Cardiopatias Congênitas no Adulto

Cardiopatias Congênitas no Adulto

As cardiopatias congênitas no adulto são cada vez mais comuns. O problema é caracterizado por toda e qualquer anormalidade na estrutura ou função do coração, que surge nas primeiras oito semanas de gestação. O Ministério da Saúde estima que no Brasil nascem 30 mil crianças com problemas cardíacos por ano, sendo dez casos a cada mil bebês nascidos vivos

Atualmente, 85% das crianças que têm cardiopatias congênitas chegam à idade adulta devido aos novos tratamentos, cirurgias e medicamentos. Isso criou um índice maior de adultos com cardiopatias congênitas. Nos Estados Unidos, estima-se que este número chegue a um milhão. Hoje, já contabiliza-se mais adultos que crianças com cardiopatias congênitas. 

“Essa população é formada por crianças que foram tratadas e cresceram, mas também por adultos que têm problemas congênitos leves, diagnosticados com idade mais avançada”, esclarece Dr. Luis Enrique Vargas Portugal (CRM-SC 11295/RQE 5389).

Diagnóstico das Cardiopatias Congênitas em Crianças

No caso das crianças, na maioria das vezes, o diagnóstico de uma cardiopatia congênita pode ser feito no pré-natal, através de ultrassom. Em alguns casos, é realizado no primeiro mês de vida, diante de sintomas. Entre eles, quando a criança apresenta a ponta dos dedos e lábios roxos, sudorese, cansaço excessivos durante as mamadas e dificuldade de ganhar peso. Nesta situação, o diagnóstico é feito também pelo ultrassom. 

Das crianças que têm cardiopatias congênitas, 50% devem ser tratadas no primeiro ano de vida. Dependendo do caso, inclusive com algum tipo de intervenção cirúrgica logo na primeira semana de vida.

Diagnóstico das Cardiopatias Congênitas no Adulto

O diagnóstico das cardiopatias congênitas no adulto começa com uma avaliação feita pelo cardiologista. Depois, pode seguir com os exames. Entre eles, eletrocardiograma, radiografia de tórax, ecocardiograma e teste ergométrico (conhecido como teste de esforço ou esteira). 

Já exames como tomografia, ressonância magnética e o cateterismo cardíaco permitem não apenas diagnosticar, mas também apontar como deve ser a cirurgia corretiva. E isso é muito importante para planejar o tratamento da cardiopatia congênita.

Quem tratou quando criança, precisa de novas intervenções quando adulto?

Em alguns casos, sim, conforme explica o cirurgião cardiovascular Dr. Luis Portugal, da equipe Seu Cardio:

“O adulto diagnosticado com cardiopatia quando criança, na maioria das vezes foi tratado com uma cirurgia paliativa, justamente pela questão do crescimento. Mas, com o passar dos anos, as estruturas ampliadas podem ficar pequenas e as próteses valvares (geralmente biológicas) se deterioram com o tempo. Então, uma parte dessas pessoas precisa de acompanhamento. Muitas vezes, de novos procedimentos, por cirurgia aberta ou por cateterismo cardíaco”. – Dr. Luis Enrique Vargas Portugal (CRM-SC 11295/RQE 5389)

Adultos que recém são diagnosticados geralmente precisam ser tratados, mesmo que a lesão seja leve. Isso porque, pela quantidade de anos que ficou sem tratamento, quando começam os sintomas das cardiopatias congênitas no adulto, já pode haver uma deterioração do pulmão e de outros órgãos.

Quais são os tipos mais frequentes de cardiopatias congênitas? 

Os tipos mais frequentes de cardiopatias congênitas incluem:

  • alterações nas válvulas cardíacas, com estreitamentos ou vazamentos;
  • alterações nas paredes entre átrios e ventrículos, provocando a mistura do sangue; 
  • anormalidades no músculo, como má formação dos ventrículos. 

Além disso, pode haver também uma combinação destes problemas. Porém, entre as cardiopatias congênitas, a mais frequente é a Comunicação Interatrial. Trata-se de um defeito na parede que separa o átrio direito e átrio esquerdo. A CIA, como é popularmente conhecida, representa cerca de 40% dos casos tratados. Pode ser corrigida por cirurgia ou por via percutânea. Neste último, através de cateterismo e colocação de um dispositivo para corrigir o problema. 

