por Equipe Seu Cardio | Blog, cuidados, Fatores de Risco e Prevenção, Insuficiência Cardíaca, Válvulas
Para falarmos de insuficiência valvar, precisamos entender que as válvulas cardíacas funcionam como quatro portas. Localizadas entre as quatro câmaras do coração, elas devem permitir a passagem do sangue apenas no sentido correto da circulação – e se fechar para eventuais refluxos.
“A insuficiência valvar acontece quando uma das quatro válvulas do coração torna-se incompetente na sua função de fechar, permitindo o refluxo de sangue. Esse refluxo, com o passar do tempo, pode levar à falência de bomba do coração” – Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular em Florianópolis/SC (CRM 4370 / RQE 5893).
Efeitos Degenerativos
Caso não seja tratada, a insuficiência valvar tende a tornar-se cada vez mais grave. O problema, originado e, até certo ponto, localizado nas válvulas, pode ter impacto direto sobre a bomba cardíaca como um todo.
“A insuficiência valvar provoca uma perda gradual na força contrátil do coração. Isso faz com que a quantidade de sangue ejetado pelo órgão a cada batimento (fração de ejeção) seja cada vez menor, levando a um quadro clínico chamado de insuficiência cardíaca” – Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular em Florianópolis/SC (CRM 4370 / RQE 5893).
A insuficiência valvar pode provocar sintomas diversos, que variam de acordo com a válvula afetada. A manifestação mais comum da doença, no entanto, é o cansaço excessivo e a falta de ar.
Tratamento da Insuficiência Valvar
Os tratamentos para a insuficiência valvar podem envolver o reparo cirúrgico da válvula (plastia valvar) ou a substituição dessa estrutura por uma prótese valvar mecânica ou biológica – a exemplo das novas próteses com Tecnologia Resilia.
“Além de estarem posicionadas em regiões diferentes dentro do coração, as válvulas cardíacas possuem características particulares que exigem abordagens próprias” – Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular em Florianópolis/SC (CRM 4370 / RQE 5893).
Válvula Mitral (localizada entre o átrio e o ventrículo esquerdos):
Hoje, existe uma grande variedade de técnicas que fazem com que o reparo cirúrgico, plastia da valva mitral, seja considerado o padrão ouro nos casos de insuficiência valvar mitral degenerativa – que cursa com insuficiência severa da valva mitral.
Válvula Aórtica (localizada entre o ventrículo esquerdo e a artéria aorta):
Apesar do contínuo desenvolvimento e da crescente popularidade, a plastia da válvula aórtica ainda se reserva a casos selecionados. Por isso, em geral, o tratamento mais indicado costuma ser a substituição da válvula original por uma prótese valvar mecânica ou biológica.
Válvula Tricúspide (localizada entre o átrio e ventrículo direito):
A disfunção da válvula tricúspide costuma estar relacionada à insuficiência decorrente da dilatação do coração. No geral, pacientes que apresentam doença valvar no lado esquerdo do coração (mitral ou aórtica) tendem a apresentar insuficiência valvar também no lado direito, na válvula tricúspide.
“A plastia da válvula tricúspide vem mostrando resultados muito bons a curto, médio e longo prazos. É cada vez mais comum a associação do tratamento das válvulas do lado esquerdo do coração (mitral e aórtica) à plastia da válvula tricúspide” – Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular em Florianópolis/SC (CRM 4370 / RQE 5893).
Válvula pulmonar (localizada entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar):
Trata-se de um tipo raro de insuficiência valvar, geralmente relacionado às cardiopatias congênitas. O tratamento costuma ser realizado ainda na infância.
Próteses Valvares Cardíacas
Dependendo das causas que levam à doença, a insuficiência valvar não pode ser tratada com a plastia das válvulas cardíacas. Esse, por exemplo, costuma ser o caso da doença reumática, que provoca uma retração muito grande das válvulas, impossibilitando a plastia. Nesses casos, a alternativa passa a ser o implante valvar, seja de próteses biológicas como de próteses mecânicas.
