por Equipe Seu Cardio | Blog, Válvulas
Não é algo comum, mas próteses valvares biológicas e mecânicas podem vir a apresentar problemas e colocar em risco a saúde dos pacientes. Infecções fúngicas e bacterianas, calcificação, formação de trombos e desgaste natural são algumas das causas.
Neste texto, a Dra. Maryha Pires Cassol* (CRM 23616 / RQE 14734) mostra os principais sintomas de problemas nas próteses valvares. Você vai compreender a importância de manter o acompanhamento constante com o médico cardiologista após o implante. Boa leitura!
Tratamento de Doenças Valvares
Geralmente, as doenças valvares são provocadas por problemas que impedem a correta abertura e fechamento da valva cardíaca. Dessa forma, acabam prejudicando toda a circulação sanguínea.
Em casos mais leves, é possível controlar os sintomas com a ajuda de medicamentos. Porém, na maior parte das vezes, o tratamento é cirúrgico. Embora a plastia valvar possa ser uma opção, muitas vezes é necessária a troca da valva nativa por uma prótese.
Tipos de Próteses Valvares Cardíacas
Hoje, existem dois tipos de próteses valvares, com características e indicações diferentes: mecânicas e biológicas.
- Próteses valvares biológicas: confeccionadas com material de origem animal, oferecem menor risco de formação de trombos (coágulos), que poderiam impedir o seu correto funcionamento ou levar a problemas como a trombose aguda da prótese ou mesmo o Acidente Vascular Cerebral (AVC). No entanto, são menos duráveis e podem vir a calcificar e degenerar depois de longos períodos.
- Próteses valvares mecânicas: feitas de metal, são mais duradouras que as próteses biológicas – dificilmente degeneram com o tempo. Apesar disso, as próteses valvares mecânicas oferecem um maior risco de formação de trombos. Assim, demandam o uso de medicação anticoagulante e o controle da coagulação sanguínea (exame para controle de TAP) por toda a vida.
A escolha do tipo de prótese valvar deve ser realizada entre médico e paciente e levar em conta vários critérios. Entre eles, são considerados: condição clínica, idade, estilo de vida, capacidade de adesão do paciente ao tratamento, entre outros. Saiba mais aqui sobre as próteses valvares mecânicas e biológicas.
Sintomas de Problemas nas Próteses Valvares
Os sintomas de que o paciente possui algum problema na sua prótese valvar podem ser súbitos ou progressivos. No geral, a calcificação da estrutura (mais comum na prótese biológica) leva um certo tempo para acontecer e ser percebida. A prótese deixa de funcionar aos poucos e os sintomas vão aumentando de intensidade e frequência ao longo do tempo.
Já a formação de trombos (mais comum na prótese mecânica) pode acontecer de forma súbita. Esse risco existe especialmente nos pacientes que não tomam o anticoagulante corretamente e/ou não fazem o controle adequado da coagulação sanguínea. Nesses casos, a disfunção grave e aguda da valva, ou até o Acidente Vascular Cerebral (AVC), podem ser a primeira manifestação do problema na prótese valvar.
De forma geral, os pacientes com disfunção nas próteses valvares (tanto biológicas quanto mecânicas) podem sentir:
- Falta de ar e cansaço: no caso das degenerações e calcificações (mais comuns nas valvas biológicas), ele tende a ser progressivo. Já nas valvas mecânicas, a formação de coágulos na estrutura pode impedir rapidamente o seu funcionamento, provocar falta de ar e cansaço intensos e de forma súbita.
- Desmaios: Podem indicar problemas agudos nas próteses valvares cardíacas. Entre eles, a formação de coágulos na estrutura, impedindo a prótese de abrir e fechar corretamente.
- Dor no peito (angina): Normalmente, acontece nos casos em que as próteses valvares estão estreitadas (estenosadas). Em geral, isso ocorre por conta da calcificação da estrutura ou degeneração – mais comum nas próteses biológicas.
É importante salientar que estes sintomas são os mais comuns, mas os problemas nas próteses valvares podem se manifestar de forma diferente entre as pessoas. Por isso, o acompanhamento com o Cardiologista Clínico é fundamental.
