Como identificar a Estenose Aórtica

Como identificar a Estenose Aórtica

Trata-se de uma das doenças mais comuns do coração. A Estenose Aórtica ocorre quando a Valva Aórtica,  por um processo degenerativo, torna-se enrijecida, calcificada. Esse processo leva à uma diminuição de seu orifício efetivo e, assim, gera uma obstrução ao sangue que é ejetado pelo coração.

estenose aorticaA doença é caracterizada pela calcificação, enrijecimento e até fusão dos folhetos que compõem a Válvula Aórtica. Os folhetos são as estruturas que determinam a competência da valva e fazem com que o sangue flua somente em um sentido, do coração para a aorta. Eles impedem que o sangue reflua para dentro do coração.No entanto, a Estenose Aórtica impede a válvula de abrir corretamente, reduzindo o espaço por onde o sangue deve passar. Isso faz com que o coração precise trabalhar com maior sobrecarga para bombear a quantidade de sangue necessária para o organismo.

“A Estenose Aórtica é uma doença que tem evolução gradativa e está diretamente associada com a hipertrofia do músculo cardíaco. No início, essas adaptações podem ajudar a bombear sangue com mais força, para vencer a resistência provocada pela estenose. Mas, com o tempo, a tendência é que o quadro evolua para a Insuficiência Cardíaca.”  –  Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardovascular (CRM 4370 / RQE 5893).

Causas da Estenose Aórtica

No geral, a Estenose Aórtica é provocada por:

  • Doenças degenerativas: Especialmente em pacientes idosos, pelo acúmulo de cálcio na válvula aórtica ao longo dos anos.
  • Doença reumática: Doença que costuma acometer o aparelho locomotor (ossos, cartilagens, articulações, músculos e etc), mas que também podem comprometer órgãos como rins, pulmões, intestino e coração. A doença reumática costumavam ser a principal causa de estenose aórtica em pacientes jovens. O fator causal inicial esteve muito relacionado a amigdalites de repetição, que levam ao aparecimento da doença reumática. No entanto, o número desses casos tem caído consideravelmente.
  • Anomalias congênitas: Tratam-se de variações anatômicas que não são, por si só, consideradas doenças. Estudos identificaram que pessoas que nascem com apenas 2 folhetos na Válvula Aórtica (o mais comum são 3), estão mais suscetíveis à doença.

Sintomas da Estenose Aórtica

Os pacientes com Estenose Aórtica podem passar por longos períodos sem perceber os sintomas da doença. Porém, isso pode ser muito perigoso, já que pode acarretar em risco de morte súbita.

Normalmente, um dos sintomas mais comuns é a tolerância cada vez menor ao exercício. Os pacientes com Estenose Aórtica passam a tolerar menos a prática de atividades físicas a que estavam habituados. No entanto, muitas pessoas atribuem essa perda de capacidade à idade ou ao sedentarismo. Por isso, as consultas médicas periódicas são tão importantes.

“O médico precisa conhecer o histórico do paciente. A primeira vista, uma pessoa com 68 anos e que caminha 2km por dia pode ser considerada assintomática. No entanto, se essa pessoa costumava, até pouco tempo atrás, caminhar 4 ou 5 km, a redução pode significar alguma irregularidade e precisa ser investigada.” Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular (CRM 4370 / RQE 5893).

Além da intolerância à exercícios habituais, a Estenose Aórtica costuma provocar os seguintes sintomas::

  • Dor no peito (angina);
  • Falta de ar (dispnéia);
  • Desmaios (síncopes);

Riscos da Estenose Aórtica

A ocorrência de um ou mais dos sintomas vistos acima pode indicar que a doença está em estado avançado. Como oferece risco de morte súbita, a Estenose Aórtica precisa ser investigada imediatamente.

“A  Estenose Aórtica sintomática costuma ter uma evolução muito ruim. No geral, os pacientes que têm os sintomas e não são tratados possuem uma expectativa de vida de apenas 2 a 3 anos. No entanto, dependendo do caso, mesmo na Estenose Aórtica sem sintomas o risco de morte súbita pode ser alto.”  – Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular (CRM 4370 / RQE 5893).