“A decisão sobre qual modelo de prótese deverá ser implantada leva em consideração a idade do paciente. Isso porque as próteses biológicas têm durabilidade menor em pacientes mais jovens. Outro ponto observado é a aceitação do paciente em tomar ou não a medicação anticoagulante oral – e da realização dos exames para controle de TAP – uma vez que essa é uma exigência para o implante das próteses mecânicas” – Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular em Florianópolis/SC (CRM 4370 / RQE 5893).
Fique atento à insuficiência valvar. Converse com o seu cardiologista sobre o essa doença e informe-se sobre as possibilidades de tratamento. É importante que você entenda os prós e contras de cada conduta e avalie a melhor opção para você.
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Em condições normais, o sangue flui em nosso corpo sem turbulências. No entanto, em certos casos, o fluxo sanguíneo pode sofrer alterações. Esse fenômeno, por sua vez, se traduz em uma resposta vibratória, que é percebida pela ausculta cardíaca como um sopro no coração.
“Em certos casos, é possível palpar a vibração do sangue. Essa manifestação tátil do sopro no coração é o que chamamos de frêmito” – Dr. Antônio Silveira Sbissa, médico cardiologista – CRM 437.
Abaixo, o Dr. Antônio Silveira Sbissa (CRM 437), médico cardiologista com longa experiência, explica o que é o sopro no coração e como ele é provocado.
O que provoca o sopro no coração?
O sopro ouvido do precórdio, região do tórax relacionada com coração, significa uma turbulência no fluxo de sangue. E esse fenômeno pode ter inúmeras causas (tanto congênitas quanto adquiridas). As mais frequentes estão relacionadas com alterações estruturais no coração – ou em outras partes do sistema circulatório – que interferem no fluxo sanguíneo.
“Uma válvula cardíaca que não abre ou não se fecha da forma adequada pode alterar o fluxo sanguíneo e provocar a turbulência, que é auscultada pelo médico e avaliada através do sopro. A estenose da valvula aórtica, por exemplo, produz um sopro sistólico de ejeção no chamado foco aórtico, onde se auscultam os fenômenos localizados nessa estrutura” – Dr. Antônio Silveira Sbissa, médico cardiologista – CRM 437.
Outras causas
Além das estenoses e das insuficiências nas válvulas do coração, o sopro pode ser provocado por outros fatores. Entre eles, estão as doenças que fazem com que o sangue circule mais rápido pelos vasos sanguíneos, como o hipertireoidismo ou anemia (que faz com que o sangue fique de certa forma menos denso e passe pelas válvulas do coração de maneira turbulenta).
“É importante dizer que nas crianças, especialmente nos primeiros anos de vida, o sangue tende a circular naturalmente de forma que provoque turbulência. Por isso é normal que os pequenos apresentem sopro no coração, sem que exista necessariamente um problema estrutural. É o que chamamos de “sopro inocente”, que costuma desaparecer na medida em que a criança cresce” – Dr. Antônio Silveira Sbissa, médico cardiologista – CRM 437.
Doenças que ocorrem em indivíduos jovens também podem provocar alterações nas válvulas cardíacas e levar ao sopro no coração. É o caso da febre reumática, muito comum anos atrás. Até mesmo a sífilis pode gerar deformidades na estrutura da válvula aórtica e ocasionar sopro no coração.
O que fazer em caso de sopro no coração?
Qualquer médico pode identificar um sopro no coração. E, dependendo do tipo de sopro, já é possível ter uma boa ideia do que esse sinal pode significar, ainda durante a ausculta.
Uma vez diagnosticado o sopro no coração, o segundo passo é realizar o raciocínio clínico. Assim, o médico poderá relacionar as informações obtidas na ausculta do sopro com outros sintomas e informações de saúde do paciente.
Caso os dados obtidos, o médico pode ainda solicitar exames complementares, como o Ecocardiograma. Nele, pode-se visualizar o funcionamento das válvulas cardíacas e das estruturas do coração.
“Os pacientes com sopro no coração não precisam se assustar. Na maior parte das vezes, trata-se de um “sopro benigno”. Caso esse fenômeno seja provocado por alguma alteração na estrutura cardíaca, o paciente poderá ser acompanhado pelo médico cardiologista. Nos casos necessários, uma série de outros exames poderão ser solicitados. Os tratamentos cirúrgicos, como a correção das válvulas, e os implantes com próteses mecânicas ou biológicas estão cada vez mais avançados – Dr. Antônio Silveira Sbissa, médico cardiologista – CRM 437.