Endocardite
A endocardite é um problema grave, provocado por fungos ou bactérias que atingem as valvas do coração. Estes microrganismos podem comprometer o funcionamento de valvas nativas e de próteses, tanto biológicas quanto mecânicas.
A endocardite pode acometer, na mesma proporção, pessoas que não têm próteses valvares. No entanto, costuma ter maior gravidade nos portadores de prótese valvar.
Os sintomas da endocardite costumam envolver:
- Febre de origem obscura;
- Perda de peso;
- Cansaço;
- Falta de ar.
Em geral, o tratamento da endocardite requer o uso de antibióticos ou antifúngicos, dependendo da causa da doença. Para os portadores de próteses valvares cardíacas, o tratamento costuma passar também pela substituição da prótese. Por isso, esses pacientes necessitam de um cuidado maior. Afinal, a troca da prótese representa uma nova cirurgia (reoperação).
Para evitar a endocardite, os cuidados com a prevenção são fundamentais, especialmente para as pessoas que possuem uma prótese valvar cardíaca. Em linhas gerais, passam pela profilaxia com antibióticos antes de certos tipos de procedimentos cirúrgicos e odontológicos.
Lembre-se: a troca valvar é um procedimento seguro e curativo, se bem indicado e realizado por profissionais experientes e competentes. A taxa de complicações durante a vida em portadores de próteses valvares é muito baixa, desde que o acompanhamento regular e as orientações do seu médico sejam respeitadas.
“Pacientes que já possuem próteses valvares devem manter um acompanhamento periódico com o médico cardiologista. Precisam consultá-lo sempre que for necessário realizar algum novo evento cirúrgico, como tratamentos odontológicos, para a correta profilaxia.” Dra. Maryha Pires Cassol (CRM 23616 / RQE 14734).
Cuide do seu coração. Consulte o seu cardiologista com frequência, siga as orientações médicas e fique atento aos sintomas de problemas nas próteses valvares. Sua saúde agradece!
*Dra. Maryha Pires Cassol (CRM 23616 / RQE 14734) é Cardiologista Clínica e atende consultas no Hospital SOS Cárdio, em Florianópolis/SC.
por Equipe Seu Cardio | Aorta, Blog, Cirurgia em Idoso, Congênito, Coronária, Pré e Pós-Operatório, Válvulas
Confira o artigo escrito pelo Dr. Daniel José da Silva Filho, Médico Cardiologista e Intensivista (CRM 25741 RQE 16416 RQE 16418), sobre a importância da avaliação pré-cirúrgica para o sucesso do procedimento. Boa leitura!
Um dos grandes avanços da Medicina nos últimos anos é a maior capacidade de avaliar as características e as necessidades de cada paciente. A avaliação clínica no pré e no pós-cirúrgico da cirurgia cardiovascular está cada vez mais personalizada. Tem como objetivo central proporcionar maior segurança na condução de cada paciente.
Os resultados podem ser observados em procedimentos médicos de um modo geral, principalmente nos pacientes com idade avançada. Hoje, diferente do que acontecia décadas atrás, é cada vez mais comum a realização de procedimentos complexos em pessoas com mais de 80 anos. Destacam-se, especialmente, cirurgia cardíaca, vascular, além de outros procedimentos cirúrgicos de um modo geral. Como a média de idade do brasileiro vem aumentando gradativamente, precisamos estar preparados para este momento, possibilitando o acesso aos tratamentos para uma parcela importante da população.
O mesmo acontece em pacientes com outras comorbidades, como diabetes, doenças coronarianas, problemas renais e hepáticos. Antigamente, tais condições poderiam impedir a realização de uma cirurgia cardíaca ou outro procedimento cardiovascular. Hoje, o cuidado personalizado e a avaliação clínica detalhada permitem determinar o melhor momento do procedimento, bem como a melhor opção terapêutica.
Avaliação Clínica antes da Cirurgia Cardíaca
Os cuidados pré-cirúrgicos começam antes mesmo do encontro com o médico. Têm início já na escolha do hospital e da equipe responsável pelo tratamento. Os pacientes devem procurar instituições e profissionais que ofereçam todo o suporte para o caso de alguma intercorrência.
