O tamponamento cardíaco é uma emergência cardiológica que pode ter consequências drásticas – inclusive a morte. Por isso, é importante ser diagnosticada e tratada rapidamente. Essa condição pode ser resultado de diversas patologias. E, como exerce uma pressão no coração, impedindo seu correto funcionamento, é grave.
O que é e como ocorre o tamponamento cardíaco?
O coração se encontra dentro de um espaço chamado pericárdio, envolto pelo saco pericárdico. Esse espaço é completamente fechado. Como o coração é um órgão muscular, ele se estende e se contrai para gerar o batimento cardíaco. E, para não gerar atrito, há uma quantidade pequena de líquido dentro do pericárdio.
Se, eventualmente, existir um acúmulo de líquido ao redor do coração – ou seja, no pericárdio – e o saco pericárdico não conseguir mais se expandir, o órgão começa a ser comprimido. Consequentemente, deixa de bater da forma ideal. Isso é o que ocorre no tamponamento cardíaco.
Sempre que há aumento de líquido, o tamponamento cardíaco acontece?
O derrame pericárdico ocorre quando há acúmulo de líquido em volta do coração. Se a quantidade de líquido for pequena, ou a doença for de lenta evolução – ou seja, nos casos em que o pericárdio consiga se adaptar e expandir –, o derrame pode ocorrer sem compressão importante do coração.
Entretanto, mesmo com um acúmulo de líquido ainda pequeno, é imprescindível identificar a causa do derrame. Dessa forma, é possível evitar o tamponamento cardíaco – quando a contratilidade do coração começa a ser afetada.
São causas comuns de derrame pericárdico:
As viroses (causa mais comum de derrame pericárdico de curso benigno);
Tuberculose;
Tumores com metástase no pericárdio.
Quando é preciso ter mais atenção?
Geralmente, a presença de alguns sintomas alerta para a necessidade de uma intervenção médica. Eles indicam um acúmulo de líquido mais grave, que pode comprimir o coração:
Assim, é preciso prestar atenção nos seguintes sintomas,
Fraqueza;
Angústia;
Sensação de aperto no peito.
Quando os sintomas que indicam gravidade estão presentes, o quadro pode evoluir para falência cardíaca em horas. Por isso, o médico deve agir rapidamente para fazer o diagnóstico e a intervenção.
Diagnóstico e tratamento
A identificação de um derrame pericárdico e da quantidade de líquido acumulada pode ser feita através do ecocardiograma. Este é um exame não invasivo do coração. Através dele, o médico visualiza se o órgão está conseguindo se expandir corretamente.
Se o ecocardiograma mostrar uma grande quantidade de líquido no pericárdio, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica. No entanto, a cirurgia costuma ser relativamente simples. Normalmente, é feita uma incisão de até 5 centímetros no tórax, abaixo do osso esterno. Através dela, é possível drenar o líquido acumulado. Em geral, o paciente fica 24 horas com um dreno e o tamponamento cardíaco é revertido. Ainda assim, é necessário investigar qual foi a causa do derrame pericárdico, para também tratá-la corretamente.
É importante destacar que nem todo derrame pericárdico leva ao tamponamento cardíaco e que nem todo derrame pericárdico precisa ser drenado. Inclusive, muitos pacientes convivem com essa condição cronicamente. Porém, é fundamental um acompanhamento médico de qualidade, que investigue e controle a doença de base, prevenindo complicações.
Geralmente, diante da necessidade de se operar o coração, os pacientes passam por uma diversidade de sentimentos. Tanto a ansiedade quanto o medo costumam estar presentes. Além disso, o receio de como será a vida depois da cirurgia cardíaca.
Essa reação comum está muito relacionada ao fato de que a cirurgia representa um risco com hora marcada. Porém, é importante ressaltar que, com a doença, o risco pode ser diário e, até mesmo, maior.
É importante esclarecer que a vida do paciente tem limitações antes do procedimento, impostas por seu problema cardíaco. Assim, um dos objetivos da cirurgia é reduzir essas limitações. Dessa forma, geralmente, a vida depois de se operar o coração não é limitada pelo procedimento em si, mas pela própria doença que levou a pessoa a passar pela cirurgia.