Sobre o autor: Dr. Antônio Silveira Sbissa (CRM 437) é Médico Cardiologista. Formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Paraná, em 1960, com Doutorado em Medicina, e com Curso de Aperfeiçoamento em Cardiologia pela Universidade de São Paulo e na Virginia Commowealth University. Professor Titular do Departamento de Clínica Médica do Curso de Medicina, Doutor em Ciências e Livre Docente, na Universidade Federal de Santa Catarina. Professor do Curso de Medicina na Universidade do Vale do Itajaí e na Universidade do Sul de Santa Catarina. Especialista em Cardiologia, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Foi Diretor Geral do Instituto de Cardiologia da Secretaria de Estado da Saúde, Fundador e primeiro Presidente da Sociedade Catarinense de Cardiologia, Membro fundador e ocupante da Cadeira Vinte e Um da Academia Catarinense de Medicina, Presidente do Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina.
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Em sua maioria, as doenças valvares podem ser tratadas através de procedimentos cirúrgicos. O grande impasse é definir o melhor tipo de prótese para cada paciente: biológica ou mecânica. Com a tecnologia Resilia, um novo cenário se apresenta aos pacientes.
A Cirurgia de Valva Cardíaca
A cirurgia de válvula do coração, como é popularmente chamada, pode reparar as valvas cardíacas (plastia valvar) ou substituir as valvas naturais por próteses biológicas ou mecânicas. Contudo, o grande desafio, é definir qual o melhor tipo de prótese para cada paciente, especialmente para os mais jovens.
Hoje, ainda há um grande debate sobre o melhor tipo de prótese valvar para pacientes em faixa etária mais jovem. Por um lado, as próteses mecânicas demandam uso de anticoagulantes, impondo restrições e cuidados de longo prazo. Do outro lado, as próteses biológicas, que não tem esta necessidade, degeneram mais cedo na população mais jovem, demandando troca valvar.
Recentemente, a Medicina avançou em mais um grande passo. Na busca por retardar a degeneração das próteses biológicas nos pacientes mais jovens, recentemente desenvolveu a tecnologia Resilia. Trata-se de um novo tratamento no tecido das próteses biológicas, capaz de aumentar a sua durabilidade.
Próteses Biológicas
As próteses biológicas sofrem um processo degenerativo com o passar do tempo. Porém, por si só, não demandam a necessidade de uso de terapia anticoagulante , pois não desencadeiam processos trombóticos. Já as próteses mecânicas, são mais duráveis, não sofrem um processo degenerativo, mas oferecem riscos aumentados de formação de trombos. Por isso, necessitam de uso contínuo de anticoagulantes e de um controle rígido da coagulação sanguínea.
“Isso nos coloca em uma dilema. Apesar de não necessitar de medicamentos anticoagulantes, uma prótese biológica pode durar mais de 20 anos em um paciente idoso. Porém, possui uma durabilidade menor em pacientes mais jovens, principalmente em crianças. Dessa forma, implica em novas cirurgias durante a vida para troca das próteses valvares. Por outro lado, as próteses mecânicas duram mais, mas submetem os pacientes ao uso contínuo de anticoagulantes por longo tempo – e aos riscos impostos por essa condição.” – Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular (CRM 4370 / RQE 5893).
Tecnologia Resilia
A tecnologia Resilia foi recentemente incorporada ao tratamento do tecido biológico das próteses valvares cardíacas com o intuito de retardar o processo degenerativo de calcificação das próteses biológicas. Com esta tecnologia, vários estudos mostram um acentuado retardo no processo degenerativo das próteses e o consequente aumento da sua durabilidade.
Em estudo há cerca de 15 anos, a tecnologia Resilia já conta com a aprovação órgãos reguladores europeu e americano. No Brasil, o Hospital SOS Cárdio, de Florianópolis, é um dos pioneiros no uso desse tipo de próteses, através da equipe Seu Cardio.
