Por Dr. Tarcis Sawaia El Messane – CRM-SC 9542
Cardiologista Clínico do Hospital SOS Cárdio e do Instituto de Cardiologia de SC

Em outro post, falamos sobre o infarto e outras causas de morte súbita. Agora, vamos abordar possíveis sintomas e a prevenção de morte súbita.

Angina e Prevenção de Morte Súbita

A doença coronariana, principal causa da parada cardíaca súbita, em geral apresenta como principal sintoma a angina. A angina clássica é uma dor precordial (no lado esquerdo do peito) ou no centro do peito, que irradia para os braços (habitualmente para o braço esquerdo), para as costas ou até para o lado esquerdo do pescoço e/ou mandíbula, tipo aperto, opressão ou queimação, acompanhada de mal-estar, sensação de falta de ar, náuseas e/ou vômitos, palidez e sudorese. Esse sintoma, se intenso, recorrente e/ou prolongado, deve servir de alerta para a busca de atendimento emergencial, que pode prevenir a morte súbita.

Os indivíduos que apresentam uma parada cardíaca na fase aguda do infarto e conseguem ser tratados em tempo hábil, possivelmente não terão sequelas. Já nas situações de infarto extenso, em que houve demora no tratamento, comprometendo uma grande área do músculo cardíaco, podem-se formar cicatrizes no coração e estas servirem de gatilho para desencadear arritmias graves num segundo momento também. Nestas situações é indiscutível o papel do CDI (Cardiodesfibrilador Implantável) na prevenção da morte súbita.

Prevenção de Morte Súbita sem Sintomas

No entanto, outras doenças que podem culminar em morte súbita muitas vezes não apresentam qualquer sintoma precedendo ao evento. Nas pessoas que têm Cardiopatia Dilatada, Cardiomiopatia Hipertrófica ou Displasia Arritmogênica do Ventrículo Direito, por exemplo, a primeira manifestação já pode ser a própria parada cardíaca súbita. Já vimos jogadores de futebol sofrerem deste problema. Nessas situações, o diagnóstico precoce é o melhor caminho para a prevenção. Uma vez identificados os fatores de maior risco para a morte súbita, o CDI também pode ser indicado para a prevenção da morte súbita.

Ainda, políticas públicas para a disseminação dos desfibriladores externos automáticos (DEAs) em áreas de grande concentração de pessoas são fundamentais para o tratamento precoce quando estas situações ocorrerem fora do ambiente hospitalar.

Por fim, em especial para quem vai fazer uma atividade física de maior intensidade, é fundamental passar antes por uma avaliação cardiológica. Essa recomendação também vale para as pessoas acima dos 35 anos, que tenham algum fator de risco associado para doença coronariana (hipertensão, colesterol alto, diabetes, tabagismo e/ou histórico familiar de morte súbita).

Fatores de Risco Coronariano e Morte Súbita

Para a população geral, a melhor forma de prevenção é através do controle dos fatores de risco da doença coronariana. Um dos grandes causadores do problema é o cigarro, por ter várias substâncias tóxicas que provocam instabilidade das placas de gorduras que existem dentro das artérias. Às vezes, a obstrução nem é tão grave, mas o cigarro pode levar a lesões nessas placas e, quando elas se rompem, formam-se coágulos no local que acabam obstruindo a artéria e levando ao infarto.

Outras formas de prevenção são o controle da pressão, do diabetes e do colesterol elevado. Ter hábitos de vida mais saudáveis é fundamental: alimentação adequada, atividade física regular e cuidar com o estresse. Junto a isso, é essencial a realização de avaliações clínicas periódicas e seguir as recomendações médicas.

Confira a aula preparada e cedida pelo Dr. Felipe Simão CRM- 1487-SC sobre Prevenção de Doenças Cardiovasculares:

prevenção de morte súbita

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