Diagnóstico

O Ecocardiograma é o exame mais adequado para o diagnóstico da Estenose Aórtica e deve fazer parte dos cuidados de rotina com o seu coração. No entanto, alguns outros métodos, como eletrocardiograma, testes ergométricos, ressonância magnética e até radiografia de tórax podem indicar a doença.

Muitos pacientes sem sintomas identificam a Estenose Aórtica em exames de rotina, como o check up cardiológico. Para identificar a doença ainda nas fases iniciais, e ter maiores possibilidades de tratamento, é importante consultar o seu cardiologista de forma periódica. Caso algum dos sintomas citados acima venha aparecer, procure ajuda imediatamente.

Tratamento da Estenose Aórtica

O tratamento da Estenose Aórtica é uma das áreas em maior desenvolvimento na Cardiologia. Através da cirurgia cardíaca, é possível realizar troca da válvula aórtica por uma prótese – mecânica ou biológica. Atualmente, existem várias técnicas cirúrgicas, inclusive com mini-incisão. Temos um post aqui sobre o tema

“A plastia representa o reparo da válvula do paciente, sendo rarissimamente indicada nos casos de Estenose Aórtica reumática ou degenerativa. A abordagem é definida caso a caso, de acordo com as necessidades e características de cada pessoa.” – Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular (CRM 4370 / RQE 5893).

Priorize a sua saúde. Consulte seu cardiologista com frequência e fique atento aos sintomas da Estenose Aórtica.

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Aspectos Cirúrgicos da Plastia da Valva Mitral

Aspectos Cirúrgicos da Plastia da Valva Mitral

A grosso modo, a plastia assemelha-se a uma cirurgia plástica da valva mitral. Nela, procura-se conservar ao máximo a estrutura e os tecidos originais da valva, atuando apenas sobre o que for necessário. A evolução das técnicas cirúrgicas e dos materiais utilizados no procedimento (anéis e cordoalhas), fazem da plastia o tratamento de primeira escolha para diversas situações de deterioração e insuficiência da valva mitral. Constitui-se hoje no chamado tratamento ouro para insuficiência mitral degenerativa.

Técnicas de Plastia da Valva Mitral

A degeneração, a retração ou o alongamento dos folhetos, assim como a ruptura ou retração das cordoalhas, podem levar à insuficiência da valva mitral. Pode haver também insuficiência mitral decorrente da disfunção isquêmica dos músculos papilares.

Para cada tipo de alteração existe uma técnica de plastia da valva mitral específica. Dependendo do caso, pode ser necessário fazer a ressecção de parte do folhetos, encurtamento ou alongamento de cordoalhas. A colocação de cordoalhas novas com fios específicos, de alta resistência e durabilidade, também é possível.

Porém, as técnicas de plastia valvar mitral possuem um ponto em comum. Trata-se da colocação de uma anel que se fixa em torno da valva nativa. Este anel contribui para longevidade da plastia e para a eficiência de valva mitral.

Existem vários tipos de anéis, com diferentes conformações anatômicas. Eles costumam ter grande durabilidade e não têm relação com a falência valvar mitral. A falência está associada à progressão da doença reumática ou degenerativa.

Aspectos Cirúrgicos

A plastia do folheto posterior da valva mitral é mais simples de ser realizada. Quando o procedimento envolve o folheto anterior, o desafio é um pouco maior. Nesses casos, normalmente é preciso fazer um implante de cordoalhas.

Hoje, a evolução dos materiais em termos de qualidade e durabilidade faz com que o implante de cordoalhas seja cada vez mais frequente. Em vários serviços do mundo, os médicos já contam com cordoalhas prontas e de diferentes tamanhos.

“Existem medidores específicos para calcular a distância que a cordoalha deve ter para a valva fechar adequadamente. A partir dessa medição, o implante é realizado com maior segurança.” Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular Chefe da Equipe Seu Cardio (CRM-SC 4370 / RQE 5893).

O anel utilizado na plastia da valva mitral respeita a configuração anatômica da valva e do seu anel nativo. Assim, não é plano. Normalmente, possui a configuração tridimensional em cela.

