A grosso modo, a plastia assemelha-se a uma cirurgia plástica da valva mitral. Nela, procura-se conservar ao máximo a estrutura e os tecidos originais da valva, atuando apenas sobre o que for necessário. A evolução das técnicas cirúrgicas e dos materiais utilizados no procedimento (anéis e cordoalhas), fazem da plastia o tratamento de primeira escolha para diversas situações de deterioração e insuficiência da valva mitral. Constitui-se hoje no chamado tratamento ouro para insuficiência mitral degenerativa.

Técnicas de Plastia da Valva Mitral

A degeneração, a retração ou o alongamento dos folhetos, assim como a ruptura ou retração das cordoalhas, podem levar à insuficiência da valva mitral. Pode haver também insuficiência mitral decorrente da disfunção isquêmica dos músculos papilares.

Para cada tipo de alteração existe uma técnica de plastia da valva mitral específica. Dependendo do caso, pode ser necessário fazer a ressecção de parte do folhetos, encurtamento ou alongamento de cordoalhas. A colocação de cordoalhas novas com fios específicos, de alta resistência e durabilidade, também é possível.

Porém, as técnicas de plastia valvar mitral possuem um ponto em comum. Trata-se da colocação de uma anel que se fixa em torno da valva nativa. Este anel contribui para longevidade da plastia e para a eficiência de valva mitral.

Existem vários tipos de anéis, com diferentes conformações anatômicas. Eles costumam ter grande durabilidade e não têm relação com a falência valvar mitral. A falência está associada à progressão da doença reumática ou degenerativa.

Aspectos Cirúrgicos

A plastia do folheto posterior da valva mitral é mais simples de ser realizada. Quando o procedimento envolve o folheto anterior, o desafio é um pouco maior. Nesses casos, normalmente é preciso fazer um implante de cordoalhas.

Hoje, a evolução dos materiais em termos de qualidade e durabilidade faz com que o implante de cordoalhas seja cada vez mais frequente. Em vários serviços do mundo, os médicos já contam com cordoalhas prontas e de diferentes tamanhos.

“Existem medidores específicos para calcular a distância que a cordoalha deve ter para a valva fechar adequadamente. A partir dessa medição, o implante é realizado com maior segurança.” Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular Chefe da Equipe Seu Cardio (CRM-SC 4370 / RQE 5893).

O anel utilizado na plastia da valva mitral respeita a configuração anatômica da valva e do seu anel nativo. Assim, não é plano. Normalmente, possui a configuração tridimensional em cela.

Plastia da Valva Mitral x Prótese

De forma geral, a durabilidade das próteses biológicas em posição mitral costuma ser menor do que na posição aórtica. A anticoagulação da próteses mecânicas em posição mitral oferece mais riscos a longo prazo do que em posição aórtica.

Assim, a plastia da valva mitral é o tratamento de escolha, sempre que possível. Mesmo com ótimos resultados a longo prazo, é importante salientar que a plastia pode não ser um tratamento definitivo. A doença valvar pode continuar a progredir.

No vídeo abaixo, o Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular (CRM-SC 4370 / RQE 5893) e Chefe do Serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital SOS Cárdio, em Florianópolis/SC, fala sobre os principais aspectos da plastia da valva mitral. A aula foi proferida no 8º Congresso do Departamento de Imagem Cardiovascular.

 

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Equipe Seu Cardio
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