Perguntas Frequentes (FAQ)

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Marcapasso

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Cirurgia da Aorta

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Cirurgia de Ponte de Safena (Revascularização do Miocárdio)

Cirurgia de Ponte de Safena (Revascularização do Miocárdio)

A cirurgia de ponte de safena, como é popularmente conhecida a cirurgia de revascularização do miocárdio, é o procedimento cirúrgico mais estudado da história da Medicina. Foi criada em 1967, nos Estados Unidos, pelo cirurgião cardiovascular Rene Favaloro. Desde então, a técnica da cirurgia de ponte de safena se desenvolveu e se popularizou pelo mundo todo. Consolidou-se como um tratamento seguro, de baixo risco e extremamente eficiente para o tratamento da insuficiência coronariana.

Insuficiência Coronariana e Ponte de Safena

A insuficiência coronariana é uma doença causada pela aterosclerose das artérias coronárias, que desenvolvem placas obstrutivas em seu interior. Quando ocorre a oclusão total do vaso sanguíneo por estas placas, ou pela formação de coágulos sobre elas, temos uma isquemia aguda no coração. O quadro levando ao infarto agudo do miocárdio, uma das maiores causas de morte dos dias atuais.

Assim, a chamada cirurgia de ponte de safena consiste na colocação de pontes (bypass) feitas de enxertos de artéria ou veia. Esses enxertos são suturados na aorta e nas coronárias, ultrapassando as lesões. Assim, cria-se um novo caminho para a irrigação sanguínea do músculo cardíaco. Dessa forma, no paciente revascularizado, o sangue passa a nutrir o coração por dois caminhos: o antigo, que possui a lesão, e a ponte. Caso a coronária lesada venha a apresentar uma obstrução total, a ponte mantém o coração irrigado.

Risco e Mortalidade da Cirurgia de Revascularização do Miocárdio

A literatura mostra claramente um excelente resultado da cirurgia de revascularização do miocárdio, com uma mortalidade baixa. A mortalidade da cirurgia de revascularização do miocárdio é de cerca de 1,4%. O maior fator relacionado à mortalidade cirúrgica é o comprometimento da função ventricular. Assim, pessoas que apresentam grandes infartos prévios, ou um severo comprometimento da contratilidade do coração, costumam ter maior risco na cirurgia.

Número de Pontes e Risco da Cirurgia Cardíaca

O número de pontes a ser colocado em um paciente não impacta no risco da cirurgia. Há uma tendência de se realizar a revascularização da forma mais completa possível. Assim, procura-se tratar todas as artérias que possuem lesão.

Uma dúvida bastante frequente é: por que as lesões leves não recebem ponte? Já que vai operar o coração, não seria melhor colocar ponte em tudo? Bom, as lesões leves não são revascularizadas pelo fato de que, por serem leves, causam pouca obstrução à passagem do sangue. Assim, o fluxo pela artéria coronária é muito parecido com o fluxo pela ponte. Além disso, no local onde a ponte é colocada, acaba ocorrendo uma competição de fluxo, que pode levar à oclusão da ponte e da coronária.

Enxertos Utilizados

Outro questionamento frequente sobre a cirurgia de ponte de safena (revascularização do miocárdio) está relacionado ao tipo de enxerto que deve ser utilizado. Podem ser utilizados dois tipos de enxertos: arteriais ou venosos. Atualmente, como enxertos arteriais, são utilizadas as artérias mamárias e as artérias radiais (do antebraço) com maior frequência. Porém, podem ser usadas também as artérias epigástricas e gastroepiplóicas. Em relação aos enxertos venosos, as veias mais comumente utilizadas são as safenas. Por isso, o nome popular de “cirurgia de ponte de safena”. No entanto, podem ser utilizadas veias do braço também para a realização das pontes.

Os enxertos, tanto venosos como arteriais, podem ser utilizados em conjunto. Assim, a cirurgia de revascularização do miocárdio pode dispor de uma série de combinações de enxertos, particularizando-se cada caso.

“Os pacientes que já fizeram cirurgia de varizes e retiraram suas safenas, podem ser revascularizados buscando-se a combinação de enxertos arteriais e das veias do braço.” – Dr. Sergio Lima de Almeida, cirurgião cardiovascular CRM-SC 4370 RQE 5893

Existem trabalhos recentes na literatura médica que mostram uma tendência de maior longevidade dos enxertos arteriais. Porém, os enxertos venosos ainda são utilizados em larga escala e com excelentes resultados. Há sempre a necessidade de adequar a melhor combinação para cada caso.

Prevenção Mesmo após a Revascularização

Outro aspecto que merece ser esclarecido é a importância de se manter medidas preventivas, em relação à doença aterosclerótica, no pós-operatório.