De forma resumida, a degeneração das próteses valvares está diretamente associada ao metabolismo do cálcio no organismo dos pacientes. A tecnologia Resilia, por sua vez, faz com que o tecido biológico das próteses sofra menos com a calcificação ao longo do tempo. Mesmo em pacientes jovens, que possuem metabolismo de cálcio mais intenso.
“Os estudos in vitro mostram uma superioridade muito grande das próteses com tecnologia Resilia em comparação aos modelos disponíveis atualmente no mercado. Ao contrário do que acontece com as próteses valvares biológicas sem este tratamento, as próteses com a tecnologia Resília vem demonstrando menor calcificação ao longo do tempo, retardando seu processo degenerativo. Com isso, reduzem a necessidade de novas cirurgias.”– Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular (CRM 4370 / RQE 5893).
Além isso, a tecnologia Resília não implica em riscos adicionais. A cirurgia para o implante das próteses valvares cardíacas com a tecnologia Resilia é tecnicamente igual à cirurgia para implante das próteses valvares comuns. A recuperação no pós-operatório também é a mesma.
Converse com o seu cardiologista sobre o que há de mais moderno em próteses valvares para o seu coração. É importante que você entenda os prós e contras de cada prótese para participar da escolha da melhor opção para você.
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As bactérias e os fungos estão presentes em qualquer lugar do nosso planeta. A superfície da nossa pele e as mucosas não são exceção. Algumas vezes, quando alguns tipos específicos de microrganismos entram em nossa corrente sanguínea, podem ser levados até ao coração, lá se fixar e começar a se reproduzir. Assim, geram uma doença chamada de endocardite.
“A endocardite acontece quando os microrganismos entram na nossa corrente sanguínea e se instalam no nosso coração, trazendo uma série de prejuízos. Trata-se de uma das poucas infecções que, se não forem tratadas, são 100% fatais.” – Dr. Rodrigo Carlo Saorin, Médico Cardiologista (CRM 8835 / RQE 8508).
Abaixo, o cardiologista Rodrigo Carlo Saorin (CRM 8835 / RQE 8508), do Hospital SOS Cárdio, explica o que é a endocardite e a importância da profilaxia para os pacientes que apresentam riscos de desenvolverem essa doença.
Como acontece a endocardite?
A endocardite é uma doença grave. Para que ela venha a acontecer é preciso a associação de vários elementos ao mesmo tempo.
As bactérias e os fungos estão continuamente em contato com diversos tecidos humanos. Algumas vezes, as nossas defesas naturais falham ou somos expostos a uma quantidade muito grande deles. Assim, eles acabam invadindo a nossa corrente sanguínea. Quando isso acontece com alguns tipos específicos de microrganismos, em pessoas que já possuam alguma predisposição, como alterações nas valvas do coração, por exemplo, esses microorganismos podem se fixar neste local e começar a se reproduzir. Ocorre, assim, a endocardite.
Então, para que a endocardite ocorra, é necessário:
- O contato do sangue com determinados tipos de bactérias ou fungos e em uma quantidade suficiente;
- Lesões preexistentes nas valvas cardíacas ou presença de materiais sintéticos no coração (próteses valvares);
Os Riscos da Endocardite
Uma vez instaladas nas valvas do coração (sejam elas naturais ou próteses), as bactérias formam uma espécie de tecido, com múltiplas camadas. O crescimento desse tecido pode causar deformações progressivas, provocando a perda da função original da válvula cardíaca, atrapalhando o funcionamento do coração.
Além disso, em certos casos, uma parte da colônia de bactérias pode se desprender da região onde está fixada e circular junto ao sangue por todo corpo. À medida em que os vasos sanguíneos vão ficando menores, este aglomerado de células, bactérias e coágulos acaba impedindo a passagem do sangue. Dessa forma, acaba provocando a morte dos tecidos desta região por falta de oxigênio e nutrientes. Como este material é rico em bactérias, muitas vezes esta necrose pode estar associada com a formação de abcessos. Este fenômeno pode ocorrer em qualquer região do corpo, sendo muitas vezes encontrado nas extremidades dos dedos das mãos e dos pés.
Sintomas da Endocardite
Esta doença costuma ser insidiosa e de diagnóstico complexo. Os sinais e sintomas da endocardite podem aparecer aos poucos e serem confundidos com outras doenças. Entre eles, podemos citar:
- Febre noturna persistente;
- Emagrecimento;
- Cansaço e falta de ar aos pequenos esforços;
- Manchas nos olhos e na ponta dos dedos;
- Novo sopro presente no coração.
