Pode parecer apenas um detalhe estético, mas a aparência da cicatriz após a cirurgia cardiovascular é uma das preocupações constantes entre os pacientes. Quando essas marcas não são cuidadas e tratadas, elas podem sofrer alterações resultando em dois tipos de cicatrizes: queloide e hipermetrófica.
Apesar de serem frequentemente confundidas, as cicatrizes do tipo queloide e hipertrófica evoluem de formas diferentes. Quando a marca torna-se alta, imperfeita e seu crescimento vai além da incisão. Ela pode ser um queloide, problema estético provocado por uma produção exagerada de fibras de colágeno durante o processo de cicatrização, que chega a causar causa dor e coceira.
No entanto, quando a cicatriz fica mais avermelhada no início e vai clareando com o tempo, é denominada hipermetrófica. O que a diferencia do queloide é que geralmente não ultrapassa os limites da incisão e apresenta tendência à regressão.
Fatores que influenciam a cicatrização
O aspecto da cicatriz depende de vários fatores como a localização no corpo, sentido da cicatriz em relação a linhas naturais da pele, comprimento, largura, profundidade, formato da cicatriz, características genéticas de cada individuo. Por exemplo, pacientes com cor de pele escura ou de origem oriental podem apresentar maior risco de desenvolver cicatrizes hipertróficas. Em contrapartida, pacientes idosos possuem maior chance de terem cicatrizes finas e mais estéticas.
Tipos de tratamento de Cicatrizes
Com início rápido, o tratamento adequado das cicatrizes pode ajudar a evitar o aparecimento de queloides e cicatrizes hipertróficas. Os métodos evoluíram bastante: hoje existem vários tipos de procedimentos – dos mais simples à microcirurgias. É possível alcançar um resultado estético satisfatório. Para isso, preciso ter consciência de que cicatrizes muito extensas e profundas dificilmente vão desaparecer por completo. Os tratamentos específicos para cicatrizes de cirurgias cardiovasculares são:
- Remoção com cirurgia convencional: é preciso cuidados para que a cicatriz não retorne ainda maior que a original, o que acontece em 45% dos casos.
- Curativos com silicone, gel ou placas de silicone: auxiliam no processo de renovação e regeneração da derme, corre ação auto-inflamatória e antioxidante. Melhora a textura, a coloração e a hidratação da área tratada, aumentando a suavidade da pele.
- Injeções de corticoide: os resultados satisfatórios variam entre 50 e 100% quando usado de maneira injetável. O medicamento suprime a resposta inflamatória e diminui a síntese de colágeno, inibindo o crescimento de fibroblatos e estimulando regeneração do colágeno. No entanto, os efeitos colaterais como alargamento da cicatriz, atrofia dérmica, hiperpigmentação, atraso na cicatrização são comuns em mais de 60% dos pacientes.
- Pressoterapia: consiste em pressionar o tecido lesado durante 24h, por um período de 6 a 12 meses.
- Criocirurgia: congelamento com nitrogênio líquido, repetido a cada 20 ou 30 dias. A técnica pode provocar branqueamento da cor da pele.
- Terapia com laser: é uma alternativa à cirurgia convencional. Não existem evidencias de que os queloides se tornem menos propensos a retornar.
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