Após a cirurgia, como ficam os sintomas e o risco?
No paciente que tem doença de válvula cardíaca, uma das queixas mais comuns é a falta de ar. O desconforto pode surgir ao realizar atividades muito básicas, como subir um lance de escadas ou varrer a casa. Atividades diárias que antes não causavam cansaço, passam a ficar difíceis. Essa é uma limitação de vida muito grande que, com a correção cirúrgica, na maioria dos casos, desaparece por completo.
No paciente que possui doença coronariana e risco de infarto, a indicação cirúrgica ocorre quando as lesões no coração representam risco elevado de complicações ou, até mesmo, morte. Na maioria dos casos, o tratamento cirúrgico alivia por completo os sintomas e diminui substancialmente o risco.
Restrições depois da cirurgia cardíaca
É comum o medo de restrições na vida depois da cirurgia cardíaca. Com ele, surgem muitas dúvidas e questionamentos sobre a lista de proibições.
Esta lista com certeza possui um item: não fumar. Não fumar é essencial para a manutenção do tratamento do paciente, e isso não está relacionado com o procedimento cirúrgico em si somente, mas sim com a doença que levou o paciente a ser operado. Evidentemente, podem haver outras restrições. No entanto, elas são particularizadas caso a caso.
As recomendações do pós-operatório de cirurgia cardíaca são essenciais para uma vida mais saudável. Quando o paciente tem alguma doença, existem recomendações específicas acerca da sua condição de saúde. Assim, é recomendado controlar os fatores de risco para evitar uma nova cirurgia no futuro.
Alguns exemplos:
O paciente hipertenso deve controlar a ingestão de sal;
Diabéticos não devem abusar do açúcar na dieta;
Os obesos devem ter mais atenção à alimentação e à prática de atividades físicas.
A prevenção é igual para todos
Se o paciente operado não possui nenhum dos fatores de risco, as recomendações para ele no pós-operatório são as mesmas daqueles que nunca operaram o coração, ou seja, hábitos saudáveis de vida. O que varia é aquilo que na medicina chamamos de nível de prevenção.
Prevenção Primária: hábitos saudáveis aplicados por uma pessoa que não tem a doença, mas deseja se prevenir. É o caso de pessoas que nunca passaram por uma cirurgia cardíaca;
Prevenção Secundária: quando a implementação desses mesmos hábitos objetiva prevenir que a doença evolua. É o caso do paciente que tem uma doença cardíaca e passou por um procedimento cirúrgico.
Assim, os hábitos são os mesmos, seja para a pessoa que está se prevenindo do aparecimento da doença, ou para a que se previne da evolução do seu problema de saúde. As recomendações preventivas são iguais, tendo o paciente realizado uma cirurgia cardiovascular ou não.
O objetivo é a qualidade de vida
A cirurgia não impõe uma restrição à vida do paciente. É um tratamento que visa melhorar o bem-estar, a saúde e a longevidade.
Alguns hábitos, como atividades físicas, devem ser retomados gradualmente, com auxílio do cardiologista clínico. No pós operatório imediato, o paciente deve priorizar as orientações recebidas do cirurgião cardiovascular e iniciar os chamados exercícios leves. A caminhada diária de pequenas distâncias é o ideal. Com o tempo, a intensidade do exercício pode ir aumentando, até que se chegue no que era realizado previamente.
No entanto, é fundamental o acompanhamento clínico periódico pelo paciente depois da cirurgia cardíaca. Essa graduação dos hábitos de vida, até que se alcance uma vida absolutamente normal, varia de acordo com cada paciente, corpo e coração, e, portanto, requer acompanhamento de um cardiologista.
Como visto, a vida depois da cirurgia cardíaca pode ser retomada sem grandes mudanças. A qualidade de vida dependerá muito mais da doença que levou o paciente a operar o coração, do que do procedimento em si. Portanto, o acompanhamento com seu cardiologista clínico depois da cirurgia cardíaca é essencial.