Uma vez feito isso, passa-se então pela avaliação clínica pré-cirúrgica. Nela, o médico responsável deve avaliar o paciente como um todo. A intenção é fazer o preparo de acordo com as condições de saúde de cada pessoa – e com o tipo de cirurgia que ela irá realizar.
A avaliação clínica pré-cirúrgica costuma envolver alguns exames de rotina (que variam de acordo com o procedimento a ser realizado). Eletrocardiograma, Rx de tórax e ecocardiograma são alguns exemplos. No entanto, sabemos que eles podem não dar conta de todo universo das diversas situações.
Dependendo do procedimento cirúrgico a ser realizado, a avaliação clínica pode demandar outros exames e aprofundar a investigação. Pretende-se, com isso, proporcionar maior segurança ao paciente e sucesso em sua cirurgia.
Além disso, o médico também realiza um levantamento completo e a análise crítica do histórico do paciente. Nesse contexto, avaliamos:
- Histórico de doenças prévias;
- Os sintomas envolvidos em cada caso;
- Os procedimentos realizados anteriormente;
- As complicações sofridas no passado;
- O histórico familiar;
- Os medicamentos que utiliza e que deixou de usar;
- A indicação cirúrgica.
Esse levantamento minucioso, aliado aos exames de rotina para cada procedimento e aos escores matemáticos de risco, permitem ao médico ter amplo conhecimento do estado de saúde do paciente.
“A avaliação clínica personalizada nos permite solicitar procedimentos de pesquisa cardíaca, pulmonar e de diversas outras especialidades antes das cirurgias cardiovasculares. Assim, os pacientes são encaminhados para o tratamento com mais segurança.” Dr. Daniel José da Silva Filho, Médico Cardiologista e Intensivista (CRM 25741).
A avaliação clínica permite aos médicos a realização de um planejamento específico para cada paciente. As informações levantadas nessa fase ajudam a traçar estratégias de prevenção e controle de intercorrências no pós-cirúrgico.
Essa avaliação também auxilia a equipe multidisciplinar envolvida, como fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, enfermeiros e psicólogos, no diagnóstico e prevenção de intercorrências e nos cuidados pós-operatórios.
Avaliação Após a Cirurgia Cardíaca
No pós-cirúrgico, os pacientes também são submetidos a uma série de exames laboratoriais e de imagem. Novamente, as informações da avaliação clínica pré-cirúrgica têm relevância, pois auxiliam na condução do paciente.
“Nós correlacionarmos todas as informações obtidas antes, durante e depois da cirurgia cardiovascular. Assim, além dos exames de rotina para a avaliação clínica pós-cirúrgica, nós podemos realizar estudos mais complexos, de acordo com o quadro de cada paciente.” Dr. Daniel José da Silva Filho, Médico Cardiologista e Intensivista (CRM 25741).
Os cuidados com a mobilização precoce, com a alimentação adequada e com o estado psicológico dos pacientes seguem a mesma lógica. Visam sempre uma recuperação plena e segura, com prevenção de intercorrências, de acordo com as características de cada pessoa e com as informações coletadas na avaliação clínica.
*Dr. Daniel José da Silva Filho (CRM 25741) é médico especialista em Terapia Intensiva (RQE 16418) e em Cardiologia (RQE 16416). Atua nas unidades de Pronto Atendimento e CTI do Hospital SOS Cárdio.
por Equipe Seu Cardio | Blog, Congênito, Fatores de Risco e Prevenção, Válvulas
O tratamento percutâneo é um dos recursos disponíveis para tratar as cardiopatias congênitas. Desde a tenra idade pode ser utilizado para intervir nessas doenças de maneira curativa ou paliativa – quando há necessidade de novas intervenções futuras. (mais…)
por Equipe Seu Cardio | Aorta, Blog, Cirurgia Cardíaca, Doenças do Coração
O Aneurisma da Aorta Torácica atinge cerca de 5% dos brasileiros. A doença é silenciosa e grave. Quando não tratada, leva ao rompimento da aorta, que pode levar à morte em muitos casos. Por isso, o diagnóstico e o acompanhamento médico são fundamentais. Neste texto, explicamos sobre o que é o aneurisma da aorta, como é realizado o diagnóstico e quais são as opções de tratamento.