Plastia da Valva Mitral x Prótese

De forma geral, a durabilidade das próteses biológicas em posição mitral costuma ser menor do que na posição aórtica. A anticoagulação da próteses mecânicas em posição mitral oferece mais riscos a longo prazo do que em posição aórtica.

Assim, a plastia da valva mitral é o tratamento de escolha, sempre que possível. Mesmo com ótimos resultados a longo prazo, é importante salientar que a plastia pode não ser um tratamento definitivo. A doença valvar pode continuar a progredir.

No vídeo abaixo, o Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular (CRM-SC 4370 / RQE 5893) e Chefe do Serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital SOS Cárdio, em Florianópolis/SC, fala sobre os principais aspectos da plastia da valva mitral. A aula foi proferida no 8º Congresso do Departamento de Imagem Cardiovascular.

 

Para saber mais sobre cirurgia de valvas cardíacas, próteses mecânicas e biológicas, acesse nosso material gratuito:

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Sintomas de Problemas nas Próteses Valvares

Sintomas de Problemas nas Próteses Valvares

Não é algo comum, mas próteses valvares biológicas e mecânicas podem vir a apresentar problemas e colocar em risco a saúde dos pacientes. Infecções fúngicas e bacterianas, calcificação, formação de trombos e desgaste natural são algumas das causas.

Neste texto, a Dra. Maryha Pires Cassol* (CRM 23616 / RQE 14734) mostra os principais sintomas de problemas nas próteses valvares. Você vai compreender a importância de manter o acompanhamento constante com o médico cardiologista após o implante. Boa leitura!

Tratamento de Doenças Valvares

Geralmente, as doenças valvares são provocadas por problemas que impedem a correta abertura e fechamento da valva cardíaca. Dessa forma, acabam prejudicando toda a circulação sanguínea.

Em casos mais leves, é possível controlar os sintomas com a ajuda de medicamentos. Porém, na maior parte das vezes, o tratamento é cirúrgico. Embora a plastia valvar possa ser uma opção, muitas vezes é necessária a troca da valva nativa por uma prótese.

Tipos de Próteses Valvares Cardíacas

Hoje, existem dois tipos de próteses valvares, com características e indicações diferentes: mecânicas e biológicas.

  • Próteses valvares biológicas: confeccionadas com material de origem animal, oferecem menor risco de formação de trombos (coágulos), que poderiam impedir o seu correto funcionamento ou levar a problemas como a trombose aguda da prótese ou mesmo o Acidente Vascular Cerebral (AVC). No entanto, são menos duráveis e podem vir a calcificar e degenerar depois de longos períodos.
  • Próteses valvares mecânicas: feitas de metal, são mais duradouras que as próteses biológicas – dificilmente degeneram com o tempo. Apesar disso, as próteses valvares mecânicas oferecem um maior risco de formação de trombos. Assim, demandam o uso de medicação anticoagulante e o controle da coagulação sanguínea (exame para controle de TAP) por toda a vida.

A escolha do tipo de prótese valvar deve ser realizada entre médico e paciente e levar em conta vários critérios. Entre eles, são considerados: condição clínica, idade, estilo de vida, capacidade de adesão do paciente ao tratamento, entre outros. Saiba mais aqui sobre as próteses valvares mecânicas e biológicas.

Sintomas de Problemas nas Próteses Valvares

Os sintomas de que o paciente possui algum problema na sua prótese valvar podem ser súbitos ou progressivos. No geral, a calcificação da estrutura (mais comum na prótese biológica) leva um certo tempo para acontecer e ser percebida. A prótese deixa de funcionar aos poucos e os sintomas vão aumentando de intensidade e frequência ao longo do tempo.

Já a formação de trombos (mais comum na prótese mecânica) pode acontecer de forma súbita. Esse risco existe especialmente nos pacientes que não tomam o anticoagulante corretamente e/ou não fazem o controle adequado da coagulação sanguínea. Nesses casos, a disfunção grave e aguda da valva, ou até o Acidente Vascular Cerebral (AVC), podem ser a primeira manifestação do problema na prótese valvar.