A cirurgia de coronária foi criada no final dos anos 60, e nessa época, apenas se fazia revascularização do miocárdio utilizando as veias safenas. Por esse motivo, é muito comum o questionamento dos pacientes sobre a validade da ponte de safena.
É importante saber que a cirurgia de revascularização do miocárdio, popularmente conhecida como ponte de safena, é o procedimento mais estudado da medicina. Com mais de 50 anos de existência, vem cada vez mais se consolidando, por sustentação dos estudos, como o melhor tratamento para doença coronariana que requer intervenção. A seguir, explicaremos mais sobre a validade desse tratamento a longo prazo.
Revascularização do Miocárdio: safena e outros enxertos
Apesar de amplamente conhecida como cirurgia de ponte de safena, a revascularização do miocárdio pode ser realizada utilizando-se outros enxertos. Entre eles, principalmente as artérias mamárias, que se localizam no próprio tórax do paciente.
Naturalmente, surgiram comparações em relação à durabilidade e eficácia entre os enxertos venosos e arteriais, e muitos trabalhos demonstram a excelência de ambos na cirurgia de revascularização do miocárdio.
Porém a validade da ponte de safena (ou de outro enxerto utilizado no procedimento cirúrgico) depende de diversos fatores, e não apenas do tipo de enxerto utilizado. Por isso, não é possível estimar a validade de um enxerto somente pelo fato de ser venoso ou arterial.
Influência do vaso utilizado na validade da ponte
Após alguns estudos sobre longevidade dos enxertos nos anos 70, acreditou-se que a mamária era muito superior e tinha maior validade do que a veia safena na cirurgia de revascularização do miocárdio. Assim, outras artérias logo passaram a serem utilizadas na cirurgia, como as artérias radiais, localizadas nos braços.
Em 2017, porém, houve um consenso sobre quais seriam os enxertos ideais para revascularizar o coração: os cirurgiões devem dar preferência à utilização de pelo menos dois enxertos arteriais para os territórios principais do coração, podendo se utilizar com segurança os enxertos venosos para as demais áreas.
A técnica influencia na validade da ponte de safena?
Mais recentemente, notou-se que o método de retirada da veia safena também influencia na sua longevidade. Atualmente, diversos serviços de cirurgia cardíaca utilizam a técnica “No-Touch”. Nela, a veia é retirada com parte do tecido gorduroso que a envolve, buscando o mínimo de manipulação do vaso. Isso tem demonstrado grande aumento da longevidade e durabilidade da ponte de safena.
Na equipe Seu Cardio, utilizamos amplamente a técnica No-Touch, com resultados consistentes e semelhantes ao da literatura médica. Isso resgata a importância dos enxertos venosos como estratégia segura em associação aos enxertos arteriais.
Hábitos de vida que fazem a diferença
A validade de uma revascularização do miocárdio, seja com uso de artéria mamária, radial ou veia safena, está diretamente relacionada aos hábitos do paciente. Afinal, a doença ateromatosa, que é o fator desencadeante da necessidade de uma cirurgia de “ponte de safena”, precisa de tratamento a longo prazo.
Entre os hábitos que devem ser adotados com o objetivo de promover maior longevidade dos enxertos utilizados na cirurgia, estão:
· Estilo de vida mais saudável;
· Manutenção dos níveis de colesterol dentro do valor recomendado;
· Parar de fumar (para os pacientes que fumavam antes da cirurgia).
A importância de seguir as orientações médicas
Além da evolução da técnica cirúrgica no tratamento das doenças do coração, houve também muita evolução no tratamento clínico. Tais avanços contribuem para diminuir a evolução da doença coronariana que levou o paciente à cirurgia.
A cirurgia de revascularização do miocárdio trata uma lesão específica, ou seja, faz um novo caminho para a passagem do sangue, desviando daquele que foi obstruído. Porém, não trata a doença básica que levou àquela obstrução. Então, a participação do paciente no tratamento clínico, de manutenção, para que a doença não evolua, é o ponto mais importante. E essa atitude vai fazer a diferença sobre a validade da ponte de safena (durabilidade do enxerto).
