Geralmente, diante da necessidade de se operar o coração, os pacientes passam por uma diversidade de sentimentos. Tanto a ansiedade quanto o medo costumam estar presentes. Além disso, o receio de como será a vida depois da cirurgia cardíaca. 

Essa reação comum está muito relacionada ao fato de que a cirurgia representa um risco com hora marcada. Porém, é importante ressaltar que, com a doença, o risco pode ser diário e, até mesmo, maior. 

É importante esclarecer que a vida do paciente tem limitações antes do procedimento, impostas por seu problema cardíaco. Assim, um dos objetivos da cirurgia é reduzir essas limitações. Dessa forma, geralmente, a vida depois de se operar o coração não é limitada pelo procedimento em si, mas pela própria doença que levou a pessoa a passar pela cirurgia.

Após a cirurgia, como ficam os sintomas e o risco?

No paciente que tem doença de válvula cardíaca, uma das queixas mais comuns é a falta de ar. O desconforto pode surgir ao realizar atividades muito básicas, como subir um lance de escadas ou varrer a casa. Atividades diárias que antes não causavam cansaço, passam a ficar difíceis. Essa é uma limitação de vida muito grande que, com a correção cirúrgica, na maioria dos casos, desaparece por completo.  

No paciente que possui doença coronariana e risco de infarto, a indicação cirúrgica ocorre quando as lesões no coração representam risco elevado de complicações ou, até mesmo, morte. Na maioria dos casos, o tratamento cirúrgico alivia por completo os sintomas e diminui substancialmente o risco. 

Restrições depois da cirurgia cardíaca

É comum o medo de restrições na vida depois da cirurgia cardíaca. Com ele, surgem muitas dúvidas e questionamentos sobre a lista de proibições. 

Esta lista com certeza possui um item: não fumar.  Não fumar é essencial para a manutenção do tratamento do paciente, e isso não está relacionado com o procedimento cirúrgico em si somente, mas sim com a doença que levou o paciente a ser operado. Evidentemente, podem haver outras restrições. No entanto, elas são particularizadas caso a caso.

As recomendações do pós-operatório de cirurgia cardíaca são essenciais para uma vida mais saudável. Quando o paciente tem alguma doença, existem recomendações específicas acerca da sua condição de saúde. Assim, é recomendado controlar os fatores de risco para evitar uma nova cirurgia no futuro. 

Alguns exemplos:

  • O paciente hipertenso deve controlar a ingestão de sal;
  • Diabéticos não devem abusar do açúcar na dieta;
  • Os obesos devem ter mais atenção à alimentação e à prática de atividades físicas.

A prevenção é igual para todos 

Se o paciente operado não possui nenhum dos fatores de risco, as recomendações para ele no pós-operatório são as mesmas daqueles que nunca operaram o coração, ou seja, hábitos saudáveis de vida. O que varia é aquilo que na medicina chamamos de nível de prevenção.

  • Prevenção Primária: hábitos saudáveis aplicados por uma pessoa que não tem a doença, mas deseja se prevenir. É o caso de pessoas que nunca passaram por uma cirurgia cardíaca;
  • Prevenção Secundária: quando a implementação desses mesmos hábitos objetiva prevenir que a doença evolua. É o caso do paciente que tem uma doença cardíaca e passou por um procedimento cirúrgico.

Assim, os hábitos são os mesmos, seja para a pessoa que está se prevenindo do aparecimento da doença, ou para a que se previne da evolução do seu problema de saúde. As recomendações preventivas são iguais, tendo o paciente realizado uma cirurgia cardiovascular ou não.

O objetivo é a qualidade de vida

A cirurgia não impõe uma restrição à vida do paciente. É um tratamento que visa melhorar o bem-estar, a saúde e a longevidade.

Alguns hábitos, como atividades físicas, devem ser retomados gradualmente, com auxílio do cardiologista clínico. No pós operatório imediato, o paciente deve priorizar as orientações recebidas do cirurgião cardiovascular e iniciar os chamados exercícios leves. A caminhada diária de pequenas distâncias é o ideal. Com o tempo, a intensidade do exercício pode ir aumentando, até que se chegue no que era realizado previamente. 

No entanto, é fundamental o acompanhamento clínico periódico pelo paciente depois da cirurgia cardíaca. Essa graduação dos hábitos de vida, até que se alcance uma vida absolutamente normal, varia de acordo com cada paciente, corpo e coração, e, portanto, requer acompanhamento de um cardiologista. 

Como visto, a vida depois da cirurgia cardíaca pode ser retomada sem grandes mudanças. A qualidade de vida dependerá muito mais da doença que levou o paciente a operar o coração, do que do procedimento em si. Portanto, o acompanhamento com seu cardiologista clínico depois da cirurgia cardíaca é essencial.

Equipe Seu Cardio
Somos Cirurgiões Cardiovasculares interessados na saúde e no bem-estar de nossos pacientes. Aqui no Blog procuramos levar conhecimento à comunidade, pois acreditamos que a informação auxilia na prevenção, na adesão ao tratamento e na tranquilidade dos pacientes e seus familiares.