O uso de cola na cirurgia cardíaca, inicialmente, causa surpresa nos pacientes. Porém, esse recurso é utilizado em diversas especialidades médicas, não somente na cirurgia cardiovascular.
Técnicas tradicionais como aplicação de pressão local, sutura e uso do eletrocautério ainda são comuns. Porém, o uso de colas, chamadas de agentes hemostáticos, e de adesivos teciduais vem crescendo. São recursos também capazes de inibir a hemorragia e ganham espaço nas cirurgias cardiovasculares.
O objetivo do uso de cola na cirurgia cardíaca é oferecer maior sustentação às incisões, além de evitar sangramentos. Quando há cortes profundos, as estruturas são unidas através de fios reabsorvíveis, conhecidos como suturas. São essas suturas que recebem a cola. É como um reforço no fechamento das incisões.
Tipos de Cola na Cirurgia Cardíaca
A cola utilizada na cirurgia cardíaca possui substâncias que diferem no seu mecanismo de ação, custo e modo de aplicação. Quando contém agentes que atuam na coagulação sanguínea, a cola é chama ativa. Quando não há essa característica, é chamada não ativa.
Atualmente, existem no mercado os hemostáticos tópicos a base de colágeno, celulose, gelatina e trombina. Há também um tipo de adesivo de hidrogéis de polietileno-glicol. Ele possui destaque entre as opções por oferecer maior efetividade em diminuir os sangramentos vasculares. Além disso, causa menor reação inflamatória.
Há ainda opções em forma de adesivos e vedantes teciduais. Os mais utilizados são elaborados a partir de gelatina com resorsinol e formaldeído, albumina com glutaraldeído, trombina com matriz de gelatina, fibrina e cianocrilato. A escolha do tipo de matéria prima dos adesivos irá depender da gravidade, localização da ferida, risco de infecções e do tipo de sangramento.
Um terceiro grupo, chamado de polissacarídeos, é eficaz na redução de hemorragias que não podem ser tratadas pelas técnicas tradicionais. Capaz de penetrar nas “ranhuras” e bloquear o sangramento, o produto não deve ser usado em espaços fechados. Além disso, o excesso deve ser removido com irrigação para evitar compressão tecidual.
Principais Indicações
Mesmo sendo prática e eficaz, a cola na cirurgia cardíaca não é adequada para todos os casos. Em geral, é mais indicada a pacientes frágeis, quando é preciso reforçar as suturas para evitar sangramentos. Crianças, indivíduos com idade avançada e doenças associadas estão entre os eleitos ao uso de cola na cirurgia do coração.
Sem contraindicações, a cola na cirurgia cardíaca é segura e totalmente reabsorvível pelo organismo. A reabsorção acontece em até três meses após o uso. O tempo é suficiente para o que processo de cicatrização tenha finalizado e ofereça reforço natural às suturas.
Experiência do Serviço Seu Cardio
Em nossas cirurgias, usamos mais os hemostáticos não ativos com função mecânica. Entre eles, esponjas de colágeno em conjunto com selantes, como a cola biológica contendo albumina sérica com glutaraldeído. Tais recursos são utilizados para o reforço de suturas. Em casos de lesões escarificadas, superfícies que não permitem sutura, usamos pó de esferas de polissacarídeos, com bons resultados.
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