Insuficiência Cardíaca: causas e tratamento – Por *Dr. Amberson Vieira de Assis (CRM/SC 5730), Cardiologista do Instituto de Cardiologia de Santa Catarina.
Estima-se que 1-2% dos brasileiros sofrem de insuficiência cardíaca, ocorrendo em torno de 300 mil internações por ano. O risco de morte durante uma internação pode atingir 10% e um, em cada quatro pacientes, reinterna em 3 meses.
Considerada uma síndrome, a insuficiência cardíaca é resultante de doenças que afetam o músculo do coração. Entre os sintomas, destaca-se a falta de ar aos exercícios, que com a evolução da doença pode afetar até a realização de pequenas tarefas cotidianas, como tomar banho e dificultar o sono. O inchaço dos membros inferiores e a fadiga também são frequentes. Esses sintomas decorrem do acúmulo progressivo de líquido no corpo e em especial nos pulmões, causado pela doença.
Causas e Fatores de Riscos
Em geral, a insuficiência cardíaca é uma consequência de doenças que, ao longo do tempo, agridem o coração. Cerca de 70% dos casos estão relacionados às doenças isquêmicas, como infarto, além de hipertensão, problemas valvares e miocardite. Esses problemas acabam afetando o músculo cardíaco com o passar do tempo, reduzindo sua capacidade de bombear o sangue.
Outras condições também podem levar ao desenvolvimento da insuficiência cardíaca. Entre elas, doenças como diabetes, a ingesta excessiva de álcool e alguns tratamentos para câncer. Por isso, estar atento aos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças do coração é fundamental para reduzir as chances de apresentar insuficiência cardíaca no futuro.
Diagnóstico da Insuficiência Cardíaca
O diagnóstico da insuficiência cardíaca geralmente é realizado pelo Cardiologista. O paciente queixa-se de cansaço para realizar atividades como subir escadas, de acelerações dos batimentos cardíacos, além tonturas e fadiga, que podem ocorrer mesmo aos pequenos movimentos. Além desses sintomas, a necessidade de elevar a cabeceira da cama para conseguir ficar deitado, despertar na madrugada com falta de ar e pernas inchadas, podem indicar a doença.
A partir da suspeita, exames como o eletrocardiograma, raio-x de tórax e ecocardiograma podem ser solicitados. São importantes para confirmar o diagnóstico e avaliar a gravidade do caso.
Até os 50 anos, a insuficiência cardíaca ocorre mais em homens. No entanto, a partir dos 60 anos, os números começam a se igualar entre os sexos. A insuficiência cardíaca aparece mais tarde nas mulheres, e o prognóstico tende a ser melhor do que nos homens.
Tratamento e Prevenção
Tanto o tratamento como a prevenção da insuficiência cardíaca dependem do diagnóstico precoce e do controle das doenças associadas – quando existem.
Entre os fatores de prevenção estão o controle de peso e a restrição ao consumo de gordura e açúcar. Também é preciso reduzir o sal e a ingestão de líquidos. A combinação desses dois ingredientes pode aumentar a retenção de líquidos e agravar a falta de ar e o inchaço.
O exercício físico está indicado, porém sempre com orientação médica. Movimentar-se auxilia desde a prevenção até o alívio dos sintomas. O ideal é que a atividade física seja realizada em clínicas de reabilitação especializadas. No entanto, este não deve ser um fator impeditivo. Caminhadas no próprio bairro podem ser benéficas. Busque orientação com seu Cardiologista.
Prescrição de Medicamentos
Na maioria dos casos, a mudança de hábitos não é suficiente para tratar a insuficiência cardíaca. Se a doença progrediu, medicamentos serão necessários. Entre os remédios indicados estão diuréticos, vasodilatadores e betabloqueadores. Nos casos avançados, pode ser necessário recorrer à cirurgia de revascularização do miocárdio, trocas valvares, marcapassos ou mesmo transplante cardíaco.
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