As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as mulheres de 30 a 69 anos no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, sendo responsável por maior número de mortes do que o câncer. O infarto é segunda doença responsável por essas mortes e o acidente vascular cerebral é a primeira. Estima-se que o risco de morte por infarto em mulheres é 50% maior do que nos homens. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada cinco mulheres adultas estão propensas a desenvolver doenças cardiovasculares. A combinação cigarro e uso da pílula é um dos fatores de risco que contribuem para esse dado alarmante. 

Risco maior de infarto em mulheres fumantes e que usam pílula 

O infarto do miocárdio ocorre quando há obstrução das artérias coronárias, impedindo que o sangue chegue até o músculo cardíaco. Os fatores de risco que podem levar à formação de placas e obstrução das artérias são: 

Nas mulheres, o risco de infarto é duas vezes maior quando a mulher é fumante e usa pílula anticoncepcional. A combinação cigarros e pílula aumenta significativamente o risco de formar coágulos no interior das artérias e veias. Da mesma forma, é importante lembrar que a fumante passiva também apresenta maior risco cardiovascular. 

O cardiologista Jamil Schneider alerta que essa combinação é muito perigosa, principalmente nas mulheres que já possuem um risco cardíaco pré-existente. 

“Mulheres hipertensas e diabéticas, por exemplo, já possuem condições que por si só já aumentam o risco de infarto. Esses dois fatores, quando associados ao cigarro e à pílula anticoncepcional. acabam aumentando ainda mais esse risco” – Dr. Jamil Cherem Schneider (CRM-SC 3151 / RQE 2874), cardiologista em Florianópolis/SC.

De acordo com a OMS, o infarto do miocárdio é mais fatal nas mulheres do que nos homens. Além disso, os sintomas também são diferentes nas mulheres. Enquanto que nos homens prevalece uma forte dor no peito que irradia para os braços, elas costumam sentir náusea, fraqueza, dores gástricas e falta de ar. Sintomas que podem facilmente ser confundidos com outras doenças. 

Trombose, Embolia Pulmonar e AVC 

Além do risco de infarto em mulheres fumantes que usam anticoncepcional ser maior, são maiores também os riscos de outros graves problemas de saúde. 

A trombose venosa é um deles, que ocorre quando há formação de coágulos nas veias das pernas e do abdômen. Esse quadro pode evoluir para embolia pulmonar, quando o coágulo de desloca até os pulmões. Trata-se de uma condição de saúde que requer atendimento imediato. 

“A mulher fumante tem um risco maior de doenças nas artérias das pernas, que ficam mais propensas à formação de placas de gordura. Em última análise, levarão à obstrução dessas artérias, dificultando a chegada de sangue para os membros inferiores. Além disso, aumenta o risco de acidente vascular cerebral (AVC).” – Dr. Jamil Cherem Schneider (CRM-SC 3151 / RQE 2874), cardiologista em Florianópolis/SC. 

Prevenção é o melhor remédio 

De acordo com a OMS, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. Cultivar hábitos de vida saudáveis, com alimentação adequada, prática de atividades físicas regulares e, também, visitar o médico cardiologista regularmente, são atitudes que podem minimizar os riscos. 

Já para as mulheres em idade fértil que fazem uso da pílula como método contraceptivo – e ainda são fumantes – fica o alerta. Afinal, o risco de infarto em mulheres nessa situação é maior. Assim, uma conversa franca com o médico de confiança pode ser útil para decidir por qual caminho seguir. A recomendação é especialmente importante para as mulheres que já têm outros fatores de risco associados. Além disso, parar de fumar é sempre uma boa opção para a saúde. 

*Dr. Jamil Cherem Schneider (CRM-SC 3151 / RQE 2874) é Cardiologista Clínico e Professor de Cardiologia da UNISUL. Com mais de 30 anos de atuação em Cardiologia, atua nas clínicas Hemocordis e Prevencordis e no Hospital SOS Cárdio, todos em Florianópolis/SC.

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Equipe Seu Cardio
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