Pacientes que recebem indicação de cirurgia cardíaca para troca de válvula do coração (valva cardíaca) tem como dúvida qual o tipo de válvula – mecânica ou biológica – é o mais adequado. Já abordamos o tema neste post. Ao optar pela segunda opção, um novo questionamento vem a seguir: qual a melhor válvula biológica?
Pensando em auxiliar os pacientes que serão submetidos à cirurgia de válvula, vamos aqui abordar características que determinam uma boa prótese biológica. Em geral, são atributos presentes na próteses mais modernas e que se traduzem em benefícios aos pacientes. No entanto, cabe salientar que a indicação da melhor válvula biológica depende de cada caso. A escolha deve ser realizada em conjunto, envolvendo o paciente, seu cardiologista clínico e seu cirurgião cardiovascular.
O que determina a melhor válvula biológica?
Como falamos anteriormente, a melhor válvula biológica depende de cada caso. Condição clínica, anatomia do coração, entre outras variáveis interferem na decisão. Por isso, a prótese valvar não deve ser uma determinação exclusiva do cirurgião cardiovascular. Mas sim uma decisão tomada em conjunto com o paciente e seu cardiologista clínico.
Com relação às características presentes em uma boa prótese valvar biológica, estão:
- Durabilidade da prótese biológica: inicialmente, é fundamental destacar que a durabilidade das próteses biológicas obedece uma correlação direta com a idade do paciente. Quanto mais jovem o paciente, menor a durabilidade da prótese, devido ao metabolismo do cálcio no organismo e, quanto mais idoso, maior. Neste post aqui abordamos mais este assunto. Outro fator que impacta na durabilidade é o tratamento anti calcificação. Independente do modelo, a recomendação é que a prótese receba este tratamento. Segundo a literatura médica, ele retarda o processo de calcificação e degeneração das válvulas biológicas e, por consequência, atrasa sua deterioração estrutural. Este fator está relacionado à necessidade de futura troca nas próteses biológicas.
- Desempenho hemodinâmico: o conceito de desempenho hemodinâmico vem sendo mais valorizado ultimamente para comparação entre diferentes próteses. Por este motivo, vários estudos ainda estão em seguimento. Ele está relacionado ao efetivo orifício valvar da prótese (EOF). Explicando: como existem diferentes tamanhos de coração, há necessidade de existirem diferentes tamanhos de próteses. Os tamanhos menores podem estar associados à manutenção de um gradiente de pressão através da prótese. O que pode prejudicar o coração a longo prazo. Assim, existem determinadas próteses que possuem gradientes menores do que outras, em tamanhos menores, proporcionando um desempenho hemodinâmico melhor. Assim, ele é também um fator decisivo na escolha da melhor válvula biológica.
Vale ainda dizer que, de acordo com a anatomia, é realizada a opção por um ou outro modelo que atenda às características escolhidas para cada caso. Por isso, antes da cirurgia, estes detalhes devem ser amplamente esclarecidos entre o cirurgião cardiovasculares e o paciente.
Escolher a melhor válvula biológica (prótese valvar) pode parecer uma decisão difícil. Assim, se você tem dúvidas, converse com seu cirurgião cardiovascular. Ele certamente poderá lhe esclarecer sobre as características de uma boa prótese valvar biológica para o seu caso.
Ficou com alguma dúvida sobre o assunto? Assista ao vídeo abaixo, sobre a Cirurgia de Válvula do Coração ou Entre em contato conosco!