O tratamento clínico, que inclui mudanças no estilo de vida, como prática de exercício físico leve a moderado, também pode resultar no desenvolvimento de circulação colateral no coração (o próprio coração se revasculariza, desenvolvendo novos vasos). Então, mesmo com um adoecimento de um enxerto venoso ou arterial a longo prazo, se o coração tiver desenvolvido circulação própria durante os anos que o enxerto protegeu o órgão, ele não irá sofrer. A circulação passou a irrigar a região que o enxerto irrigaria, e sua presença pode não ser mais necessária.
Como vimos, diversos fatores impactam na validade da ponte de safena (ou de outro enxerto). Por isso, o acompanhamento periódico com o cardiologista clínico e a adoção de suas orientações são importantíssimos para a longevidade dos enxertos, tanto arteriais quanto venosos.
Com o avanço das técnicas na cirurgia cardiovascular, as cirurgias minimamente invasivas estão se tornando cada vez mais rotineiras. Esses procedimentos estão associados a uma incisão menor na pele do paciente. E nesse contexto, surge a dúvida: necessariamente, uma incisão menor está associada a uma técnica melhor? O tamanho da incisão da cirurgia cardíaca faz diferença?
Ponto de vista do paciente
Quando nos deparamos com esse questionamento, e nos colocamos na situação do paciente, a resposta vai ser eternamente sim. “Eu quero uma incisão pequena”.
Alguns pontos simples esclarecem o porquê disso:
Estética: o paciente sempre deseja ficar com a menor cicatriz possível após a cirurgia;
Dor: existe um certo medo do sofrimento que uma incisão grande pode trazer, havendo a crença de que quanto maior a incisão, maior a dor;
Psicológico e emocional: no seu subconsciente, o paciente associa uma cirurgia de incisão pequena com um procedimento menor.
Todas essas questões, do ponto de vista humano, são de extrema relevância e devem ser debatidas na conversa entre o médico e o paciente no pré-operatório da cirurgia cardíaca.
Ponto de vista do médico
A visão do médico, acaba sendo mais técnica. As cirurgias minimamente invasivas, com incisões menores, não se aplicam a todas as doenças, nem a todos os tipos de tratamento. Da mesma forma, tampouco para todos os pacientes.
É evidente, entre os profissionais, que o tamanho da incisão da cirurgia cardíaca não está diretamente relacionado a risco cirúrgico maior ou menor. Há outras diversas questões relacionadas à segurança da cirurgia cardiovascular como um todo que devem ser levadas em consideração antes de discutir o tamanho da incisão.
Portanto, a indicação do tratamento e da técnica cirúrgica deve ser individualizada. Dessa maneira, a cirurgia poderá ser realizada da maneira mais segura possível, respeitando as condições de cada paciente. Se o procedimento com a menor incisão trouxer mais risco ao paciente, por não permitir a correta visualização do campo cirúrgico ou não permitir o tratamento mais completo, por exemplo, não é aconselhada a sua realização.
A cirurgia cardíaca minimamente invasiva
Acerca de um mesmo aspecto, o paciente e o médico podem ter visões completamente diferentes, e ambos terem razão em suas explanações. O médico, do ponto de vista técnico, e o paciente, do ponto de vista humano. Entretanto, é importante que o cirurgião converse com o paciente para que haja consenso.
O conceito de cirurgia minimamente invasiva aborda questões que são mais relevantes para a segurança do paciente do que o tamanho da incisão da cirurgia cardíaca. Entre as questões envolvidas em uma cirurgia menos invasiva, estão:
Circulação extracorpórea (aparelho que substitui a função coração-pulmão temporariamente) mais segura;
Serviço de anestesiologia diferenciado;
Melhor monitorização do organismo do paciente como um todo.
