Na maior parte das vezes, as doenças valvares podem ser corrigidas com tratamento cirúrgico, seja pelo reparo ou pela substituição das valvas cardíacas por próteses biológicas ou mecânicas.

No entanto, por mais que estes implantes sejam comprovadamente eficientes, eles podem oferecer um risco aumentado de formação de coágulos dentro do coração. É nesse ponto que reside a importância do exame para controle de TAP.

O principal risco resultante da formação de um trombo (coágulo) no coração é o risco de ele se desprender, virando um êmbolo, e causar uma embolia em algum órgão alvo. Um exemplo é a embolização para o território do sistema nervoso central, levando a um Acidente Vascular Cerebral – AVC Isquêmico.

Próteses e Anticoagulantes

A grande vantagem das próteses valvares biológicas é que elas são menos trombogênicas – produzem menos coágulos. Ainda assim, nos primeiros três meses após o implante, é indicado o uso de medicação anticoagulante e, de acordo com orientação médica, dos respectivos exames para controle de TAP.

Em geral, depois desse tempo, o organismo já se adaptou à prótese biológica e não há mais necessidade de manter a prescrição. Ressalta-se que esta recomendação é para os implantes de prótese biológica, principalmente em posição mitral.

As próteses mecânicas oferecem maior durabilidade, mas demandam o uso contínuo do anticoagulante, independente de onde forem implantadas no coração. Na ausência do medicamento, este tipo de prótese valvar cardíaca expõe os pacientes a riscos elevados de tromboembolismo. Na posição mitral, o risco de formação de coágulos dobra em relação à posição aórtica.

Por isso, pacientes com próteses mecânicas, independente se em posição mitral ou aórtica, precisam do anticoagulante. Esse tipo de medicamento é amplamente utilizado para prevenir eventos tromboembólicos em doenças cardiovasculares.

Além disso, é de fundamental importância realizar os exames laboratoriais para controle da anticoagulação (controle de TAP) de forma periódica.

Controle de TAP

Vimos que pacientes com prótese valvar mecânica devem fazer o uso de anticoagulantes. No geral, os inibidores da vitamina K, como a Varfarina, são os mais indicados.

Além disso, para garantir a segurança do paciente, é preciso realizar alguns exames para avaliar se o anticoagulante está mesmo produzindo os efeitos esperados – ou se algum ajuste precisa ser feito na dose do mesmo. Trata-se de um controle periódico do valor da anticoagulação no sangue. O exame que possibilita isso chama-se controle de TAP, e uma das frações avaliadas nele é o RNI.

“Para os portadores de prótese valvar cardíaca mecânica, o RNI deve estar entre 2,5 a 3,5. Essa é a faixa terapêutica adequada do anticoagulante no sangue. Valores menores de 2,5 significam que há pouco anticoagulante no sangue, e há um risco maior de trombose. Valores maiores de 3,5 indicam anticoagulante em excesso, e maior risco de hemorragia. Por isso, o controle de TAP é tão importante.” (Dr. Sergio Lima de Almeida, cirurgião cardiovascular, CRM 4370 / RQE 5893).

O médico deve determinar, caso a caso, a periodicidade do exame. Em geral, costuma-se indicar exames laboratoriais a cada 30 ou 40 dias, mas esta frequência pode variar de pessoa para pessoa. Assim, é importante acompanhar com o seu cardiologista, para que a anticoagulação seja segura. Em alguns casos de difícil ajuste de anticoagulação, às vezes pode ser necessário o acompanhamento com um Hematologista.

A vida com o uso de próteses valvares cardíacas e anticoagulantes pode ser tranquila e segura. Para isso, é fundamental ter disciplina, respeitar a periodicidade do controle de TAP e as orientações do seu médico. Seu coração e sua saúde agradecem!

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Equipe Seu Cardio
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