Diretrizes para Tratamento de Cardiopatias Congênitas

Diretrizes para Tratamento de Cardiopatias Congênitas

Estima-se que 1% das crianças nascidas vivas apresentam malformação cardiovascular. Em cerca de 60% dos casos, as causas são desconhecidas,  segundo dados da American Heart Association. A alteração, denominada cardiopatia congênita, inclui uma variedade de malformações anatômicas e funcionais, presentes já no nascimento da criança. É considerada uma das principais causas de óbito relacionadas a defeitos congênitos. Por isso, a importância de seguir as diretrizes corretas para o tratamento de cardiopatias congênitas. (mais…)

Anestesia Geral na Cirurgia Cardíaca

Anestesia Geral na Cirurgia Cardíaca

Cirurgias cardíacas são procedimentos de grande porte e que exigem anestesia geral. Atualmente, a técnica de anestesia geral balanceada costuma ser a mais utilizada. Trata-se de uma combinação de substâncias, ministradas durante todo o procedimento cirúrgico, e que promovem a inconsciência, eliminam a dor e permitem o relaxamento muscular.

Cabe ao médico anestesiologista calcular a proporção e a quantidade dos elementos sedativos, analgésicos e relaxantes para cada pessoa. Ele também administra a anestesia geral e permanece junto ao paciente durante toda a intervenção cirúrgica. O anestesiologista mantém o paciente seguro e confortável, possibilitado a estabilidade necessária ao trabalho do cirurgião cardiovascular.

Nas cirurgias eletivas (agendadas), para que toda essa segurança seja possível, os cuidados devem chegar aos mínimos detalhes. Eles fazem parte de um protocolo adotado pela equipe de Anestesiologia e começam antes mesmo do procedimento cirúrgico, na consulta pré-anestésica.

Consulta Pré-anestésica

A consulta pré-anestésica é fundamental para a avaliação do paciente por parte dos médicos anestesiologistas. É a partir dela que é feito o planejamento de todas as ações que serão necessárias durante a cirurgia cardiovascular. A partir dessa consulta, são pensadas e executadas as medidas preventivas durante o procedimento. A diminuição de impactos inicia no pré-operatório.

Além de informar sobre todo o procedimento e tirar dúvidas, é nessa consulta que o médico anestesiologista conhece e identifica a real condição de saúde do paciente.

“Nós podemos solicitar exames mais apurados e, a partir disso, tomar providências para que o paciente seja submetido à cirurgia cardiovascular com a maior segurança possível dentro do seu quadro de saúde.” Dr. Adilson José Dal Mago (CRM/­SC 6970 RQE 3023), Médico Anestesiologista.

“A consulta pré-anestésica permite evitar eventuais complicações e tomar todas as medidas preventivas necessárias. Há casos em que precisamos adiar a cirurgia devido à identificação de algum outro problema de saúde do paciente que pode impactar na cirurgia, por exemplo.” Dr. Ranulfo Goldschmidt (CRM­/SC 7189 RQE 3155), Médico Anestesiologista.

É com base nas informações colhidas nos exames e na consulta pré-anestésica que o médico anestesiologista define a melhor conduta para cada pessoa. São avaliadas características individuais e sensibilidades à determinadas reações, como náuseas, por exemplo. Assim, o médico pode preparar-se também para utilizar outras substâncias necessárias para controlar possíveis intercorrências e efeitos colaterais da anestesia, como prurido, entre outros.

Anestesia Geral durante a Cirurgia Cardíaca

Os pacientes submetidos a uma cirurgia cardíaca chegam ao centro cirúrgico levemente sedados. Com todas as informações coletadas na consulta pré-anestésica em mãos, os médicos anestesiologistas realizam a punção venosa e administram a anestesia geral calculada especificamente para o indivíduo.

No entanto, esse é apenas o início do trabalho. O médico anestesiologista permanece durante toda a cirurgia ao lado do paciente, monitorando de perto os seus sinais vitais e administrando de forma contínua as substâncias anestésicas.

“Muitas pessoas têm medo da anestesia por causa da impossibilidade de se comunicar. No entanto, essa é uma função do médico anestesiologista: identificar de forma precoce todos os sinais dados pelo paciente enquanto ele estiver desacordado.” Dr. Adilson José Dal Mago (CRM­/SC 6970 RQE 3023), Médico Anestesiologista.

Hoje, durante a cirurgia cardíaca, é possível analisar, em tempo real, diversas informações do paciente. Pressão arterial, dados da sua oxigenação sanguínea, como a emissão de CO2, são alguns exemplos.

“Com o auxílio do aparelho de ecocardiografia, nós podemos ver na tela todo o funcionamento do coração e identificar previamente qualquer intercorrência.” Dr. Ranulfo Goldschmidt (CRM­/SC 7189 RQE 3155), Médico Anestesiologista.

