Em condições normais, o sangue flui em nosso corpo sem turbulências. No entanto, em certos casos, o fluxo sanguíneo pode sofrer alterações. Esse fenômeno, por sua vez, se traduz em uma resposta vibratória, que é percebida pela ausculta cardíaca como um sopro no coração.

“Em certos casos, é possível palpar a vibração do sangue. Essa manifestação tátil do sopro no coração é o que chamamos de frêmito” – Dr. Antônio Silveira Sbissa, médico cardiologista – CRM 437.

Abaixo, o Dr. Antônio Silveira Sbissa (CRM 437), médico cardiologista com longa experiência, explica o que é o sopro no coração e como ele é provocado.

O que provoca o sopro no coração?

O sopro ouvido do precórdio, região do tórax relacionada com coração, significa uma turbulência no fluxo de sangue. E esse fenômeno pode ter inúmeras causas (tanto congênitas quanto adquiridas). As mais frequentes estão relacionadas com alterações estruturais no coração – ou em outras partes do sistema circulatório – que interferem no fluxo sanguíneo.

“Uma válvula cardíaca que não abre ou não se fecha da forma adequada pode alterar o fluxo sanguíneo e provocar a turbulência, que é auscultada pelo médico e avaliada através do sopro. A estenose da valvula aórtica, por exemplo, produz um sopro sistólico de ejeção no chamado foco aórtico, onde se auscultam os fenômenos localizados nessa estrutura” – Dr. Antônio Silveira Sbissa, médico cardiologista – CRM 437.

Outras causas

Além das estenoses e das insuficiências nas válvulas do coração, o sopro pode ser provocado por outros fatores. Entre eles, estão as doenças que fazem com que o sangue circule mais rápido pelos vasos sanguíneos, como o hipertireoidismo ou anemia (que faz com que o sangue fique de certa forma menos denso e passe pelas válvulas do coração de maneira turbulenta).

“É importante dizer que nas crianças, especialmente nos primeiros anos de vida, o sangue tende a circular naturalmente de forma que provoque turbulência.  Por isso é normal que os pequenos apresentem sopro no coração, sem que exista necessariamente um problema estrutural. É o que chamamos de “sopro inocente”, que costuma desaparecer na medida em que a criança cresce”  – Dr. Antônio Silveira Sbissa, médico cardiologista – CRM 437.

Doenças que ocorrem em indivíduos jovens também podem provocar alterações nas válvulas cardíacas e levar ao sopro no coração. É o caso da febre reumática, muito comum anos atrás. Até mesmo a sífilis pode gerar deformidades na estrutura da válvula aórtica e ocasionar sopro no coração.

O que fazer em caso de sopro no coração?

Qualquer médico pode identificar um sopro no coração. E, dependendo do tipo de sopro, já é possível ter uma boa ideia do que esse sinal  pode significar, ainda durante a ausculta.

Uma vez diagnosticado o sopro no coração, o segundo passo é realizar o raciocínio  clínico. Assim, o médico poderá relacionar as informações obtidas na ausculta do sopro com outros sintomas e informações de saúde do paciente.

Caso os dados obtidos, o médico pode ainda solicitar exames complementares, como o Ecocardiograma. Nele, pode-se visualizar o funcionamento das válvulas cardíacas e das estruturas do coração.

“Os pacientes com sopro no coração não precisam se assustar. Na maior parte das vezes, trata-se de um “sopro benigno”. Caso esse fenômeno seja provocado por alguma alteração na estrutura cardíaca, o paciente poderá ser acompanhado pelo médico cardiologista. Nos casos necessários, uma série de outros exames poderão ser solicitados. Os tratamentos cirúrgicos, como a correção das  válvulas, e os implantes com  próteses mecânicas ou biológicas estão cada vez mais avançados – Dr. Antônio Silveira Sbissa, médico cardiologista – CRM 437.

Sobre o autor: Dr. Antônio Silveira Sbissa (CRM 437) é Médico Cardiologista. Formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Paraná, em 1960, com Doutorado em Medicina, e com Curso de Aperfeiçoamento em Cardiologia pela Universidade de São Paulo e na Virginia Commowealth University. Professor Titular do Departamento de Clínica Médica do Curso de Medicina, Doutor em Ciências e Livre Docente, na Universidade Federal de Santa Catarina.  Professor do Curso de Medicina na Universidade do Vale do Itajaí e na Universidade do Sul de Santa Catarina. Especialista em Cardiologia, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Foi Diretor Geral do Instituto de Cardiologia da Secretaria de Estado da Saúde, Fundador e primeiro Presidente da Sociedade Catarinense de Cardiologia, Membro fundador e ocupante da Cadeira Vinte e Um da Academia Catarinense de Medicina, Presidente do Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina.

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Equipe Seu Cardio
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