Além disso, a Endocardite pode ter como primeira manifestação uma lesão de algum órgão distante, como:
Algumas pessoas são particularmente mais suscetíveis ao desenvolvimento de endocardite. Entre elas, pessoas que possuam qualquer doença que produza disfunção das valvas cardíacas, como: estenose ou insuficiência, ou alguma deformação ou turbilhonamento excessivo do sangue nestes locais, como febre reumática, doenças congênitas do coração, próteses cardíacas, marcapasso, calcificação, etc. São também mais suscetíveis pessoas que são expostas continuamente a uma alta carga de bactérias na corrente sanguínea. São casos como: viciados em drogas injetáveis, imunodeprimidas, alguns tipos de tumores de intestino, má higiene bucal, procedimentos invasivos contaminados, dentre outros.
Diagnóstico
O diagnóstico da endocardite costuma ser realizado através da correlação dos sinais, sintomas e exames clínicos. Entre os exames, colaboram com o diagnóstico os achados no Ecocardiograma e na Hemocultura. Este último é o exame que mostra o crescimento da bactéria no sangue.
“Algumas vezes, o uso indiscriminado de antibióticos sem um diagnóstico adequado pode atrapalhar, atrasar o tratamento e induzir a um diagnóstico equivocado. No caso de uma endocardite, isso pode ser fatal.” – Dr. Rodrigo Carlo Saorin, Médico Cardiologista (CRM 8835 / RQE 8508).
Tratamento da Endocardite
O paciente diagnosticado com endocardite deverá ser submetido a um período de internação hospitalar relativamente longo, que costuma durar várias semanas. Os cuidados médicos envolvem a administração de medicamentos antibióticos específicos e, em alguns casos, procedimentos cirúrgicos.
O tratamento com antibióticos visa eliminar a infecção bacteriana. Já a cirurgia é indicada para pacientes que tiveram suas válvulas naturais ou próteses valvares comprometidas pelo crescimento dos microorganismos. Nesses casos, a válvula natural ou prótese valvar deve ser substituída. Quando aparelhos de marcapasso são contaminados pela endocardite, eles também precisam ser trocados.
“O tratamento com antibióticos específicos é muito importante. A cirurgia só pode ser indicada quando os exames mostrarem que as bactérias foram eliminadas completamente do organismo.” – Dr. Rodrigo Carlo Saorin, Médico Cardiologista (CRM 8835 / RQE 8508).
Profilaxia
Pessoas que possuam fatores de risco para o desenvolvimento de endocardite precisam ser identificadas e receber a profilaxia adequada.
“A profilaxia consiste na administração preventiva de antibióticos antes de alguns procedimentos que possam provocar uma exposição do sangue a uma grande quantidade de bactérias.” – Dr. Rodrigo Carlo Saorin, Médico Cardiologista (CRM 8835 / RQE 8508).
Converse com o seu cardiologista para saber se você faz parte de algum grupo de risco para a endocardite. O médico também poderá lhe orientar sobre os cuidados que você precisa tomar para evitar esta doença tão perigosa.
Colaborou nesta matéria: Dr. Rodrigo Carlo Saorin (CRM 8835 / RQE 8508), Médico Cardiologista e Intensivista do Hospital SOS Cárdio, Florianópolis/SC.
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Diversos fatores podem levar uma pessoa a desenvolver doenças do coração – sejam elas nas válvulas, no músculo cardíaco, no circuito elétrico do órgão ou nos vasos sanguíneos adjacentes. Entre os principais fatores de risco para doenças cardíacas, estão o histórico familiar, a idade e os aspectos relacionados com o nosso estilo de vida.
“A idade é um fator inexorável. A medida que envelhecemos, vários processos degenerativos se manifestam, como o acúmulo de cálcio nas válvulas cardíacas que leva a doenças como a estenose aórtica”, que é cada vez mais prevalente com o aumento da expectativa de vida da população. Dr. Jamil Cherem Schneider (CRM-SC 3151 / RQE 2874), Cardiologista.