Por conta da monitoração contínua, possíveis intercorrências como isquemias ou embolias pulmonares podem ser evitadas ou corrigidas imediatamente. Profissionais anestesiologistas bem preparados proporcionam mais segurança ao paciente e tranquilidade à equipe cirúrgica.

Pós-operatório

Graças à consulta pré-anestésica e à técnica de anestesia geral balanceada, é possível controlar com maior precisão quando cada paciente irá despertar. E esse é um cuidado fundamental para a saúde das pessoas.

Um bom exemplo disso é a retirada do tubo de oxigenação, uma fase importante após a cirurgia cardíaca. As pesquisas mostram que os pacientes que têm o tubo retirado precocemente apresentam uma recuperação mais rápida, com menos complicações. Porém, para que isso seja feito da forma adequada, o indivíduo precisa estar em condições de respirar por conta própria, sem os efeitos da anestesia geral.

Os médicos anestesiologistas cuidam desses detalhes importantes. Calculam por quanto tempo cada indivíduo deverá permanecer desacordado e quando ele irá acordar. Assim, os pacientes usufruem do maior conforto e segurança possíveis dentro dos seus quadros de saúde.

“As substâncias analgésicas da anestesia geral podem provocar náuseas e vômitos em algumas pessoas no pós-operatório da cirurgia cardíaca. Nós procuramos identificar e evitar isso já na consulta pré-anestésica, a partir de protocolos de profilaxia.” Dr. Adilson José Dal Mago (CRM­/SC 6970 RQE 3023), Médico Anestesiologista.

“As dores no pós-operatório também são um fator muito particular e para o qual nos preparamos antecipadamente. Os métodos utilizados prolongam os efeitos das substâncias analgésicas para maior conforto do paciente no pós-operatório.” Dr. Ranulfo Goldschmidt (CRM­/SC 7189 RQE 3155), Médico Anestesiologista.

Sobre os autores:

Os anestesiologistas Dr. Adilson José Dal Mago (CRM­/SC 6970 RQE 3023) e Dr. Ranulfo Goldschmidt (CRM­/SC 7189 RQE 3155) fazem parte da equipe Anestesiologistas Associados. Com especialização em anestesiologia, atuam principalmente em cirurgias cardíacas e atendem os procedimentos realizados pela equipe de cirurgia cardiovascular Seu Cardio, no Hospital SOS Cárdio, em Florianópolis/SC.

Como retomar a rotina depois da cirurgia cardíaca

Como retomar a rotina depois da cirurgia cardíaca

A volta para a casa depois da cirurgia cardíaca é uma fase que costuma gerar muitas dúvidas aos pacientes. Ao deixar o hospital, é comum o sentimento de insegurança. E apesar de todo o trabalho feito pelos profissionais do hospital em preparar o paciente para o retorno à vida normal, algumas dúvidas costumam aparecer.

Durante essa fase, que pode levar até 60 dias, é importante seguir todas as orientações passadas e reconhecer o papel fundamental delas para o sucesso do pós-operatório.

Desconfortos físicos são comuns, especialmente nas primeiras 48 a 72 horas após a cirurgia cardiovascular. Dores, cansaços, anemias e edemas devem ser monitorados. A higiene pessoal também é muito importante. É preciso evitar o medo de limpar as feridas cirúrgicas e prestar muita atenção para evitar infecções, inclusive no banho. Cuidados específicos sobre os curativos, a incidência de sol e a retirada dos pontos fazem toda a diferença. Especialmente no caso de pacientes diabéticos.

Outro ponto que gera muitas dúvidas são os esforços físicos. Desde o dia de sua alta hospitalar, você não está proibido de sair de casa, de subir escadas, de passear, etc. Apenas lembre-se que você está numa fase de recuperação. A única restrição completa fica por conta de dirigir. Os programas de reabilitação cardíaca são uma ótima opção para voltar à vida normal de forma mais rápida e prazeirosa.

É preciso ter cuidado também no repouso. Algumas posturas e posições podem prejudicar a sua recuperação. Depressão, ansiedade e medo também são bastante comuns, e merecem atenção. Assim como a alimentação e a interação entre medicamentos.

Novo Ebook: Pós-operatório de cirurgia cardíaca

Para ajudar você nessa nova etapa, a equipe de cirurgiões cardiovasculares Seu Cardio preparou um guia que aborda as principais dúvidas dos pacientes na volta para a casa. O material não substitui a orientação do seu médico, mas deverá lhe ajudar a enfrentar os desafios da recuperação em casa de forma tranquila.

