Cigarro: por que faz mal ao coração? – Por *Dr. Jamil Cherem Schneider CRM-SC 3151 RQE 2874
Não bastassem os males aos pulmões e a estreita relação com o aparecimento de câncer, o cigarro também é prejudicial ao coração. É um dos principais fatores que elevam o risco de doenças cardiovasculares.
As substâncias presentes no cigarro agridem a parede interna dos vasos sanguíneos, chamada de endotélio. Somente essa reação já é o suficiente para deixar as artérias mais vulneráveis ao depósito de placas de gordura. Outra interferência acontece no mecanismo de contração e relaxamento do coração. Isto resulta numa maior dificuldade para o sangue circular.
Fumar acelera o processo conhecido como oxidação do colesterol e favorece a formação da placa de aterosclerose. A associação com outros fatores, como hipertensão e diabetes, aumenta o risco progressivamente. Sem contar o perigo que é a soma do tabaco com o uso da pílula anticoncepcional. Não é exagero dizer que essa combinação pode ser muito grave para as mulheres.
Nenhuma quantidade de cigarro é segura
Independente do uso de cigarro, cachimbo ou charuto, uma única unidade pode provocar esses malefícios, não importa a quantidade. Fumar pouco ou esporadicamente também faz mal.
As substâncias inaladas caem na circulação sanguínea e provocam consequências à saúde. Entre as principais doenças cardiovasculares causadas pelo tabagismo estão: insuficiência coronariana, infarto do miocárdio, aneurisma da aorta abdominal, desenvolvimento de arritmias graves e AVC – acidente vascular cerebral.
É importante lembrar ainda que o fumante passivo também está exposto ao perigo. Há estudos que apontam que conviver com quem fuma afeta o coração, além de aumentar em duas vezes o risco de câncer.
Como fica o coração depois de parar de fumar
É inegável que uma das melhores coisas que um fumante pode fazer pela sua saúde cardiovascular é abandonar o cigarro. Após parar de fumar, há redução de cerca de 50% no risco de infarto no primeiro ano. Porém, são necessários cerca de 10 anos sem fumar para igualar o risco cardiovascular de um ex-fumante ao risco de quem nunca fumou.
Como largar o cigarro
Vários métodos podem ser utilizados para parar de fumar. Entre eles, desde a parada abrupta até o suporte de produtos à base de nicotina, as chamadas terapias de reposição.
O ideal é parar com o cigarro completamente. Dependendo do perfil do paciente e do seu grau de dependência, o tratamento poderá incluir a associação de técnicas multidisciplinares. Podem ser utilizadas as terapias de reposição, como o uso de chicletes e adesivos de nicotina, e também medicamentos específicos e antidepressivos. Em geral, o tratamento é indicado por um período de 12 semanas.
É comum muitos ex-fumantes aumentarem de peso após abandonar o cigarro. Por isso, o cuidado com a alimentação saudável e a prática de atividade física devem receber mais atenção. Afinal, a obesidade é também um fator de risco para o coração.
Vale ressaltar que somente uma avaliação médica criteriosa é capaz de indicar qual o tratamento ideal para cada paciente. Existem diversos métodos disponíveis. Assim, converse com seu Cardiologista, Clínico ou seu Pneumologista e conheça o melhor tratamento para você.
*Dr. Jamil Cherem Schneider (CRM-SC 3151 RQE 2874) é Cardiologista Clínico e Diretor do Instituto de Cardiologia de Santa Catarina (ICSC). Com mais de 30 anos de atuação em Cardiologia, atualmente atende na clínica Prevencordis, no Instituto de Cardiologia e no Hospital SOS Cárdio, todos em Florianópolis/SC.
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