“A aterosclerose é uma doença crônica e evolutiva e o ato cirúrgico não interfere em sua evolução. A cirurgia cardíaca trata as obstruções, que são consequências da doença. Com isso, melhora a qualidade de vida e aumenta a sobrevida dos pacientes. Porém, a cirurgia cardíaca não interfere na causa da placa. Por isso, é necessário adotar medidas preventivas, como o controle dos fatores de risco que levam à formação destas placas.” – Dr. Sergio Lima de Almeida, cirurgião cardiovascular, CRM-SC 4370 RQE 5893.

Entre os fatores de risco para o coração podemos destacar: hipertensão. Diabetes, colesterol alto, fumo, obesidade e história familiar. As medidas preventivas devem atuar no controle destes fatores de risco, com o acompanhamento médico periódico de um Cardiologista. As pontes implantadas na cirurgia estão sujeitas à ação da aterosclerose. A doença também pode evoluir em um local além da ponte. Assim, é fundamental adotar medidas preventivas em todos os casos.

Pós-operatório da Cirurgia de Ponte de Safena

A evolução pós-operatória da cirurgia de ponte de safena (revascularização do miocárdio) costuma ser muito tranquila. Em geral, os pacientes voltam às suas atividades normais em curto período de tempo. A cirurgia cardíaca devolve ao paciente uma qualidade de vida normal. Eventuais restrições podem ser determinadas por uma condição prévia de saúde. Muito raramente, podem também derivar de alguma complicação advinda do ato operatório. A maioria dos pacientes retoma atividades normais, mesmo pacientes de idade mais avançada.

Atualmente, vem se operando uma quantidade progressivamente maior de pacientes idosos, na faixa dos 80 anos. A cirurgia cardíaca tem apresentado excelentes resultados nas faixas etárias mais avançadas. Evidentemente, as indicações passam a ser mais restritas nos mais idosos. Porém, idosos que preenchem os critérios de indicação, apresentam excelentes resultados.

Sobre o autor:

Este artigo foi escrito com base em entrevista com o Dr. Sergio Lima de Almeida (CRM 4370 / RQE 5893), cirurgião cardiovascular em Florianópolis/SC. Dr. Sergio é Chefe do Serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital SOS Cárdio e da Equipe Seu Cardio. Formado em Medicina pela Universidade Federal do Estado de Santa Catarina – UFSC e com residência na Beneficência Portuguesa, na equipe do Dr. Sergio Oliveira, aperfeiçoou-se em plastia de válvulas na Cleveland Clinic, acompanhando Dr. Delos Cosgrove, e em cirurgia de cardiopatia congênita complexa, no Children Hospital – Harvard Medical School, acompanhando Dr. Aldo Castañeda. Foi também cirurgião cardiovascular do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis/SC, por 10 anos. Realiza diariamente procedimentos como: cirurgias de revascularização do miocárdio, cirurgia de válvulas e da aorta, além de implantes de marcapassos cardíacos. Com grande experiência em idosos, vem abordando o tema em congressos nacionais e internacionais.

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Arritmia Cardíaca: quando é necessário um CDI ou Marcapasso?

Arritmia Cardíaca: quando é necessário um CDI ou Marcapasso?

As arritmias cardíacas são bastante frequentes na população brasileira. Estima-se que um a cada 10 brasileiros sofra com algum tipo de descompasso do coração. Segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, a doença é responsável por 320 mil mortes súbitas no Brasil. 

Neste post, vamos procurar esclarecer a relação entre taquicardia, arritmia cardíaca e a necessidade de implante de marcapasso ou CDI. Quando a taquicardia deve ser investigada? Quando a taquicardia pode ser uma arritmia cardíaca que requer tratamento? Em quais casos é indicado o implante de um marcapasso ou desfibrilador – CDI? Confira essas e outras informações a seguir.

Taquicardia é um problema cardíaco?

Taquicardia é o termo utilizado para frequência cardíaca aumentada, não necessariamente uma arritmia cardíaca. Ou seja, um corredor chega ao final de uma prova taquicárdico. Da mesma forma, uma pessoa que toma muito estimulantes pode ficar taquicárdica. Assim, não necessariamente é uma arritmia, mas apenas o aumento da frequência cardíaca.

A percepção do paciente com taquicardia pode ser a de uma pulsação rápida, palpitação ou mesmo frequência cardíaca acima do normal, aferida em rotina ambulatorial. 

Contudo, se a pessoa costuma ter taquicardia com frequência, é importante realizar uma investigação médica. Afinal, pode ser a manifestação clínica de alguma doença, tanto do coração quanto de doença sistêmica.

Como é realizada a avaliação de arritmia cardíaca?

No caso de arritmia cardíaca, é importante a investigação cardiológica. Nela, são contemplados alguns exames, a começar pelo eletrocardiograma, que mostrará o ritmo de base. Como o eletrocardiograma avalia um período curto da frequência cardíaca, outros exames podem ser necessários. Entre eles, o Holter, que avalia a frequência cardíaca durante um período 24 horas. 