No ebook “Pós-operatório de Cirurgia Cardíaca”, você vai aprender a realizar os cuidados básicos nas principais tarefas do cotidiano. O material é gratuito e aborda os seguintes temas relacionados à recuperação do paciente ao retornar para a casa:

  • Desconfortos físicos;
  • Higiene pessoal;
  • Cuidados específicos com a cicatriz;
  • Cicatrização em pacientes diabéticos;
  • Esforços físicos;
  • Programa de reabilitação cardíaca;
  • Cuidados no repouso;
  • Cuidados Psicológicos;
  • Alimentação;
  • Medicações.

Pós-operatório de Cirurgia Cardíaca

O material é gratuito e elaborado com a colaboração dos profissionais que oferecem o tratamento multidisciplinar aos pacientes da equipe Seu Cardio. Juntos, trabalhamos para promover uma recuperação mais rápida e tranquila. Esperamos que aproveite a leitura!

 

A Importância do Exame para Controle de TAP

A Importância do Exame para Controle de TAP

Na maior parte das vezes, as doenças valvares podem ser corrigidas com tratamento cirúrgico, seja pelo reparo ou pela substituição das valvas cardíacas por próteses biológicas ou mecânicas.

No entanto, por mais que estes implantes sejam comprovadamente eficientes, eles podem oferecer um risco aumentado de formação de coágulos dentro do coração. É nesse ponto que reside a importância do exame para controle de TAP.

O principal risco resultante da formação de um trombo (coágulo) no coração é o risco de ele se desprender, virando um êmbolo, e causar uma embolia em algum órgão alvo. Um exemplo é a embolização para o território do sistema nervoso central, levando a um Acidente Vascular Cerebral – AVC Isquêmico.

Próteses e Anticoagulantes

A grande vantagem das próteses valvares biológicas é que elas são menos trombogênicas – produzem menos coágulos. Ainda assim, nos primeiros três meses após o implante, é indicado o uso de medicação anticoagulante e, de acordo com orientação médica, dos respectivos exames para controle de TAP.

Em geral, depois desse tempo, o organismo já se adaptou à prótese biológica e não há mais necessidade de manter a prescrição. Ressalta-se que esta recomendação é para os implantes de prótese biológica, principalmente em posição mitral.

As próteses mecânicas oferecem maior durabilidade, mas demandam o uso contínuo do anticoagulante, independente de onde forem implantadas no coração. Na ausência do medicamento, este tipo de prótese valvar cardíaca expõe os pacientes a riscos elevados de tromboembolismo. Na posição mitral, o risco de formação de coágulos dobra em relação à posição aórtica.

Por isso, pacientes com próteses mecânicas, independente se em posição mitral ou aórtica, precisam do anticoagulante. Esse tipo de medicamento é amplamente utilizado para prevenir eventos tromboembólicos em doenças cardiovasculares.

Além disso, é de fundamental importância realizar os exames laboratoriais para controle da anticoagulação (controle de TAP) de forma periódica.

Controle de TAP

Vimos que pacientes com prótese valvar mecânica devem fazer o uso de anticoagulantes. No geral, os inibidores da vitamina K, como a Varfarina, são os mais indicados.

Além disso, para garantir a segurança do paciente, é preciso realizar alguns exames para avaliar se o anticoagulante está mesmo produzindo os efeitos esperados – ou se algum ajuste precisa ser feito na dose do mesmo. Trata-se de um controle periódico do valor da anticoagulação no sangue. O exame que possibilita isso chama-se controle de TAP, e uma das frações avaliadas nele é o RNI.

“Para os portadores de prótese valvar cardíaca mecânica, o RNI deve estar entre 2,5 a 3,5. Essa é a faixa terapêutica adequada do anticoagulante no sangue. Valores menores de 2,5 significam que há pouco anticoagulante no sangue, e há um risco maior de trombose. Valores maiores de 3,5 indicam anticoagulante em excesso, e maior risco de hemorragia. Por isso, o controle de TAP é tão importante.” (Dr. Sergio Lima de Almeida, cirurgião cardiovascular, CRM 4370 / RQE 5893).

O médico deve determinar, caso a caso, a periodicidade do exame. Em geral, costuma-se indicar exames laboratoriais a cada 30 ou 40 dias, mas esta frequência pode variar de pessoa para pessoa. Assim, é importante acompanhar com o seu cardiologista, para que a anticoagulação seja segura. Em alguns casos de difícil ajuste de anticoagulação, às vezes pode ser necessário o acompanhamento com um Hematologista.

A vida com o uso de próteses valvares cardíacas e anticoagulantes pode ser tranquila e segura. Para isso, é fundamental ter disciplina, respeitar a periodicidade do controle de TAP e as orientações do seu médico. Seu coração e sua saúde agradecem!

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