Doenças e o tamanho da incisão da cirurgia cardíaca
Hoje, existem algumas doenças que já são rotineiramente tratadas por técnica minimamente invasiva e incisão pequena na cirurgia cardíaca, e com um resultado melhor do que com a técnica convencional. O exemplo mais clássico disso é a troca de válvula aórtica isolada. Na experiência da equipe Seu Cardio, foi possível notar menor tempo de UTI e de internação, redução do índice de transfusão e recuperação menos dolorosa no pós-operatório.
A troca de válvula mitral e a revascularização do miocárdio são cirurgias que também podem ser realizadas por técnica minimamente invasiva, porém em casos mais específicos. A decisão entre a abordagem tradicional ou mini incisão depende fundamentalmente de características da doença e das condições de saúde de cada paciente. Assim, recomendamos que haja uma ampla discussão entre o paciente e o cirurgião cardiovascular sobre a opção mais segura para o seu caso e se a técnica minimamente invasiva se adequa ou não ao seu tratamento.
Ressaltamos que a indicação de cirurgia é individual e que o contexto de cirurgia minimamente invasiva vai muito além da incisão. O médico que propõe uma técnica convencional não é pior do que aquele que propõe a cirurgia mini, e todos os aspectos devem ser discutidos sempre priorizando a segurança e o risco de cada paciente.
Converse com seu cirurgião e tire todas as suas dúvidas sobre o tamanho da incisão da cirurgia cardíaca. Ele poderá lhe orientar sobre a melhor técnica para o seu caso.
Mais de 1100 mortes por dia. O número é chocante, mas traduz uma realidade que precisa da nossa atenção. As doenças cardiovasculares, afecções do coração e da circulação sanguínea são a principal causa de morte no Brasil e no Mundo. E isso pode estar diretamente relacionado aos hábitos de vida e à medida da circunferência abdominal dos pacientes.
“São cerca de 400 mil mortes por ano. E grande parte desses óbitos poderiam ser evitados ou postergados com medidas preventivas e terapêuticas. Mas, infelizmente, muitas pessoas só percebem a gravidade da situação após um evento cardíaco grave.” – Dra. Ana Teresa Glaser Carvalho, Médica Cardiologista (CRM 12083 | RQE 14741 | RQE 14740).
O sobrepeso e a obesidade estão entre os principais fatores de risco para a ocorrência de problemas cardíacos. Eles estão relacionados não só à características genéticas, mas também ao estilo de vida das pessoas.
Síndrome Metabólica
Para entender o risco que o aumento da circunferência abdominal representa para o nosso coração, é preciso conhecer a Síndrome Metabólica. Ela consiste em um conjunto de fatores de risco que se manifestam em um indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes.
A síndrome metabólica envolve a presença de 3 ou mais dos seguintes critérios:
Aumento da circunferência abdominal ( > 94 cm em homens e > 80 cm em mulheres);
Glicemias > 100 mg/dl ou diabetes em tratamento;
Pressão arterial > 130/85 mmHg ou hipertensão em tratamento;
Triglicerídeos > 150 mg/dl;
HDL- colesterol < 40 em homens e < 50 em mulheres.
“O excesso de células de gordura provoca uma série de reações metabólicas inflamatórias que se espalham por todo o corpo. Isso prejudica o funcionamento dos órgãos e sistemas. Por isso a obesidade é considerada uma doença crônica e grave.” – Dra. Ana Teresa Glaser Carvalho, Médica Cardiologista (CRM 12083 | RQE 14741 | RQE 14740).
Circunferência Abdominal
Um dos principais sinais de que precisamos prestar mais atenção à nossa saúde é o aumento da circunferência abdominal. Ele significa uma maior quantidade de tecido adiposo (gordura) acumulada em nosso corpo. Especialmente aquela localizada no abdome, entre os órgãos. A chamada gordura visceral.
“É muito importante que as pessoas façam acompanhamento regular com o médico cardiologista. Nessa oportunidade, além de uma série de outros exames, o profissional poderá medir a circunferência abdominal do paciente.” – Dra. Ana Teresa Glaser Carvalho, Médica Cardiologista (CRM 12083 | RQE 14741 | RQE 14740).
