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Tratamento Percutâneo de Cardiopatias Congênitas

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O tratamento percutâneo é um dos recursos disponíveis para tratar as cardiopatias congênitas. Desde a tenra idade pode ser utilizado para intervir nessas doenças de maneira curativa ou paliativa – quando há necessidade de novas intervenções futuras.

Como é o tratamento percutâneo de Cardiopatias Congênitas?

O tratamento percutâneo de cardiopatias congênitas é realizado através da inserção de um catéter em uma veia ou artéria. Esse cateter chega até o coração, onde são realizadas as correções necessárias na sua estrutura, como o fechamento de CIV (Comunicação Interventricular) e CIA (Comunicação Interatrial), por exemplo.

Crianças recém nascidas já podem passar pelo tratamento percutâneo. Atualmente já é possível fazer intervenções intra-útero. É o caso da valvuloplastia para estenose valvar aórtica crítica, realizada na criança ainda na barriga da mãe. São casos raros no Brasil, realizados por equipes treinadas e que incluem um obstetra.

Cardiopatias Congênitas que podem ser tratadas via percutânea

Atualmente o tratamento percutâneo de cardiopatias congênitas pode ser realizado em uma grande variedade de doenças, desde as cardiopatias congênitas mais simples, como a Comunicação Interatrial (CIA), quanto em cardiopatias congênitas complexas, como a Hipoplasia do Ventrículo Esquerdo, na qual o médico Hemodinamicista atua em conjunto com o Cirurgião Cardiovascular.

O percentual de sucesso do tratamento percutâneo é bastante grande. No caso da comunicação interatrial, em crianças acima de 15 a 20 quilos, dependendo da anatomia, são obtidos resultados positivos em até 99% dos casos, assim como na coartação de aorta. A valvuloplastia pulmonar é também uma cardiopatia congênita com ampla indicação de tratamento percutâneo.

Tratamento Percutâneo x Cirurgia Cardíaca

Existe um universo muito grande de tratamentos para as cardiopatias congênitas que podem ser realizados via percutânea, diminuindo a indicação de cirurgias cardíacas.

Porém, algumas cardiopatias congênitas não podem ser tratadas por via percutânea, sendo necessária a realização de uma cirurgia cardíaca. Em outros casos, a intervenção percutânea é uma alternativa paliativa, postergando a cirurgia cardíaca. É o caso de tratamento percutâneo para criar-se uma comunicação interatrial, até que se programe uma cirurgia para corrigir definitivamente o problema. Neste post, falamos sobre o tratamento de Cardiopatias Congênitas no Adulto.

Evolução do Tratamento Percutâneo de Cardiopatias Congênitas

A Melody Valve é uma prótese valvar desenvolvida para cardiopatias congênitas complexas. Ela é indicada para as pessoas que já passaram por duas, três, às vezes quatro cirurgias cardíacas, em que foi colocado um tubo valvulado entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar. Com o tempo, esses tubos ficam estenosados ou a válvula acaba ficando insuficiente. Nestes casos, o ventrículo direito começa a sofrer o impacto disso, ficando mais fraco. Então, em vez de se levar essa pessoa para troca desse tubo, é implantado dentro dele a Melody Valve. O tubo fica novamente sem estenose e a válvula retoma sua competência. Com isso, o ventrículo deixa de sofrer as consequências do tubo estenótico.

O procedimento da Melody Valve dura entre uma hora e meia a duas horas, onde o mais demorado é a preparação do local no coração onde a válvula será implantada.

O advento da Melody Valve já representa um grande avanço no tratamento percutâneo de cardiopatias congênitas. E há ainda mais por vir. Com o desenvolvimento de uma válvula que pode ser colocada na via de saída nativa do ventrículo direito, pacientes que não receberam esse tubo cirurgicamente, mas que tenham problema na válvula pulmonar, poderão receber esse novo dispositivo mesmo em via de saída nativa. É algo que poderá acontecer nos próximos dois ou três anos.

A evolução é muito grande nesta área, beneficiando principalmente os jovens com cardiopatias congênitas, que chegam na segunda década sem necessidade de uma reoperação.

Para saber mais sobre o tema, confira outros posts aqui no blog:

 

 

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