De forma geral, os pacientes com disfunção nas próteses valvares (tanto biológicas quanto mecânicas) podem sentir:

  • Falta de ar e cansaço: no caso das degenerações e calcificações (mais comuns nas valvas biológicas), ele tende a ser progressivo. Já nas valvas mecânicas, a formação de coágulos na estrutura pode impedir rapidamente o seu funcionamento, provocar falta de ar e cansaço intensos e de forma súbita.
  • Desmaios: Podem indicar problemas agudos nas próteses valvares cardíacas. Entre eles, a formação de coágulos na estrutura, impedindo a prótese de abrir e fechar corretamente.
  • Dor no peito (angina): Normalmente, acontece nos casos em que as próteses valvares estão estreitadas (estenosadas). Em geral, isso ocorre por conta da calcificação da estrutura ou degeneração – mais comum nas próteses biológicas.

É importante salientar que estes sintomas são os mais comuns, mas os problemas nas próteses valvares podem se manifestar de forma diferente entre as pessoas. Por isso, o acompanhamento com o Cardiologista Clínico é fundamental.

Endocardite

A endocardite é um problema grave, provocado por fungos ou bactérias que atingem as valvas do coração. Estes microrganismos podem comprometer o funcionamento de valvas nativas e de próteses, tanto biológicas quanto mecânicas.

A endocardite pode acometer, na mesma proporção, pessoas que não têm próteses valvares. No entanto, costuma ter maior gravidade nos portadores de prótese valvar.

Os sintomas da endocardite costumam envolver:

  • Febre de origem obscura;
  • Perda de peso;
  • Cansaço;
  • Falta de ar.

Em geral, o tratamento da endocardite requer o uso de antibióticos ou antifúngicos, dependendo da causa da doença. Para os portadores de próteses valvares cardíacas, o tratamento costuma passar também pela substituição da prótese. Por isso, esses pacientes necessitam de um cuidado maior. Afinal, a troca da prótese representa uma nova cirurgia (reoperação).

Para evitar a endocardite, os cuidados com a prevenção são fundamentais, especialmente para as pessoas que possuem uma prótese valvar cardíaca. Em linhas gerais, passam pela profilaxia com antibióticos antes de certos tipos de procedimentos cirúrgicos e odontológicos.

Lembre-se: a troca valvar é um procedimento seguro e curativo, se bem indicado e realizado por profissionais experientes e competentes. A taxa de complicações durante a vida em portadores de próteses valvares é muito baixa, desde que o acompanhamento regular e as orientações do seu médico sejam respeitadas.

“Pacientes que já possuem próteses valvares devem manter um acompanhamento periódico com o médico cardiologista. Precisam consultá-lo sempre que for necessário realizar algum novo evento cirúrgico, como tratamentos odontológicos, para a correta profilaxia.”  Dra. Maryha Pires Cassol (CRM 23616 / RQE 14734).

Cuide do seu coração. Consulte o seu cardiologista com frequência, siga as orientações médicas e fique atento aos sintomas de problemas nas próteses valvares.  Sua saúde agradece!

*Dra. Maryha Pires Cassol (CRM 23616 / RQE 14734) é Cardiologista Clínica e atende consultas no Hospital SOS Cárdio, em Florianópolis/SC.

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Avaliação Clínica na Cirurgia Cardíaca

Avaliação Clínica na Cirurgia Cardíaca

Confira o artigo escrito pelo Dr. Daniel José da Silva Filho, Médico Cardiologista e Intensivista (CRM 25741 RQE 16416 RQE 16418), sobre a importância da avaliação pré-cirúrgica para o sucesso do procedimento. Boa leitura!  

Um dos grandes avanços da Medicina nos últimos anos é a maior capacidade de avaliar as características e as necessidades de cada paciente. A avaliação clínica no pré e no pós-cirúrgico da cirurgia cardiovascular está cada vez mais personalizada. Tem como objetivo central proporcionar maior segurança na condução de cada paciente.

Os resultados podem ser observados em procedimentos médicos de um modo geral, principalmente nos pacientes com idade avançada. Hoje, diferente do que acontecia décadas atrás, é cada vez mais comum a realização de procedimentos complexos em pessoas com mais de 80 anos. Destacam-se, especialmente,  cirurgia cardíaca, vascular, além de outros procedimentos cirúrgicos de um modo geral. Como a média de idade do brasileiro vem aumentando gradativamente, precisamos estar preparados para este momento, possibilitando o acesso aos tratamentos para uma parcela importante da população.