“Seria como comparar uma fotografia (resultado do eletrocardiograma) a um filme (resultado do Holter). Tais exames permitem o diagnóstico correto sobre o tipo de distúrbio de ritmo do coração. Dessa forma, é possível diagnosticar se há ou não uma arritmia mais grave.” – Dr. Portiuncola Gorini (CRM-SC 8296/RQE 5327), cirurgião cardiovascular.

A investigação segue com a realização de exames rotineiros e de uma avaliação cardiológica aprofundada, que considere a história do paciente e seu exame físico. O tratamento final depende não só do tipo de arritmia cardíaca, mas também da sua causa e de possível doença cardíaca associada.

Tratamentos da Arritmia Cardíaca e CDI

Há vários tipos de tratamentos para a arritmia cardíaca de frequência alta. Entre eles, o mais simples é o uso de medicamentos que controlam a frequência cardíaca ou previnem o desencadeamento da arritmia. 

Nos casos mais graves, pode ser necessário o mapeamento da arritmia através de estudos invasivos e do isolamento do foco da arritmia. Essa abordagem pode ser realizada por meio de cateter ou, até mesmo, de uma cirurgia cardíaca, como a revascularização do miocárdio.

Em outros casos, onde há risco de morte pela arritmia cardíaca, é implantado o chamado CDI – cardioversor e desfibrilador implantável. Este aparelho tem a finalidade de monitorar o coração continuamente, detectar as possíveis arritmias e tratá-las de forma adequada. 

“Caso o coração diminua muito a frequência cardíaca, o CDI funcionará como um marcapasso. Em caso de uma arritmia cardíaca que seria fatal, o CDI aplica algumas terapias, ou mesmo um choque, para resgatar o ritmo cardíaco do paciente.” – Dr. Portiuncola Gorini (CRM-SC 8296/RQE 5327).

O CDI é indicado para pessoas que passaram pela terrível experiência de uma parada cardíaca por arritmia e foram recuperadas. Além disso, é também indicado para pacientes que não são passíveis de tratamento efetivo e controle da arritmia de base. Uma vez desencadeada esta arritmia cardíaca, a única forma de tratamento (longe do auxílio médico) é através do CDI.

O Funcionamento do CDI

Os CDIs têm uma longevidade média de 5 a 12 anos. No entanto, os portadores de CDIs devem realizar um acompanhamento médico trimestral ou semestral para avaliar a integridade do sistema e a evolução clínica da sua saúde.

Os CDIs registram o ritmo cardíaco. Assim, se houver algum tipo de arritmia cardíaca, o médico consegue identificá-la. No acompanhamento periódico, o médico também avalia o desempenho do aparelho – se aplicou alguma terapia, que não necessariamente é um choque, ou se foi necessário o choque.

Nas avaliações, o médico realiza, ainda, eventuais ajustes no CDI. A programação do aparelho é feita individualmente para cada paciente e desfecho clínico, podendo ser mudada a cada consulta.

No caso de troca de CDI, substitui-se o aparelho todo. Os eletrodos colocados na primeira vez, se estiverem em boas condições, são mantidos. Geralmente, na ocasião, aproveita-se para trocar por um aparelho mais moderno, com bateria mais durável e melhores recursos. Dessa forma, beneficiando o portador do dispositivo.

Arritmia Cardíaca e Marcapasso

O marcapasso procura ajustar o ritmo do coração. O marcapasso simples é usado para o caso das bradiarritmias (perda do ritmo com frequência cardíaca baixa). Normalmente, as manifestações mais comuns desse tipo de arritmia cardíaca são tonturas e perda de consciência, mas podem ocorrer até convulsões. 

“Devido a esses sintomas, muitas pessoas passam por consultas neurológicas antes de uma avaliação cardiológica. Muitas vezes, porque relacionam problemas cardíacos à idade. No entanto, vale dizer que não há limite de idade para implante de marcapasso. Os implantes de marcapasso para tratamento de arritmias cardíacas são realizados tanto em crianças recém-nascidas quanto em pessoas bem idosas.” – Dr. Portiuncola Gorini (CRM-SC 8296/RQE 5327).

Se você sofre com arritmia cardíaca, acompanhe regularmente com o seu cardiologista. O tratamento pode ser simples, apenas com medicação, ou mesmo passar pela necessidade de implante de marcapasso cardíaco. No entanto, cada caso deve ser avaliado de forma individualizada. Cuide da sua saúde!

Para saber quais são as principais orientações sobre marcapassos, faça o download gratuito da nossa cartilha Marcapassos: orientações aos pacientes:

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*Post publicado em agosto/2026 e atualizado em fevereiro/2020.