Outro tipo frequente é a comunicação interventricular, ou seja, entre os ventrículos. Representa cerca de 15% das cardiopatias congênitas. Alguns casos podem ser tratados por cateterismo, mas o mais comum é que necessitem de cirurgia.

Já o estreitamento da aorta geralmente requer tratamento quando criança e, comumente, precisa de uma nova abordagem quando adulto. Atualmente, existem dispositivos que podem ser introduzidos via percutânea (por uma artéria da perna), sem necessidade de uma cirurgia cardíaca aberta. 

Os procedimentos mais realizados relacionados às cardiopatias congênitas no adulto são as trocas de valvas cardíacas. Com o passar dos anos e o crescimento do paciente, as próteses ficam pequenas ou se deterioram. Assim, demandam nova intervenção. 

“Outros procedimentos comuns são o fechamento de CIA ou CIV e a correção de problemas na saída do coração para os vasos da aorta ou para a artéria pulmonar. Seguindo o crescimento do paciente, a correção realizada quando criança pode começar a calcificar e estreitar, necessitando de nova abordagem. Além disso, algumas cardiopatias congênitas precisam ser corrigidas em etapas. Por isso, podem ser necessários procedimentos quando criança e, posteriormente, na vida adulta.” – Dr. Luis Enrique Vargas Portugal (CRM-SC 11295/RQE 5389).

As cardiopatias congênitas no adulto limitam as atividades físicas?

Cardiopatias congênitas nos adultos, como as comunicações interatriais (CIA) e interventriculares (CIV), por exemplo, se tratadas precocemente, não trazem muitos problemas para se ter uma vida normal, com prática de exercícios físicos. 

O problema com o tratamento tardio é que o coração e os pulmões podem estar tão afetados que, mesmo tratada a cardiopatia, ainda persista uma limitação. Por isso, é importante acompanhar com o cardiologista periodicamente.

Avanços da Medicina para o Tratamento da Cardiopatia Congênita

Existem muitos avanços na Medicina para o tratamento das cardiopatias congênitas, Inclusive, novos medicamentos que melhoram a função do coração. Além disso, há os procedimentos endovasculares, que permitem o implante de próteses valvares no coração e stents nas artérias em procedimentos menos invasivos do que uma cirurgia cardiovascular aberta. 

“Nos últimos 10 anos, foi dado um salto muito grande nas técnicas cirúrgicas. Assim, próteses valvares que tinham uma vida útil de seis a oito anos, hoje duram de 25 a 30 anos. Além disso, existem próteses que podem ser inseridas por mini incisão e cujo tempo de colocação é mais rápido. Tudo isso colabora para uma rápida recuperação do paciente.” – Dr. Luis Enrique Vargas Portugal (CRM-SC 11295/RQE 5389).

Há também um grupo crescente de pacientes que precisa de uma assistência à função do coração. Nesses casos, podem ser utilizadas bombas mecânicas externas ou internas. Esses dispositivos são conhecidos como assistência ventricular ou “coração artificial”. São um importante avanço da Medicina, principalmente para aqueles pacientes não elegíveis para transplante cardíaco.

A maioria desses tratamentos pode ser realizada por cirurgiões cardiovasculares. Inclusive, a assistência ventricular, tanto para o ventrículo direito quando para o esquerdo. Tudo isso resultou numa melhoria muito grande na qualidade de vida das pessoas com cardiopatias congênitas e no tratamento das cardiopatias congênitas no adulto.

Para saber mais sobre cardiopatias congênitas, listamos abaixo outros posts aqui do blog:

Esperamos que aproveite a leitura sobre cardiopatias congênitas!

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Diagnóstico e Tratamento das Cardiopatias Congênitas

Diagnóstico e Tratamento das Cardiopatias Congênitas

Por Dr. Luiz Carlos Giuliano CRM-SC 4551, Hemodinamicista do Hospital SOS Cárdio.

As Cardiopatias Congênitas são problemas que se apresentam na estrutura do coração antes do nascimento. Alteram a anatomia normal do coração, podendo estar relacionadas às válvulas, paredes internas ou mesmo artérias do coração. Algumas cardiopatias congênitas são incompatíveis com a vida e levam ao óbito. Outras, são tratadas logo no nascimento. A maioria das cardiopatias congênitas são tratadas ainda na infância, sendo que algumas, identificadas apenas na vida adulta, são tratadas nessa fase.

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