Marcapasso e Exercícios Físicos: respostas às principais dúvidas

Marcapasso e Exercícios Físicos: respostas às principais dúvidas

A atividade física é um elemento importante tanto na prevenção quanto na reabilitação cardíaca. Porém, muitas pessoas ainda ficam inseguras em praticá-la após o implante de marcapasso cardíaco. Os pacientes costumam ter dúvidas sobre a capacidade do dispositivo, de manter uma frequência adequada, bem como sobre a sua integridade e durabilidade. Neste texto, iremos esclarecer as principais dúvidas dos pacientes sobre a relação entre marcapasso e exercícios físicos. Vamos a elas!

Quem tem marcapasso pode praticar atividades físicas?

Na grande maioria dos casos, a prática de atividades físicas pode ser iniciada ou retomada logo após o período de recuperação do implante de marcapasso. No entanto, cada caso deve ser analisado pelo médico responsável. Seguir as orientações médicas é fundamental.

Qual médico devo consultar?

Para iniciar uma rotina de exercícios físicos com segurança após o implante de marcapasso, você deve consultar seu Cardiologista Clínico. Ele avaliará o seu estado de saúde como um todo e irá lhe orientar quanto à intensidade e a frequência de exercícios indicadas para você. Esse é o primeiro passo para uma boa relação entre marcapasso e exercícios físicos.

Quais os exercícios iniciais mais indicados para portadores de marcapasso?

O objetivo inicial da atividade física, para maioria dos pacientes, é permitir a realização das tarefas do dia a dia, aumentando a força muscular, a resistência aeróbica e mantendo a saúde e mobilidade das articulações.

Portadores de marcapasso que não praticam atividade física regularmente, quando liberados pelo seu Cardiologista, devem iniciar com exercícios de intensidade baixa à moderada. Assim, é possível avaliar o seu condicionamento físico e a sua progressão, na medida em que o corpo se adapta às novas exigências.

Marcapasso e Exercícios: o que eu devo evitar?

Algumas atividades físicas devem ser evitadas por usuários de marcapasso, especialmente nas primeiras 6 semanas após o procedimento. Nesse período, devem ser evitadas atividades que exijam esforço muscular moderado ou severo no braço contíguo ao local do implante do marcapasso.

Depois desse período, as limitações são poucas. Aplicam-se às atividades físicas que exigem grande movimentação dos ombros e àquelas com possível impacto na região do implante. Um impacto forte sobre o gerador do marcapasso pode alterar a integridade do sistema e o seu funcionamento.

São exemplos de atividades e esportes devem ser evitados por portadores de marcapassos:

  • golfe
  • esportes de raquete (como o tênis)
  • fisiculturismo
  • natação
  • artes marciais
  • boxe

Neste outro post, abordamos mais as atividades que devem ser evitadas por portadores de marcapassos e outros dispositivos cardíacos.

O marcapasso pode trazer benefícios para o meu desempenho esportivo?

Os pacientes que tomam todos os cuidados citados acima podem desfrutar do uso de marcapasso e exercícios físicos. E, dependendo da doença cardíaca, ainda podem observar uma melhora no seu desempenho cardiovascular e esportivo. Por exemplo:

  • Paciente com Bloqueio Atrioventricular Total (BAVT):

Nesses casos, os pacientes costumam apresentar boa frequência atrial e resposta cronotrópica (aumento da frequência cardíaca com a intensidade da atividade). Contudo, devido ao bloqueio, o ventrículo se mantém em frequência fixa baixa. Nestes casos, o marcapasso conduz a frequência atrial para o ventrículo. Desta forma o paciente pode apresentar a mesma resposta de uma pessoa sem a doença.

  • Paciente com Doença do Nó Sinusal:

Nestes casos, os pacientes podem apresentar frequência atrial muito baixa (Doença do Nó Sinusal). O implante, por sua vez, possui um sensor sensível à atividade física do paciente. Ao perceber o sinal de esforço, há um aumento da frequência cardíaca, que pode levar à melhora do desempenho cardiovascular.

Não tenha medo. Converse com o seu médico sobre a retomada das atividades físicas e esportivas após o implante de marcapasso. Assim, você pode se beneficiar da boa relação entre o uso de marcapasso e exercícios físicos.

.marcapasso e exercícios e outras informações sobre marcapassos

 

Histórico Familiar e Doenças do Coração

Histórico Familiar e Doenças do Coração

Diversos fatores podem levar uma pessoa a desenvolver doenças do coração – sejam elas nas válvulas, no músculo cardíaco, no circuito elétrico do órgão ou nos vasos sanguíneos adjacentes. Entre os principais fatores de risco para doenças cardíacas, estão o histórico familiar, a idade e os aspectos relacionados com o nosso estilo de vida. 

“A idade é um fator inexorável. A medida que envelhecemos, vários processos degenerativos se manifestam, como o acúmulo de cálcio nas válvulas cardíacas que leva a doenças como a estenose aórtica”, que é cada vez mais prevalente com o aumento da expectativa de vida da população. Dr. Jamil Cherem Schneider (CRM-SC 3151 / RQE 2874), Cardiologista.

Já as pessoas sedentárias, que fumam e se alimentam de forma inadequada, desencadeiam em seu organismo uma série de reações inflamatórias. Isso pode fazer com que, mesmo jovens ou sem histórico familiar, estas pessoas adquiram fatores de risco para problemas do coração. Entre os mais comuns estão:

“Estes fatores de risco adquiridos estão intimamente relacionados com a ocorrência de vários problemas como os Infartos do Coração, Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), Aneurismas da Aorta Abdominal e obstruções das artérias das pernas, por exemplo. Mesmo as pessoas sem histórico na família podem ter essas doenças” Dr. Jamil Cherem Schneider (CRM-SC 3151 / RQE 2874), Cardiologista.