O mesmo acontece em pacientes com outras comorbidades, como diabetes, doenças coronarianas, problemas renais e hepáticos. Antigamente, tais condições poderiam impedir a realização de uma cirurgia cardíaca ou outro procedimento cardiovascular. Hoje, o cuidado personalizado e a avaliação clínica detalhada permitem determinar o melhor momento do procedimento, bem como a melhor opção terapêutica.

Avaliação Clínica antes da Cirurgia Cardíaca

Os cuidados pré-cirúrgicos começam antes mesmo do encontro com o médico. Têm início já na escolha do hospital e da equipe responsável pelo tratamento. Os pacientes devem procurar instituições e profissionais que ofereçam todo o suporte para o caso de alguma intercorrência.

Uma vez feito isso, passa-se então pela avaliação clínica pré-cirúrgica. Nela, o médico responsável deve avaliar o paciente como um todo. A intenção é fazer o preparo de acordo com as condições de saúde de cada pessoa – e com o tipo de cirurgia que ela irá realizar.

A avaliação clínica pré-cirúrgica costuma envolver alguns exames de rotina (que variam de acordo com o procedimento a ser realizado). Eletrocardiograma, Rx de tórax e ecocardiograma são alguns exemplos. No entanto, sabemos que eles podem não dar conta de todo universo das diversas situações.

Dependendo do procedimento cirúrgico a ser realizado, a avaliação clínica pode demandar outros exames e aprofundar a investigação. Pretende-se, com isso, proporcionar maior segurança ao paciente e sucesso em sua cirurgia.

Além disso, o médico também realiza um levantamento completo e a análise crítica do histórico do paciente. Nesse contexto, avaliamos:

  • Histórico de doenças prévias;
  • Os sintomas envolvidos em cada caso;
  • Os procedimentos realizados anteriormente;
  • As complicações sofridas no passado;
  • O histórico familiar;
  • Os medicamentos que utiliza e que deixou de usar;
  • A indicação cirúrgica.

Esse levantamento minucioso, aliado aos exames de rotina para cada procedimento e aos escores matemáticos de risco, permitem ao médico ter amplo conhecimento do estado de saúde do paciente.  

“A avaliação clínica personalizada nos permite solicitar procedimentos de pesquisa cardíaca, pulmonar e de diversas outras especialidades antes das cirurgias cardiovasculares. Assim, os pacientes são encaminhados para o tratamento com mais segurança.” Dr. Daniel José da Silva Filho, Médico Cardiologista e Intensivista (CRM 25741).

A avaliação clínica permite aos médicos a realização de um planejamento específico para cada paciente. As informações levantadas nessa fase ajudam a traçar estratégias de prevenção e controle de intercorrências no pós-cirúrgico.

Essa avaliação também auxilia a equipe multidisciplinar envolvida, como fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, enfermeiros e psicólogos, no diagnóstico e prevenção de intercorrências e nos cuidados pós-operatórios.

Avaliação Após a Cirurgia Cardíaca

No pós-cirúrgico, os pacientes também são submetidos a uma série de exames laboratoriais e de imagem. Novamente, as informações da avaliação clínica pré-cirúrgica têm relevância, pois auxiliam na condução do paciente.

“Nós correlacionarmos todas as informações obtidas antes, durante e depois da cirurgia cardiovascular. Assim, além dos exames de rotina para a avaliação clínica pós-cirúrgica, nós podemos realizar estudos mais complexos, de acordo com o quadro de cada paciente.” Dr. Daniel José da Silva Filho, Médico Cardiologista e Intensivista (CRM 25741).

Os cuidados com a mobilização precoce, com a alimentação adequada e com o estado psicológico dos pacientes seguem a mesma lógica. Visam sempre uma recuperação plena e segura, com prevenção de intercorrências, de acordo com as características de cada pessoa e com as informações coletadas na avaliação clínica.