Já as pessoas sedentárias, que fumam e se alimentam de forma inadequada, desencadeiam em seu organismo uma série de reações inflamatórias. Isso pode fazer com que, mesmo jovens ou sem histórico familiar, estas pessoas adquiram fatores de risco para problemas do coração. Entre os mais comuns estão:
“Estes fatores de risco adquiridos estão intimamente relacionados com a ocorrência de vários problemas como os Infartos do Coração, Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), Aneurismas da Aorta Abdominal e obstruções das artérias das pernas, por exemplo. Mesmo as pessoas sem histórico na família podem ter essas doenças” Dr. Jamil Cherem Schneider (CRM-SC 3151 / RQE 2874), Cardiologista.
Já as pessoas com histórico familiar de problemas cardiovasculares são ainda mais predispostas e precisam ter cuidados redobrados – inclusive na infância. É o que veremos a seguir.
Histórico Familiar
O fator genético pode contribuir significativamente para a ocorrência de problemas do coração. Em decorrência deste fato, mesmo as pessoas que se exercitam, se alimentam bem e não possuem vícios como o tabagismo, podem apresentar naturalmente risco elevado para hipertensão, diabetes e colesterol alto.
“Muitos destes indivíduos com histórico familiar para doenças do coração terão a manifestação de doença cardiovascular em idades mais precoces. Isso contribui para uma maior mortalidade e diminuição da capacidade laboral em fases mais precoces da vida” – Dr. Jamil Cherem Schneider (CRM-SC 3151 / RQE 2874), Cardiologista.
Por isso, mesmo que não tenha sintomas, consultar um médico cardiologista é fundamental. Assim, é possível conhecer o seu perfil e os riscos de desenvolver algum problema do coração. Conhecer os riscos é essencial para adotar as devidas medidas de prevenção o quanto antes.
Grau de Parentesco
De forma geral, para compreendermos os riscos do histórico familiar, é importante ter em mente o grau de parentesco dos familiares que tiveram manifestações de doença cardiovascular, tal como o infarto do miocárdio, e a idade com que eles adoeceram.
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Histórico de Doenças do Coração em Pais e Filhos:
Pais e filhos são considerados parentes de primeiro grau. Caso o pai ou a mãe tenha algum problema do coração, as chances dos filhos nascerem com essa característica é bastante alta. Se a disfunção estiver presente nos dois lados da família, as chances são ainda maiores.
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Histórico de Doenças do Coração em Avós e Irmãos:
Avós e irmãos são considerados parentes de segundo grau. Nesses casos, as chances de herdar uma característica genética é menor, mas ainda muito presente. Se você possui avós com histórico de doença cardíaca precoce ou irmãos diagnosticados precocemente, a atenção precisa ser redobrada.
Idade da Manifestação do Problema Cardíaco
Como vimos, o processo de envelhecimento pode levar à problemas do coração. Isso pode ser algo natural e não estar necessariamente ligado à fatores genéticos. Contudo, se os seus parentes adoecem cedo, isso pode indicar um forte traço genético.
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Familiares com Doença Cardíaca aos 55 / 65 anos:
Caso o pai do paciente tenha sofrido com problemas do coração antes dos 55 anos de idade, ou a mãe tenha sofrido antes dos 65 anos, as chances de que a família possui um histórico familiar forte são bastante altas. Esse critério de idade vale também para irmãos, tios e avós. Pacientes que possuem familiares nestas condições devem procurar o médico cardiologista o quanto antes para avaliação.
Histórico Familiar de Doenças do Coração e Prevenção
Conhecer o histórico familiar é importante não só para cuidar da própria saúde, mas também da saúde dos filhos. Uma vez que o histórico familiar de doenças do coração é reconhecido, a prevenção contra os fatores de risco pode ser adotada já na infância.
“Os traços genéticos podem fazer com que a hipertensão, o diabetes e o colesterol alto se manifestem desde cedo, ainda na fase infantil. Quanto antes a prevenção for iniciada, com a realização de exames e a adoção de hábitos saudáveis, maiores as chances de uma vida longa e feliz.” – Dr. Jamil Cherem Schneider (CRM-SC 3151 / RQE 2874), Cardiologista.
