Cardio-oncologia: mais segurança para pacientes com câncer
Projeções realizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, até 2040, o câncer deve superar as doenças vasculares (Infarto Agudo do Miocárdio e Acidente Vascular Cerebral) como a principal causa de morte no mundo. Nesse cenário, os tratamentos multidisciplinares em cardio-oncologia tornam-se cada vez mais relevantes.
“A oncologia e a cardiologia precisam trabalhar juntas. Os medicamentos e a radiação utilizados na quimioterapia e na radioterapia podem provocar graves efeitos no coração do paciente. É o que conhecemos como cardiotoxicidade do tratamento contra o câncer” – Dr. Antonio Felipe Simão, Médico Cardiologista (CRM-SC 1487).
Uma única sessão de quimioterapia pode reduzir a capacidade do coração do paciente de ejetar sangue em até 30% – comprometendo gravemente a sua qualidade de vida.
Abaixo, o Dr. Antonio Felipe Simão (CRM-SC 1487), Médico Cardiologista, mostra a importância de realizar o acompanhamento cardiológico de forma integrada ao tratamento contra o câncer.
Efeitos sobre o coração
Apesar de extremamente necessários, os medicamentos e radiações utilizados para combater os diferentes tipos de câncer podem provocar a morte das células do coração. Com isso, muitas mudanças bioquímicas, fisiológicas e na morfologia do músculo cardíaco acontecem. Doenças como Insuficiência Cardíaca, Arritmias e Infartos Agudos são algumas da consequências – e podem ser prevenidas com o auxílio da cardio-oncologia.
“Nem todos os pacientes em tratamento contra o câncer sofrem com problemas cardíacos. Estudos mostram que esses efeitos atingem entre 5% a 30% dos pacientes oncológicos” – Dr. Antonio Felipe Simão, Médico Cardiologista (CRM-SC 1487).
Cardiotoxicidade
Conforme o tipo de tratamento contra o câncer, a cardiotoxicidade dos fármacos utilizados pode acontecer de duas formas:
- Cardiotoxicidade Tipo 1: Atinge o coração de forma irreversível. Assim, mesmo que a pessoa seja curada do câncer, o seu coração ficará debilitado de forma permanente.
- Cardiotoxicidade Tipo 2: Nesses casos, os transtornos provocados ao coração podem ser revertidos.
“Muitas vezes, a única opção para o tratamento de um câncer é o uso de medicamentos com cardiotoxicidade irreversível. Em outras, é possível utilizar medicamentos que não provocam danos permanentes ao miocárdio. Existem também as relações entre dose e velocidade de infusão” – Dr. Antonio Felipe Simão, Médico Cardiologista (CRM-SC 1487).
Para calcular os riscos, no entanto, é muito importante conhecer o real estado de saúde cardíaca do paciente.
Fatores de Risco
Durante o tratamento oncológico, as pessoas que já apresentam problemas cardíacos correm o risco de ter a sua doença agravada. Já os pacientes que não apresentam doença estabelecida, mas que possuem fatores de risco como Hipertensão e Diabetes, têm maiores chances de desenvolver alguma doença no coração. Em ambos os casos, o acompanhamento em cardio-oncologia é indispensável
Acompanhamento em cardio-oncologia
Para prevenir problemas ao coração, o ideal é que os pacientes oncológicos façam uma avaliação cardiológica completa antes mesmo de iniciarem a quimioterapia ou a radioterapia.
Nessa avaliação, além dos exames clínicos, o médico cardiologista poderá solicitar exames de sangue específicos, para avaliar os marcadores de saúde cardiovascular como as Troponinas e o BNP (Peptídeo Natriurético). Além desses, o cardiologista também poderá solicitar exames de imagens, como o Ecocardiograma, para uma avaliação estrutural do coração.
“Uma vez feitos esses exames, o médico cardiologista deverá repassar as informações obtidas ao médico oncologista. Assim, ele poderá avaliar com maior precisão os risco de administrar determinadas drogas ou tratamentos” – Dr. Antonio Felipe Simão, Médico Cardiologista (CRM-SC 1487).
Prevenção
O acompanhamento com o médico cardiologista deve continuar ao longo de todo tratamento oncológico. O objetivo principal é acompanhar como o coração do paciente está respondendo à quimioterapia ou radioterapia, e prevenir complicações.
Para isso, os médicos cardiologistas podem repetir periodicamente os exames já realizados, para comparar os resultados.
“É importante também que o médico oncologista repasse ao médico cardiologista informações sobre o tratamento do paciente, como quais fármacos estão sendo administrados e em que dose. Isso é importante para uma avaliação cardiológica mais segura. A comunicação entre as duas especialidades pode ser decisiva para a sobrevida dos pacientes” – Dr. Antonio Felipe Simão, Médico Cardiologista (CRM-SC 1487).
Segurança
Uma vez diagnosticada alguma complicação cardíaca decorrente do tratamento oncológico, os médicos poderão avaliar com maior segurança a melhor conduta a ser tomada em cardio-oncologia.
Em alguns casos, os problemas cardíacos podem ser evitados com a administração de remédios específicos. Em outros, mais avançados, é necessária a realização de procedimentos cirúrgicos. Até mesmo mudanças na conduta do tratamento contra o câncer podem ser necessárias. Quanto antes o problema cardíaco for diagnosticado, maiores as chances de cura.
“As chances de que um paciente com câncer venha a falecer por problemas cardíacos é real. A intenção da cardio-oncologia é prevenir esse tipo de desfecho, garantindo uma melhor qualidade de vida durante e após o tratamento oncológico” – Dr. Antonio Felipe Simão, Médico Cardiologista (CRM-SC 1487).
Cuide da sua saúde. Converse com o seu médico sobre a cardio-oncologia e faça o seu tratamento contra o câncer com mais segurança!