O que é Aneurisma da Aorta?
O Aneurisma da Aorta Torácica é uma dilatação progressiva que acontece em um ou mais segmentos da aorta. Essa dilatação leva ao enfraquecimento de sua parede. Uma vez distendida, torna-se cada vez mais fina, com risco progressivo de ruptura. Por isso, o aneurisma da aorta é grave e requer acompanhamento periódico. A ruptura de um aneurisma da aorta requer intervenção imediata, pois há risco à vida.
As principais causas do aneurisma da aorta estão associadas à aterosclerose. Os fatores de risco são os mesmos da doença coronariana: fumo, diabetes, hipertensão, colesterol e história familiar. O diagnóstico precoce, o tratamento e o acompanhamento médico são essenciais para evitar o rompimento da aorta, complicação principal do aneurisma.
Diagnóstico do Aneurisma da Aorta
Muitas vezes, o Aneurisma da Aorta Torácica é identificado durante exames médicos não relacionados à doença. É comum o diagnóstico ser realizado em exames como radiografia ou ultrassom por outro motivo, sem que o paciente tenha qualquer sintoma.
No entanto, devido à gravidade de uma possível ruptura do aneurisma da aorta, é essencial o diagnóstico precoce. É imprescindível o exame clínico, tanto na região torácica quanto abdominal, em pacientes acima de 50 anos.
Em caso de suspeita da dilatação da aorta, exames como raio-x de tórax, ecocardiograma, tomografia computadorizada e ressonância magnética são os mais indicados. Hipertensos, fumantes e pessoas com colesterol alto, aterosclerose ou histórico familiar devem receber atenção especial. Acompanhar com o Cardiologista Clínico é importante.
Formas de Tratamento do Aneurisma da Aorta
A aorta é o maior vaso do corpo humano. Ao sair do coração, distribui o sangue inicialmente para as artérias da cabeça e membros superiores. Depois, segue levando o sangue para todo o restante do corpo.
Por se tratar de um grande vaso, é dividida entre aorta ascendente, arco aórtico, aorta descendente e aorta abdominal. Dependendo do tamanho e da localização, o Aneurisma da Aorta Torácica possui diferentes formas de abordagem e tratamento:
Aneurisma de Aorta Ascendente e Arcos Associados:
Na maioria das vezes, o tratamento de aneurisma da aorta ascendente ou de arcos associados requer uma cirurgia aberta. No procedimento, a abordagem costuma ser a substituição da área do aneurisma por uma prótese tubular.
Aneurismas da Aorta Torácica Descendente e da Aorta Abdominal:
Os aneurismas da aorta descendente e da aorta abdominal recebem outra abordagem. São tratados por cirurgia endovascular, um procedimento minimamente invasivo. Neste procedimento, é realizado o implante de uma endoprótese no local do aneurisma, através de um cateter inserido na artéria da região inguinal.
O diagnóstico precoce e o acompanhamento com o Cardiologista Clínico são fundamentais para o controle do avanço do aneurisma da aorta. É o Cardiologista também quem irá identificar a necessidade de encaminhar o paciente para o tratamento. A definição entre cirurgia aberta ou endovascular dependerá da localização do aneurisma e da avaliação individual de cada caso.
Ficou com alguma dúvida? Entre em contato conosco!
por Equipe Seu Cardio | Aorta, Blog, Congênito, Coronária, Válvulas
Neste artigo, escrito pelo Cirurgião Cardiovascular Dr. Giani Osni Alves (CRM/SC 4861), da equipe Seu Cardio, você vai saber mais sobre a circulação extracorpórea (CEC) e porque algumas vezes é utilizada na cirurgia cardíaca. Boa leitura!
A circulação extracorpórea, aqui abreviada por CEC, passou e passa por um desenvolvimento multidisciplinar para que as cirurgias cardíacas hoje realizadas possam ser executadas com bastante segurança.
Antes deste recurso, as cirurgias cardíacas intra cavitárias eram realizadas com ajuda de diminutas aberturas no coração e dependiam da utilização do tato dos cirurgiões. Ainda em alguns casos, eram usadas hipotermias corporais totais e um tempo de aproximadamente 8 minutos para essas abordagens.