A medicina ainda não conhece todos os fatores envolvidos no surgimento das doenças do coração. Mesmo as pessoas que não possuem histórico familiar podem nascer com traços genéticos que levam ao problema.
Por isso, indivíduos aparentemente saudáveis, sem histórico familiar, também devem procurar o médico cardiologista para uma avaliação. Já as pessoas com histórico familiar devem procurar o médico ainda mais cedo.
Os pais que identificam esse tipo de problema na família também podem procurar o cardiologista com os filhos ainda pequenos. A medida é importante para a adoção de ações preventivas que auxiliem os jovens a terem uma vida mais saudável.
*Dr. Jamil Cherem Schneider (CRM-SC 3151 / RQE 2874) é Cardiologista Clínico e Professor de Cardiologia da UNISUL. Com mais de 30 anos de atuação em Cardiologia, atua nas clínicas Hemocordis e Prevencordis e no Hospital SOS Cárdio, todos em Florianópolis/SC.
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Algumas doenças são capazes de afetar gravemente o equilíbrio do sistema circulatório. E a Estenose Aórtica é uma delas. Essa disfunção faz com que o sangue fique represado dentro das câmaras do coração, prejudicando gravemente o funcionamento do órgão. Assim como nas insuficiências valvares, a estenose também pode levar ao edema pulmonar (aqui mais comum) e à insuficiência cardíaca.
Sintomas da Estenose Aórtica
Entre os sintomas da Estenose Aórtica, podemos citar:
- Intolerância a exercícios físicos (inclusive aos que eram habituais);
- Dor no peito (angina);
- Falta de ar (dispnéia);
- Desmaios (síncopes);
“A Estenose Aórtica sintomática costuma ter uma evolução muito ruim. No geral, os pacientes que têm os sintomas e não são tratados possuem uma expectativa de vida de apenas 2 a 3 anos. No entanto, dependendo do caso, mesmo na Estenose Aórtica sem sintomas, o risco de morte súbita pode ser alto.” – Dr. Sergio Lima de Almeida, Cirurgião Cardiovascular (CRM 4370 / RQE 5893).
Avanços no Tratamento
Antigamente, pacientes idosos, em situações de gravidade ou de alto risco cirúrgico não tinham a possibilidade de tratar definitivamente a Estenose Aórtica. Assim, eram encaminhados para os cuidados clínicos. A insuficiência cardíaca, decorrente da doença, fazia com as pessoas perdessem qualidade e tempo de vida.
Hoje, a situação é diferente. O avanço tecnológico e científico permite realizar o implante de válvula aórtica mesmo em pacientes idosos e/ou de relativa gravidade. A técnica cirúrgica (a mais segura na maior parte dos casos), modernizou-se, e oferece opções menos agressivas, com incisões menores e menos tempo de Circulação Extracorpórea (CEC). Junto a isso, a modalidade de implante percutânea (Implante de TAVI), também demonstra ótimos resultados – e pode atender pacientes não indicados para a cirurgia.
Novo Ebook: Estenose Aórtica: causas, sintomas e tratamento
Mesmo com todo os avanços nas formas de tratamento, ainda hoje, nos Estados Unidos, cerca de 30% dos pacientes com Estenose Aórtica – sintomático e assintomáticos – não são tratados. A tendência é que nos próximos anos essa população possa aderir aos tratamentos para a Estenose Aórtica e ganhe longevidade.
Para que você também possa desfrutar de todos os progressos científicos e tecnológicos da cardiologia nessa área, a equipe Seu Cardio preparou um material especial. No Ebook “Estenose Aórtica: causas, sintomas e tratamento”, você vai compreender como essa doença se manifesta e conhecer diferentes tipos de próteses e tratamentos. Os principais temas abordados são:
- Como identificar a Estenose Aórtica
- Causas
- Sintomas
- Riscos
- Diagnóstico
- Opções de Tratamento
O material foi elaborado pela equipe de Cirurgia Cardiovascular Seu Cardio, de Florianópolis/SC. É gratuito e está disponível para download no botão abaixo:
Esperamos que aproveite a leitura! Lembramos que as informações do Ebook Estenose aórtica: causas, sintomas e tratamento são de caráter meramente informativo e não substituem as orientações do seu médico.