comparar uma fotografia (resultado do eletrocardiograma) a um filme (resultado do Holter). Tais exames permitem o diagnóstico correto sobre o tipo de distúrbio de ritmo do coração. Dessa forma, é possível diagnosticar se há ou não uma arritmia mais grave.” – Dr. Portiuncola Gorini (CRM-SC 8296/RQE 5327), cirurgião cardiovascular.

A investigação segue com a realização de exames rotineiros e de uma avaliação cardiológica aprofundada, que considere a história do paciente e seu exame físico. O tratamento final depende não só do tipo de arritmia cardíaca, mas também da sua causa e de possível doença cardíaca associada.

Tratamentos da Arritmia Cardíaca e CDI

Há vários tipos de tratamentos para a arritmia cardíaca de frequência alta. Entre eles, o mais simples é o uso de medicamentos que controlam a frequência cardíaca ou previnem o desencadeamento da arritmia. 

Nos casos mais graves, pode ser necessário o mapeamento da arritmia através de estudos invasivos e do isolamento do foco da arritmia. Essa abordagem pode ser realizada por meio de cateter ou, até mesmo, de uma cirurgia cardíaca, como a revascularização do miocárdio.

Em outros casos, onde há risco de morte pela arritmia cardíaca, é implantado o chamado CDI – cardioversor e desfibrilador implantável. Este aparelho tem a finalidade de monitorar o coração continuamente, detectar as possíveis arritmias e tratá-las de forma adequada. 

“Caso o coração diminua muito a frequência cardíaca, o CDI funcionará como um marcapasso. Em caso de uma arritmia cardíaca que seria fatal, o CDI aplica algumas terapias, ou mesmo um choque, para resgatar o ritmo cardíaco do paciente.” – Dr. Portiuncola Gorini (CRM-SC 8296/RQE 5327).

O CDI é indicado para pessoas que passaram pela terrível experiência de uma parada cardíaca por arritmia e foram recuperadas. Além disso, é também indicado para pacientes que não são passíveis de tratamento efetivo e controle da arritmia de base. Uma vez desencadeada esta arritmia cardíaca, a única forma de tratamento (longe do auxílio médico) é através do CDI.

O Funcionamento do CDI

Os CDIs têm uma longevidade média de 5 a 12 anos. No entanto, os portadores de CDIs devem realizar um acompanhamento médico trimestral ou semestral para avaliar a integridade do sistema e a evolução clínica da sua saúde.

Os CDIs registram o ritmo cardíaco. Assim, se houver algum tipo de arritmia cardíaca, o médico consegue identificá-la. No acompanhamento periódico, o médico também avalia o desempenho do aparelho – se aplicou alguma terapia, que não necessariamente é um choque, ou se foi necessário o choque.

Nas avaliações, o médico realiza, ainda, eventuais ajustes no CDI. A programação do aparelho é feita individualmente para cada paciente e desfecho clínico, podendo ser mudada a cada consulta.

No caso de troca de CDI, substitui-se o aparelho todo. Os eletrodos colocados na primeira vez, se estiverem em boas condições, são mantidos. Geralmente, na ocasião, aproveita-se para trocar por um aparelho mais moderno, com bateria mais durável e melhores recursos. Dessa forma, beneficiando o portador do dispositivo.

Arritmia Cardíaca e Marcapasso

O marcapasso procura ajustar o ritmo do coração. O marcapasso simples é usado para o caso das bradiarritmias (perda do ritmo com frequência cardíaca baixa). Normalmente, as manifestações mais comuns desse tipo de arritmia cardíaca são tonturas e perda de consciência, mas podem ocorrer até convulsões. 

“Devido a esses sintomas, muitas pessoas passam por consultas neurológicas antes de uma avaliação cardiológica. Muitas vezes, porque relacionam problemas cardíacos à idade. No entanto, vale dizer que não há limite de idade para implante de marcapasso. Os implantes de marcapasso para tratamento de arritmias cardíacas são realizados tanto em crianças recém-nascidas quanto em pessoas bem idosas.” – Dr. Portiuncola Gorini (CRM-SC 8296/RQE 5327).

Se você sofre com arritmia cardíaca, acompanhe regularmente com o seu cardiologista. O tratamento pode ser simples, apenas com medicação, ou mesmo passar pela necessidade de implante de marcapasso cardíaco. No entanto, cada caso deve ser avaliado de forma individualizada. Cuide da sua saúde!

Para saber quais são as principais orientações sobre marcapassos, faça o download gratuito da nossa cartilha Marcapassos: orientações aos pacientes:

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*Post publicado em agosto/2026 e atualizado em fevereiro/2020.