Como prevenir doenças cardiovasculares
O tratamento da síndrome metabólica e a prevenção das doenças cardíacas passa por uma mudança ampla no estilo de vida das pessoas. E, entre os objetivos, está a redução da circunferência abdominal.
Para tanto, é necessário adotar as seguintes medidas:
Consultar o médico cardiologista periodicamente:
Muitas doenças, como a hipertensão, não apresentam sintomas, devendo ser rastreadas. Além disso, possuímos predisposições genéticas que podem se manifestar ao longo dos anos. Reconhecê-las precocemente é fundamental para que possamos atuar na prevenção.
Terapias como o uso de medicamentos para o controle da hipertensão arterial e do diabetes, assim como para o controle do colesterol e dos triglicerídeos, são extremamente importantes para evitar agravos à saúde.
Praticar exercícios físicos:
Com orientação profissional, o exercício físico auxilia de forma segura na perda de peso e na redução da circunferência abdominal. Além disso, a ciência comprova que a prática regular de exercícios físicos traz inúmeros benefícios para a saúde, como:
Redução da pressão arterial sistêmica;
Redução do estresse;
Fortalecimento dos ossos e músculos;
Maior sensibilidade à insulina e maior tolerância à glicose (prevenção e tratamento do diabetes);
Maior concentração de HDL (colesterol bom) e menor concentração de triglicerídeos e LDL (colesterol ruim);
Melhora a atividade sexual.
Alimentação saudável:
Uma dieta saudável é fundamental para a redução da circunferência abdominal. A ciência comprova que os alimentos que consumimos podem ser decisivos tanto para causar, como para prevenir doenças.
Consumir produtos naturais como legumes, frutas, verduras, grãos, proteínas e gorduras de boa qualidade está diretamente relacionado a uma redução dos processos inflamatórios (especialmente nas artérias e intestino).
Já o consumo de produtos industrializados, que costumam possuir muito sódio, açúcar e farinhas brancas, pode levar à carência nutricional e, ao mesmo tempo, favorece a obesidade, o aumento da circunferência abdominal e ao desenvolvimento da síndrome metabólica.
A cada tragada, o fumante absorve substâncias tóxicas e inflamatórias. Entre elas, está a nicotina. Tais substâncias são despejadas no sangue do paciente e têm um efeito inflamatório. Além de provocarem diversos tipos de câncer, elas causam lesão das camadas mais internas dos vasos sanguíneos. Tal efeito inflamatório pode levar à obstrução das artérias, ao infarto do coração e ao Acidente Vascular Cerebral.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia alerta que o tabagismo é o maior risco controlável na prevenção de doenças cardiovasculares. Os tabagistas têm de 2 a 3 vezes mais risco de sofrer um derrame( AVC), um infarto do miocárdio e doença arterial periférica. Além disso, têm 12 a 13 vezes mais risco de ter doença pulmonar obstrutiva crônica. E quando os fumantes sofrem um infarto, eles morrem mais que os não fumantes.
Combater o Alcoolismo:
O consumo excessivo de álcool aumenta a pressão arterial e o risco de arritmias cardíacas, aumentando o risco cardiovascular. As bebidas alcoólicas também podem provocar danos ao Sistema Nervoso Central e acúmulo de gordura no fígado. A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda moderação no consumo de álcool.
Viva mais e com melhor qualidade de vida. Consulte o Médico Cardiologista regularmente e fique atento à circunferência abdominal. Os médicos da Equipe Seu Cardio estão a sua disposição.
Sobre a Autora:
Dra. Ana Teresa Glaser Carvalho é Médica Cardiologista (CRM 12083 | RQE 14741 | RQE 14740).
Especialidades:
– Cardiologia (14741);
– Clínica Médica (14740).
Formação acadêmica:
– Graduação em Medicina pela UFPR (1992 – 1998);
– Residência Médica em Clínica Médica no Hospital Governador Celso Ramos (2013 – 2015);
– Residência Médica em Cardiologia no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina (2015 – 2017);
– Estágio em Ecocardiografia no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina
(2017 – 2019);
– Título de Especialista em Cardiologia pela AMB e SBC (2017).