Já as pessoas com histórico familiar de problemas cardiovasculares são ainda mais predispostas e precisam ter cuidados redobrados – inclusive na infância. É o que veremos a seguir.

Histórico Familiar

O fator genético pode contribuir significativamente para a ocorrência de problemas do coração. Em decorrência deste fato, mesmo as pessoas que se exercitam, se alimentam bem e não possuem vícios como o tabagismo, podem apresentar naturalmente risco elevado para hipertensão, diabetes e colesterol alto.

“Muitos destes indivíduos com histórico familiar para doenças do coração terão a manifestação de doença cardiovascular em idades mais precoces. Isso contribui para uma maior mortalidade e diminuição da capacidade laboral em fases mais precoces da vida” – Dr. Jamil Cherem Schneider (CRM-SC 3151 / RQE 2874), Cardiologista.

Por isso, mesmo que não tenha sintomas, consultar um médico cardiologista é fundamental. Assim, é possível conhecer o seu perfil e os riscos de desenvolver algum problema do coração. Conhecer os riscos é essencial para adotar as devidas medidas de prevenção o quanto antes.

Grau de Parentesco

De forma geral, para compreendermos os riscos do histórico familiar, é importante ter em mente o grau de parentesco dos familiares que tiveram manifestações de doença cardiovascular, tal como o infarto do miocárdio, e a idade com que eles adoeceram.

  • Histórico de Doenças do Coração em Pais e Filhos:

    Pais e filhos são considerados parentes de primeiro grau. Caso o pai ou a mãe tenha algum problema do coração, as chances dos filhos nascerem com essa característica é bastante alta. Se a disfunção estiver presente nos dois lados da família, as chances são ainda maiores.

  • Histórico de Doenças do Coração em Avós e Irmãos:

    Avós e irmãos são considerados parentes de segundo grau. Nesses casos, as chances de herdar uma característica genética é menor, mas ainda muito presente. Se você possui avós com histórico de doença cardíaca precoce ou irmãos diagnosticados precocemente, a atenção precisa ser redobrada.

Idade da Manifestação do Problema Cardíaco

Como vimos, o processo de envelhecimento pode levar à problemas do coração. Isso pode ser algo natural e não estar necessariamente ligado à fatores genéticos. Contudo, se os seus parentes adoecem cedo, isso pode indicar um forte traço genético.

  • Familiares com Doença Cardíaca aos 55 / 65 anos:

    Caso o pai do paciente tenha sofrido com problemas do coração antes dos 55 anos de idade, ou a mãe tenha sofrido antes dos 65 anos, as chances de que a família possui um histórico familiar forte são bastante altas. Esse critério de idade vale também para irmãos, tios e avós. Pacientes que possuem familiares nestas condições devem procurar o médico cardiologista o quanto antes para avaliação.

Histórico Familiar de Doenças do Coração e Prevenção

Conhecer o histórico familiar é importante não só para cuidar da própria saúde, mas também da saúde dos filhos. Uma vez que o histórico familiar de doenças do coração é reconhecido, a prevenção contra os fatores de risco pode ser adotada já na infância.  

“Os traços genéticos podem fazer com que a hipertensão, o diabetes e o colesterol alto se manifestem desde cedo, ainda na fase infantil. Quanto antes a prevenção for iniciada, com a realização de exames e a adoção de hábitos saudáveis, maiores as chances de uma vida longa e feliz.” – Dr. Jamil Cherem Schneider (CRM-SC 3151 / RQE 2874), Cardiologista.

A medicina ainda não conhece todos os fatores envolvidos no surgimento das doenças do coração. Mesmo as pessoas que não possuem histórico familiar podem nascer com traços genéticos que levam ao problema.

Por isso, indivíduos aparentemente saudáveis, sem histórico familiar, também  devem procurar o médico cardiologista para uma avaliação. Já as pessoas com histórico familiar devem procurar o médico ainda mais cedo.

Os pais que identificam esse tipo de problema na família também podem procurar o cardiologista com os filhos ainda pequenos. A medida é importante para a adoção de ações preventivas que auxiliem os jovens a terem uma vida mais saudável.

*Dr. Jamil Cherem Schneider (CRM-SC 3151 / RQE 2874) é Cardiologista Clínico e Professor de Cardiologia da UNISUL. Com mais de 30 anos de atuação em Cardiologia, atua nas clínicas Hemocordis e Prevencordis e no Hospital SOS Cárdio, todos em Florianópolis/SC.

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Tratamento Multidisciplinar dos Pacientes na Cirurgia Cardíaca

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Por Dr. Evandro de Campos Albino CRM-SC 5478 RQE 3297 e Dr. Guilherme M. Monteiro CRM-SC 15796 RQE 11808*

A Ressonância Magnética (RM) é um exame de imagem não invasivo e sem a utilização de radiação ionizante. Através dela, é possível realizar avaliação de Doenças Cardíacas com alta acurácia diagnóstica. Essa precisão vem colaborando cada vez mais com a Cardiologia, no diagnóstico e na condução de pacientes com cardiopatias. E o mais importante é que o método tem demonstrado excelente valor prognóstico, ou seja, as informações adquiridas permitem determinar o risco futuro do paciente em estudo. (mais…)