*Dr. Daniel José da Silva Filho (CRM 25741) é médico especialista em Terapia Intensiva (RQE 16418) e em Cardiologia (RQE 16416). Atua nas unidades de Pronto Atendimento e CTI do Hospital SOS Cárdio. 

Pós-Operatório da Cirurgia Cardíaca

 

 

Aneurisma da Aorta Torácica: Diagnóstico e Tratamento

Aneurisma da Aorta Torácica: Diagnóstico e Tratamento

O Aneurisma da Aorta Torácica atinge cerca de 5% dos brasileiros. A doença é silenciosa e grave. Quando não tratada, leva ao rompimento da aorta, que pode levar à morte em muitos casos. Por isso, o diagnóstico e o acompanhamento médico são fundamentais. Neste texto, explicamos sobre o que é o aneurisma da aorta, como é realizado o diagnóstico e quais são as opções de tratamento. 

O que é Aneurisma da Aorta?

O Aneurisma da Aorta Torácica é uma dilatação progressiva que acontece em um ou mais segmentos da aorta. Essa dilatação leva ao enfraquecimento de sua parede. Uma vez distendida, torna-se cada vez mais fina, com risco progressivo de ruptura. Por isso, o aneurisma da aorta é grave e requer acompanhamento periódico. A ruptura de um aneurisma da aorta requer intervenção imediata, pois há risco à vida.

As principais causas do aneurisma da aorta estão associadas à aterosclerose. Os fatores de risco são os mesmos da doença coronariana: fumo, diabetes, hipertensão, colesterol e história familiar. O diagnóstico precoce, o tratamento e o acompanhamento médico são essenciais para evitar o rompimento da aorta, complicação principal do aneurisma.

Diagnóstico do Aneurisma da Aorta

Muitas vezes, o Aneurisma da Aorta Torácica é identificado durante exames médicos não relacionados à doença. É comum o diagnóstico ser realizado em exames como radiografia ou ultrassom por outro motivo, sem que o paciente tenha qualquer sintoma.

No entanto, devido à gravidade de uma possível ruptura do aneurisma da aorta, é essencial o diagnóstico precoce. É imprescindível o exame clínico, tanto na região torácica quanto abdominal, em pacientes acima de 50 anos.

Em caso de suspeita da dilatação da aorta, exames como raio-x de tórax, ecocardiograma, tomografia computadorizada e ressonância magnética são os mais indicados. Hipertensos, fumantes e pessoas com colesterol alto, aterosclerose ou histórico familiar devem receber atenção especial. Acompanhar com o Cardiologista Clínico é importante.

Formas de Tratamento do Aneurisma da Aorta

A aorta é o maior vaso do corpo humano. Ao sair do coração, distribui o sangue inicialmente para as artérias da cabeça e membros superiores. Depois, segue levando o sangue para todo o restante do corpo.

Por se tratar de um grande vaso, é dividida entre aorta ascendente, arco aórtico, aorta descendente e aorta abdominal. Dependendo do tamanho e da localização, o Aneurisma da Aorta Torácica possui diferentes formas de abordagem e tratamento:

 

Aneurisma de Aorta Ascendente e Arcos Associados:  

Na maioria das vezes, o tratamento de aneurisma da aorta ascendente ou de arcos associados requer uma cirurgia aberta. No procedimento, a abordagem costuma ser a substituição da área do aneurisma por uma prótese tubular.

 

Aneurismas da Aorta Torácica Descendente e da Aorta Abdominal:

Os aneurismas da aorta descendente e da aorta abdominal recebem outra abordagem. São tratados por cirurgia endovascular, um procedimento minimamente invasivo. Neste procedimento, é realizado o implante de uma endoprótese no local do aneurisma, através de um cateter inserido na artéria da região inguinal.

 

O diagnóstico precoce e o acompanhamento com o Cardiologista Clínico são fundamentais para o controle do avanço do aneurisma da aorta. É o Cardiologista também quem irá identificar a necessidade de encaminhar o paciente para o tratamento. A definição entre cirurgia aberta ou endovascular dependerá da localização do aneurisma e da avaliação individual de cada caso.

Ficou com alguma dúvida? Entre em contato conosco!

 

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