O uso das propriedades anticoagulantes da heparina e maior entendimento de exames de sangue, gasometrias, etc, propiciou um enorme avanço nesta área.
Historicamente, em 1882, Von Shoroeder oxigenou sangue borbulhando ar em um reservatório de dispositivo para perfusão de órgãos. Depois, em 1884, após inúmeras tentativas, Von Frey e Grinber conseguiram construir o primeiro oxigenador de membrana. Em 1926, na Rússia, Brukhonenko, desenvolveu uma bomba para impulsionar sangue venoso.
Mas foi em 1951 o registro da primeira CEC para uma cirurgia de retirada de tumor de mediastino, feita por Dogliotti e Constantini. Dois anos após, Gibbom realizou, com sucesso, a correção de uma cardiopatia congênita com CEC.
O que é Circulação Extracorpórea?
Objetivamente, CEC é um dispositivo artificial pelo qual a circulação de sangue do paciente é total ou parcialmente transportada para fora do organismo. Passa por tubos e órgãos artificiais, sendo depois devolvido ao corpo do paciente.
Com isso, conseguimos três objetivos, a saber:
- Manter todos os órgãos em plena atividade;
- Propiciar um campo operatório imóvel e livre de sangue;
- Obter maior tempo para abordagem cirúrgica, com tratamento antes inimagináveis das cardiopatias.
No centro cirúrgico, o paciente que irá fazer uma cirurgia cardíaca com CEC, uma vez estando com o tórax aberto e já completamente anticoagulado, receberá uma ou duas cânulas ditas venosas no átrio direito (que recebe todo o sangue do organismo) e outra cânula, dita arterial, que será posicionada em uma artéria (femoral ou aorta ascendente geralmente).
Uma vez em CEC, o sangue que chega no átrio direito é desviado do organismo pelas cânulas e chega então num reservatório venoso. Em seguida, ele passa por um dispositivo onde é retirado o gás carbônico, em troca por oxigênio. Esse dispositivo faz a parte correspondente ao pulmão. A esse nível, existe um controle da temperatura. Através de uma bomba, o sangue retorna ao sistema arterial do paciente. Assim, faz a parte correspondente à bomba miocárdica ou coração, dando retorno ao sangue com a pressão arterial, temperatura e oxigenação necessária ao paciente.
Outras perdas sanguíneas que por acaso ocorram no campo cirúrgico, são captadas por aspiradores que devolvem o sangue ao dispositivo descrito. Assim, fazem com que a perda sanguínea (hemorragia) seja praticamente desprezível durante a CEC.
A CEC no Brasil
O controle da máquina de CEC é feito por um profissional chamado perfusionista, com formação especializada em perfusão. Esse profissional é um dos membros da equipe cirúrgica. Essa atividade profissional é regulamentada pelo Ministério da Saúde, através da portaria número 689, de 01 outubro de 2002.
No Brasil, as primeiras cirurgias cardíacas com CEC datam de 1955, com Dr. Hugo Felipozzi dando o start com uso desta técnica. Posteriormente, os cirurgiões cardiovasculares Dr. Zerbini e Dr. Adib Jatene deram início à padronização dos aparelhos e sistematização das técnicas no nosso meio.
Empresas médicas passaram a fabricar dispositivos e materiais totalmente descartáveis e de uso individual. Surgiram também máquinas cada vez mais sofisticadas, fazendo com que as cirurgias cardíacas, juntamente com novas técnicas de preservação miocárdica e técnicas operatórias, contem com muito mais segurança.
Dr. Zerbini definia seu trabalho da seguinte maneira: “… operar é divertido, é um arte, é ciência, e faz bem aos outros.”. Dr Adib Jatene, por sua vez, dizia que nada resistia ao trabalho. Graças à eles, homens de coragem e desbravadores, a cirurgia cardíaca em nosso País atingiu um patamar de excelência, com qualidade reconhecida mundialmente.
Sobre o autor: Dr. Giani Osni Alves (CRM/SC 4861) é cirurgião cardiovascular da equipe Seu Cardio. Possui ampla experiência em cirurgias de cardiopatias adquiridas, congênitas e marcapassos cardíacos.